Arquivo da categoria: Geral

Ambulantes e Pedintes

Em um dos principais cruzamentos de Pinheiros,  há uns sete anos,  sujeito magro e alto perambulava entre os carros esperando o sinal abrir com uma plaquinha  no peito:  desempregado há dois meses, peço sua ajuda.  Hoje, ele continua no bairro com a plaquinha: dempregado há sete anos,  peço sua ajuda.  Dizem que ele mora na região, é aposentado, e sua filha tem um Corsa.  Se é verdade, não sei.

********************

No semáforo da República do Líbano em frente ao portão do Parque do Ibirapuera, sou abordado por um homem aleijado que pede dinheiro.  Dou-lhe uma moeda de um Real.  O sujeito comenta:

– Você sabia que tem muita moeda de um Real falsa???  Essa mesmo que você me deu é falsa!!!

Respondo que não tem problema.  Bastava que ele me devolvesse a moeda.  Ele diz que não e se afasta.
*****************

Em frente ao supermercado, sujeito aborda  mulher,  comunica (porque eles comunicam e ponto final)  que vai tomar conta do carro e já dá o valor do serviço:

– A senhora me traz um pacote de fraldas descartáveis GG (gg é o tamanho – extra-grande).

**********************

Dr. Breno, fabuloso psicanalista, tinha um exemplo perfeito   para ilustrar que muita gente (aliás, muito mais do que se imagina) não consegue aceitar o bom dos outros, ser alvo da bondade alheia. 

Ele contava que uma senhora iria receber uma amiga para  o almoço. A empregada havia preparado  frango assado, com arroz, farofa, batatas douradas e  verdura refogada.  Acontece que era um frango ligeiramente mais escuro e a convidada só gostava de carne branca.  A anfitriã decide fazer um macarrrão na manteiga.  Nisso, um  mendigo toca a campainha e a dona da casa prepara um belo prato com o frango,  todos os acompanhamentos e entrega para o mendigo.

Indignado, o mendigo grita:

– Tá pensando que sou o que para comer urubu???

E, sem titubear, atira o prato no muro da casa.

****************************
Domingo à tarde, no Jardim Europa,  uma negra forte, esparramada no chão, chorava copiosamente.  Parei para ver o que acontecia.  Ela me diz algo assim:

– Preciso de três vezes R$ 30,00 para pagar uma conta senão eu estou perdida, nem sei o que vai me acontecer!!!

Dou para ela R$ 15,00 e, paternalmente, aconselho que continue tentando até completar a quantia e, sentindo-me ligeiramente culpado por ter dado apenas parte do dinheiro, vou-me embora.

Dois domingos depois, a algumas quadras dali, encontro a mesma mulher, de novo esparramada pelo chão e, mais uma vez, chorando copiosamente.

***************************************

Em Pinheiros,  homem de meia idade  maltrapilho está sempre sentado pelas calçadas e esculpindo pequenos violões em madeira rústica. Dizem que  ele é advogado.  Seu filho foi assassinado em um assalto, salvo engano meu,  e ele desistiu de tudo.

******************************************

Na Alameda Barros, perto da Angélica, há muitos anos, mulato simpático, Edson,  com dificuldade para andar, está sempre por ali. Havia uma comida muito boa, coisa bem produzida,  na geladeira de casa.  Coloquei em um descartável, o mesmo em que levo alguma comidinha para meu pai e para  amigos(as) (afinal, sou gastrônomo – Glutão com dicionário, nas palavras do L.F. Veríssimo), e ofereci para ele.  Expliquei que havia feito para mim, mas iria jantar na casa de um amigo.  Perguntei se ele queria.  Ele respondeu que sim e que levaria a comida para almoçar em casa.

Comentei com meu pai que eu achava imensamente fabuloso o cara ter uma casa ali nas redondezas. 

Pois bem, noutro dia à noitinha, vejo o Edson no seu ponto habitual se ajeitando para passar a noite por ali. 

O presidente Lula se jacta de as coisas estarem bem melhores  para as classes C e D.  Gosto do presidente, até acredito nisso.  Esse episódio, entretanto, põe pulga atrás de minha orelha.

