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Andar a Pé

Carro me dá duas sensações  opostas: de imensa liberdade para poder ir à noite a um restaurante distante sobre o qual ouvi falar.   E também de prisão.  Quando estou a cerca de dois quilômetros do lugar onde tenho que chegar, assim que posso,  estaciono para me ver livre.  Se tem metrô, e é fora dos  do horários de pico,  não há possibilidade de eu ir de carro.

Agora,  os grandes prazeres mesmo são  andar a pé e  de bicicleta (se vivesse em cidade e bairro planos,  meu carro mofaria na garagem).

Sem contar a sensação de liberdade que o caminhar e a bicicleta proporcionam (embora reconheça que andar de  bicicleta no dia a dia  seja  bem arriscado em São Paulo), você encontra pessoas que não via há tempos e pode conversar, ainda que rapidíssima troca de palavras.

Eu e Fernanda, vizinha próxima de bairro, todos os domingos damos longas caminhadas. Feriado de sexta-feira, lá estávamos nós andando.  Na Caiubi,  rua da antiga sede do Glorioso Clube Caiubi, próximo à Igreja, encontro  colega meu de Faculdade, hoje jornalista híper famoso.  Foi o caso de rapidíssima, porém carinhosa, troca de palavras.

Ontem, estava de bicicleta,  mulher na calçada me cumprimenta.  Paro.  Vou logo dizendo que sou mau fisionomista.  Era outra colega de faculdade que não via há  anos, que também mora no bairro.  Ela pegou meu telefone, disse que ainda se encontrava com alguns colegas e que eu seria convidado para o próximo almoço deles.  Chego em casa há pouco,  recado de outra colega comum me convidando para o almoço.

Hoje, no tradicional passeio a pé de todos os domingos com a Fernanda,  troco saudações com Juca Kfouri, que conheço de vista.

O carro certamente teria me privado de tudo isso.   Fazer o que, né???  Amanhã, estarei lá, estancado/ congelado no meu cubo de gelo preto(cor do meu Corsa) em várias momentos do dia  e diversos pontos de São Paulo!!!

Kaká, essa sua Briguinha com Kfouri é tão bobinha…

Não conheço suficientemente Kaká nem Juca Kfouri.  Tenho excelente impressão de ambos.  Aliás, já publiquei texto elogiando a elegância e descrição do jogador  na única vez em que estive no mesmo ambiente que ele. http://bocanotrombone.ig.com.br/2007/10/15/jogo-do-domingo-reminiscencias-kaka-e-big-brothers-da-vida/

Quanto a Juca Kfouri, já cruzei algumas vezes com ele, quando estou no carro ouço seus comentários e programas na CBN. Outro dia, de Higienópolis a Santo Amaro, trânsito congestionado, fui ouvindo uma entrevista ou um longo depoimento dele.  Posso dizer que o congestionamento valeu a pena.  Cheguei a me emocionar com a história da dona Nadir, ouvinte fiel de Juca, doente, presa a uma cama, que chegava a esquecer da hora de tomar o remédio para não perder nada.  Já conhecia de ouvir falar o caso de dona Nadir.

Pois bem,  Kaká, hj de manhã, em entrevista coletiva, confundiu tudo ao responder uma pergunta do também jornalista André Kfouri, filho do Juca. 

Disse o jogador:
“Eu queria aproveitar a sua pergunta sobre minha recuperação para falar sobre a coluna publicada por seu pai ontem (segunda-feira), dizendo que o meu problema era mais sério do que o divulgado”.
“Há algum tempo os canhões do Juca Kfouri são disparados contra mim e o que me deixa triste é que essas críticas não são pelo futebol, mas porque ele tem problemas comigo por causa da minha religião. O problema dele em relação a mim é minha fé em Jesus Cristo. Da mesma forma que respeito ele como ateu, queria que ele me respeitasse pela minha fé em Jesus Cristo”

Ora, Kaká, exemplo de bom moço, sujeito inteligente, isso que você falou não tem a menor lógica. Profissional competente, Juca não mencionaria  fatos sem base a respeito de sua condição física por conta de sua crença religiosa.  Legal você respeitá-lo como ateu – nas sua palavras -.  Não sou procurador do Juca;  obviamente não sou capaz de ler o pensamento dele,  mas tenho certeza de que ele respeita sua fé, seja ela qual for.  Eu, entretanto, sem você me pedir, sugiro que continue firme com sua crença, mas fique atento aos intermediários, se me entende!!  Vai por mim!!!  Aliás, acho que milhões gostariam de lhe dar o mesmo conselho.  Tá certo que se conselho fosse bom…

Como brasileiro, jornalista, fã de todos os nossos jogadores (exceto um – não da seleção atual), fico triste com essa briguinha de Kaká com Juca.