****************************************
Mas também há histórias bonitas e que não são tristes.

Carmosina, simpaticíssima crioula de 50 anos de idade, vende balas de goma no cruzamento da Argentina com a Brasil.  Vai passando pelos carros parados que esperam o sinal abrir e cumprimentando um por um, com sorrisos luminosos,  todos os motoristas, independente de terem ou não comprado  suas balas.  Já foi passadeira e até pedinte quando os filhos eram pequenos.  Ela explica a razão de seu sorriso: “A alegria é coisa que Deus nos deu.  Se tiver tristeza, a tristeza leva a gente para o buraco.  Já a alegria dá amigos para a gente”.  Deve ser verdade, já que de todos os motoristas que ela saúda, muitos retribuem carinhosamente sua simpatia cumprimentando-a e se despedindo dela quando o sinal abre.

*******************

Fim de tarde gelado. No farol da Groelândia, a menina descalça vem vender biju. “Um é dois e dois é quatro”, diz na janela do carro. Com lógica, e chatice inerente, argumento que se um custa dois, logo, dois custam quatro. E com carinho, apesar da lógica, peço dois e lhe dou quatro cruzeiros (é cruzeiro mesmo, a história se passou há muitos anos). Ela me dá três saquinhos de biju. O sinal ainda vai demorar  para mudar. Quero devolver um saquinho. Insisto. Ela abre um sorriso lindíssimo, diz que quer me dar um biju. Desaparece. Nunca mais a vi. Mas aquele momento de fascínio não sairá da minha mente nem do meu coração.

Roberto Carlos, Ricardo Kotscho

Amigo meu passava semana do Natal em praia deserta, longe da cidade com a turma dele.   Na turma, uma cantora que já havia tido os tais quinze minutos de glória dos quais falou Andy Warhol.  Pois bem, desde o dia em que chegou, a cantora não parava de falar que tinha que assistir de qualquer jeito ao show do Roberto Carlos na televisão, que naquele ano seria transmitido direto de um grande estádio de Futebol.  Para sossegar a moça, meu amigo prometeu (e cumpriu) que a levaria até a cidade e assistiria ao show inteiro com ela em qualquer televisão que houvesse.  

Ao me contar o caso, ele ressaltou e ficou admirado  que a moça não prestava atenção a qualquer música do Roberto ou mesmo a qualquer acorde.   O que a embevecia de fato era o imenso público que amava Roberto.  Era para isso que ela o havia feito sair de casa, pegar o carro, andar muito e ficar em um boteco de esquina diante de uma televisão mequetrefe.  A todo momento, segundo meu amigo, a cantora comentava algo do gênero:

– Olha que beleza, mais de 100 mil pessoas na platéia!!!
– Cantar para um público desses deve ser a maior glória do mundo!!!

Sempre que posso, leio os textos do meu colega de Ig  Ricardo Kotscho, com quem tive algum contato durante o tempo em que trabalhei na assessoria de imprensa do candidato/governador Franco Montoro.

Textos do Kotscho são sempre precisos e preciosos sob todos os aspectos.  Mas,  tal qual a cantora, o que me causa admiração mesmo e uma inveja saudável é o “imensíssimo” número (nunca menos de 100) de comentários que recebe qualquer coisa que ele escreva no seu site aqui no Ig.

Para concluir, caso protagonizado por Ricardo  e Roberto.  Há mais de duas décadas,  o Kotscho passava um dia junto com uma personalidade e fazia uma reportagem para a Folha de S. Paulo.  Salvo engano meu,  o jornalista e a Folha tinham pensado em inaugurar a série com o Roberto Carlos.  A agenda do cantor estava muito pesada e a coisa não aconteceu.  José Sarney, havia tomado posse pouco tempo antes e acabou inaugurando a série.  Kotscho conta na abertura da reportagem com o presidente das inúmeras tentativas, em vão,  que fizera  junto a  assessoria do cantor.  Com charme e precisão, Kotscho sintetiza:  Coisas da Realeza!!!

Na verdade, Kotscho e Roberto – os dois são da Realeza.

Flanelinhas Exercendo Atividade Útil

Há uma coisa em S. Paulo que todo motorista necessita – e nunca tem – e há uma instituição que todo motorista odeia. 

Motoristas precisam de Talão – ou folhas avulsas – de Zona Azul.  Todo mundo odeia o flanelinha do semáforo que, antes mesmo de o automóvel parar, principalmente os conduzidos por mulheres,  despeja sabão no pára-brisa  e começa a esfregar. 

E que tal se os  órgãos  públicos competentes arregaçassem as mangas e começassem a  transformar flanelinhas em vendedores de zona azul???  Eles poderiam vender folhas avulsas ou o talão, sempre pelo mesmo preço  que é vendido nos representantes oficiais.  Essa nova atividade deve render  mais do que se pode arrecadar com  “gorjetas”;  vantagem adicional  considerável,  o cidadão, principalmente mulher, estaria livre do estresse que se repete a cada semáforo vermelho.

Em uma etapa seguinte, talvez se pudesse  pensar em solução semelhante para os tomadores de conta de carro.

Certamente, essa(s) medida(s) seria(m) aprovada(s) por todos, até mesmo pelos flanelinhas que teriam a possibilidade de aumentar seus rendimentos desempenhando atividade útil para a sociedade.

Como já foi dito aqui no Boca no Trombone, bons administradores, sobretudo em momentos de crise (leia-se sempre/permanentemente), precisam  tomar medidas que demandem poucos gastos e que sejam simpáticas/úteis à população. 

Também é lógico que vai dar  trabalho para os órgãos públicos competentes.  Será necessário cadastrar todos esses novos vendedores,  coibir falsificações,  fornecer troco constantemente e tomar outras providências para que a coisa funcione e, principalmente, se mantenha.  Repetindo:  dá trabalho.  Mas compensa!!!

Encerrando com o bordão do Boca:  o Homem  chegou à Lua,  há quase quarenta anos.  Será que por aqui não se consegue resolver  coisa tão mais simples???

MEGAS SHOWS NA TV, POR QUE NÃO???

Fãs fanáticos sempre farão as mais fabulosas e fervorosas demonstrações de amor e devoção para chegarem o mais próximo possível de seus ídolos nos shows. Eles não contam.  Estão acima e além de qualquer resquício de bom senso. 

Mas e os outros milhões  paulistanos, excluídos os 60/70 mil que conseguiram ingressos para o show da Madona,  que também gostam da cantora???  Azar deles!!!

Não seria “minimíssimamente” razoável que esses shows fossem transmitidos ao vivo pela Televisão???  Afinal, tratam-se de imensa produção, custos elevadíssimos para que apenas 300/400 mil brasileiros privilegiados fanáticos desfrutem do espetáculo.

Ao invés de argumentar que é  empreitada muito complexa,  profissionais das grandes emissoras de televisão deveriam arregaçar as mangas e botarem a cabeça para funcionar.  Quem sabe o próximo show de mega artista internacional não possa ser oferecido para todo mundo e não apenas para os valentes, bravos e ligeiramente esdrúxulos fãs de carteirinha???

RONEY GIA, DO CLUBE CAIUBI, RECEBE PRÊMIO DO “FESTIVAL JOHN LENNON”

Noite de  quarta-feira de 2005.  No sobradinho que abrigava o clube Caiubi de músicos, poetas e escritores, apenas dois ou três sócios batiam papo e tomavam a geladíssima cerveja de lá.  Todo mundo estava torcendo por um dos músicos do clube que se apresentava naquele momento no Festival da TV Cultura no Sesc Pinheiros. 

Nisso aparece um loirão grande, boa pinta, com cara de Gringo e um violão sobre o ombro.  Foi muito bem recebido e não saiu mais. Roney Giah, o nome dele. Músico formado na Califórnia, com sofisticado repertório, sempre caprichava na produção de seus shows,  fossem  para os poucos do Caiubi,  fossem  para as platéias que lotavam suas apresentações no Museu da Imagem e do Som no Jardim América.   

Pois bem, Roney recebeu menção honrosa do John Lennon Songwriting Contest, que tem curadoria de Yoko Ono.
Leia nota abaixo e veja o site de Roney
http://www.roneygiah.com.br/ 

“Considerado um dos mais renomados festivais internacionais de composição, o The John Lennon Songwriting Contest destacou, na categoria World, o trabalho do compositor, cantor e guitarrista Roney Giah. Com a curadoria de Yoko Ono, o júri – formado pelos músicos Carlos Santana, Wyclef Jean, Fergie (Black Eyed Peas), John Legend, Al Jareau, Bob Weir (Grateful Dead), Lamont Dozier e Natasha Bedingfield – concedeu menção honrosa a Giah pela música Amar com E, que integra o CD “Mais dias na Terra”. Criado há 10 anos, o The John Lennon Songwriting Contest (www.jlsc.com) conta com 12 categorias musicais: Rock, Country, Jazz, Pop, World, Rhythm & Blues, Hip Hop, Gospel/Inspirational, Latin, Electronic, Folk e Children´s. Entre os critérios avaliados pelos jurados estão originalidade, melodia, composição e letra. Roney Giah é o único brasileiro a contar com a distinção na edição 2008 do The John Lennon Songwriting Contest. 
Formado pelo Musicians Institute of Technology, em Los Angeles (EUA), em 1994, Roney Giah estudou com Pat Metheny, Scott Henderson, Frank Gambale, Joe Diorio, Joe Pass, Stanley Jordan, Jenifer Batten (guitarrista de Michael Jackson) e Cat Gray (tecladista do Prince). De volta ao Brasil, o cantor e guitarrista lançou seu primeiro CD – Semente –, indicado ao Prêmio Sharp 1998. No mesmo ano, concorreu ao Prêmio Visa (edição instrumental) e conquistou o segundo lugar no Festival Berklee/Souza Lima, em São Paulo. Teve também sua música Argila relançada no disco Pearl Brazilian Team 3, em uma coletânea de artistas brasileiros. Gravado nos estúdios Bebop, Groove e Paarmann, em São Paulo , o álbum autoral foi pré-selecionado na edição 2006 do Latin Grammy e do Prêmio TIM de Música. Em shows e apresentações Roney Giah já dividiu o palco com Sandra de Sá, Claudio Zoli, Milton Guedes, Xis, Bocato, Rappin Hood, Roberto Sion e Mané Silveira.
 
A musicalidade inovadora do brasileiro Roney Giah tem conquistado o mercado internacional. Em 2008, o músico foi convidado a participar da trilha sonora do filme norte-americano “No pain, no gain” e assinou um contrato com a gravadora inglesa ASTRANOVA Records para o lançamento da coletânea Yesterday´s tomorrow. Para a divulgação, a gravadora produziu podcasts shows que foram disponibilizados em 107 países. Yesterday’s tomorrow, que é comercializado pelo I Tunes, reúne sete faixas do cd Semente (1998), seis faixas do cd Mais dias na Terra (2006) e uma faixa do inédito Na mira do coice, além de uma faixa bônus produzida com exclusividade para a ASTRANOVA. O interesse da gravadora ocorreu após o músico ter, por duas vezes consecutivas, as músicas Amar com E e A chuva – do álbum Mais dias na Terra –, indicadas ao Track of the day pelos dois milhões de usuários do site Garage Band (www.garageband.com), portal de música norte-americano que tem a curadoria de George Martin, ex-produtor dos Beatles. O convite para integrar o casting da gravadora partiu dos executivos Scott Hill e Alex Catillo, respectivamente CEO e diretor artístico da ASTRANOVA Records. “

CUIDADO PARA NÃO VIRAR UM GORDINHO MEDITERRÂNEO

O Globo Repórter de hoje será sobre Dieta Mediterrânea, “tipo de alimentação característica de alguns países da região do Mar Mediterrâneo (Itália, Grécia, Portugal, Espanha, França e outros). Este padrão alimentar é composto, basicamente, de vegetais, legumes, tomate, alho, frutas (maçã) e, principalmente, óleo de oliva, canola, cereais pouco moídos, nozes (pecan) e sementes, queijo branco e iogurte, além de vinho” e massas.

Certamente no programa será ressaltado que essa dieta, rica em calorias, é muito apropriada para quem tem atividade física intensa,-como por exemplo, os trabalhadores dos portos do Mar Mediterrêneo.

Há cerca de uns dois anos, pessoas que adoram andar no “topo da crista” da onda, enchiam a boca para proclamar que estavam fazendo dieta mediterrânea. Como advertiu um médico especialista bem humorado, sedentários que adotem essa dieta, ao invés de ganharem saúde e perderem peso, certamente vão se transformar em GORDINHOS MEDITERRÂNEOS.

Hoje Sarau do Bar do Museu, mas só para os pontuais

Que tal fugir da mesmice de todos os sábados e fazer um programa diferente hoje???

Se você gosta de poesia, de lugares tradicionais da cidade,  e é pontual, já tem lazer garantido de primeira.  No simpático e aconchegante Bar do Museu,  da Associação dos Amigos do Museu de Arte de S. Paulo, acontece todo segundo sábado do mês o Sarau do Bar do Museu. O bar fica  no mezanino do Bloco C da  Av. Ipiranga, 324 no Centro da Cidade.  Quem quiser aparecer para recitar poemas próprios ou apenas ouvir poetas de ótima qualidade precisa preencher um único requisito: chegar antes das 21 horas.  Às 21 horas a portaria do prédio fecha e não entra ninguém.  Não por temperamentalismo de poetas, ou coisa do gênero, mas existe uma catraca eletrônica que após o horário trava.  Para sair, naturalmente, não há qualquer impedimento.

Acontece que quem está dentro não vai querer sair até que o último poeta tenha se apresentado. 

Só para se ter uma idéia ,   a Semana de Arte Moderna de 22 foi concebida nessa  Associação.    Entre seus sócios, e mantenedores, podem ser lembrados Mario de Andrade, Vinicius de Moraes e Chico Buarque. 

“Grandes mecenas e artistas  passaram por lá. É entrar e sentir a aura empreendedora de empresários como Iolanda Penteado, Cicillo Matarazzo e Assis Chateaubriand e de criadores como Tarsila do Amaral, Vitor Brecheret, Oscar Niemayer, Alfredo Volp e muitos outros, que no século XX se reuniam nesse espaço impulsionados pelo ideal de construir e formar o acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp).”

Os poetas que se apresentam atualmente não deixam a bola cair: Castelo Hansen, Ibrahim Coury, Daniel Maranhão, Jaime Fran, Edmilson Felipe, Lariss, Pedro, Joel Oliveira, Lupe Albano.  Generosos e pacientes, passaram a me convidar  de uns tempos para cá   para ler minhas frases.

O bar é aconchegante  como conseguiam ser os bares do milênio passado e a cerveja, geladíssima. Quadros de famosos pintores brasileiros podem ser desfrutados.  Por tudo isso, tenho certeza de que se você for uma vez, vai aparecer sempre.  Insisto, chegue antes das 21 hs.  Caso contrário, como diria meu querido e saudoso irmão Beto, volta pra trás.

Amanhã tem Sopa de Letrinhas no Caiubi

Se você gosta de música, poesia,  irreverência,  humor e ainda não tinha nada para fazer amanhã, agora tem, pois é dia do Sopa de Letrinhas – sarau do clube Caiubi,  a partir das 21:30 hs, na Rua Teodoro Sampaio, 1229, em Pinheiros, quase esquina com a Henrique Schauman.

O Sopa de Letrinhas é dos Saraus mais populares da cidade. Concebido e apresentado pelo poeta, compositor Vlado Lima,   acontece há mais de seis anos, desde que o clube Caiubi ficava no simpático sobradinho da Rua Caiubi nas Perdizes.  Cada edição do Sopa homenageia um poeta vivo brasileiro.  Amanhã é a vez de Roberto Ferreira, 50 Anos,  professor de Geografia. “Como o tempo é sempre curto e a vida não pode ser levada muito à sério, Roberto Ferreira adotou o estilo curto-irônico de escrever, influenciado por Drummond, Oswald de Andrade, Cacaso, Mario Quintana, Paulo Leminski, Manuel Bandeira e  pelos poetas participantes do Sarau da Cooperifa”

Textos do homenageado ficam expostos em um mural.  Quem quiser pega um, sobe no palco e lê.  As melhores leituras, sempre escolhidas democraticamente através de aplausos dos presentes,  recebem prêmios: cds, dvds, camisetas e uma garrafinha do vinagre que eu produzo.

A partir de então, o palco fica aberto  para quem quiser ler seus próprios textos.  Amanhã devem se apresentar, entre outros,

Oswaldo Rosa/Dênis Ferreira/Paulinho das Frases/ Simone Teixeira/Mônica Martins/ Osmar Reiyex/ Vlado Lima/Carlos Savasini/Leoploldo Skolberg, Dhara Barros/Aline Romariz/Ulisses Tavares, Rose Dórea/Lu Souza/Tyta,Bittar/Mavot Sirc/Vitória Paterna; Lúcia Santos/Gurjão/Andrade Jorge

A parte musical fica por conta de, Ozias Stafuzza, Ana Lee,Dandara, Marcio Policastro e O Homem da Gravata Amarela

Depois da meia noite, sempre é servida por conta da casa deliciosa Sopa de Letrinhas.

A Lei Seca “Pegou”

Ao comer ontem a melhor pizza do mundo, naturalmente no Camelo da Pamplona, fiz constatação da qual todos devemos nos orgulhar.

Pessimistas contumazes e até estrangeiros atrevidos babacas, que moram aqui certamente por não conseguirem sobreviver em seus países ou até para explorar nossas riquezas, adoram declamar a catilinária : no Brasil, umas leis pegam e outras não. Para a infelicidade desse grupo, ao contrário do que acontecia há três, quatro semanas, havia chopps e demais bebidas alcoólicas em pouquíssimas mesas. E mais, mesmo em mesas ocupadas por apenas duas pessoas, uma delas, provavelmente a que iria voltar guiando, tomava refrigerantes e sucos.

Ao que parece, não fiz qualquer outra pesquisa ou mesmo checagem intuitiva, a população está obedecendo à lei; afinal: dura lex sed lex (a lei é dura, mas é a lei). Ponto para todos nós.

A primeira batalha, contar com o apoio da população, parece, está vencida.

Agora, seria fundamental que fossem estabelecidos critérios mais justos. Proibir de dirigir uma pessoa que tenha consumido dois bombos recheados de licor, ou o equivalente, é absurdo inominável.

Dois ou três chopps acompanhando uma pizza, suponho, na minha visão suspeita e interessada de leigo, não são capazes de impedir que pessoa adulta saudável conduza com segurança o carro de volta para casa.

Legisladores deveriam estabelecer critérios mais justos para submeter todos aqueles suspeitos apanhados na direção. Fazer que o sujeito leia um trecho de um jornal ou escreva algumas palavras ditadas pela autoridade poderia ser uma alternativa inteligente e justa. Até mesmo, o velho teste de pedir para o suspeito fazer um quatro com as pernas. Fez o quatro, sem cair de quatro, prossegue. Não fez o quatro/ estatelou-se no chão, xadrez!!!

Falando sério, incriminar quem guia depois de ter comido dois bombons de licor isso sim é de matar!!!

Driblando Honestamente a Lei Seca no Trânsito

A nova lei de trânsito pune quem for flagrado dirigindo depois de ter consumido dois bombons recheados de licor, ou o equivalente. Multa: R$ 955,00. Punição: sete pontos na carteira de habilitação e suspensão do direito de dirigir por um ano.

Na Austrália, segundo conhecido meu que mora lá há muitos anos, a lei a esse respeito também é bastante rígida e a fiscalização idem. Os australianos descobriram solução inteligente que poderia ser adotada no Brasil.

Todo motorista que costuma beber, leva permanentemente consigo um bafômetro particular. Quando o bafômetro mostra que está impossibilitado de dirigir, ele dá um telefonema. Minutos depois, no endereço em que se encontra, aparece um rapaz em uma mini motocicleta dobrável, devidamente habilitado e, evidentemente, sóbrio. Mediante uma taxa, já acertada quando fez a chamada, o motociclista/motorista dobra sua moto, coloca no porta-malas do carro e conduz o alegre freguês até sua casa. Devolve o cliente, pega sua moto e volta para o seu posto.

Tá aí serviço que poderia ser oferecido por aqui, sempre a preços estabelecidos com bom senso. Aliás, seria interessante que proprietários de bares e restaurantes também estudassem maneiras de propiciar esse transporte de volta para seus clientes. Ao estudarem essas possibilidades, é fundamental que os únicos objetivos sejam o de zelar pela segurança e evitar que os clientes enfrentem problemas com a lei. Se os empresários quiserem transformar isso em um grande e rentável negócio, inviabiliza-se tudo, inclusive seus próprios estabelecimentos.

Termino esse texto concluindo que gastei tempo à toa.

Depender e acreditar na boa vontade e generosidade desses mesmos empresários que se revoltam cada vez que se fala em restringir o fumo em seus bares e restaurantes, é tão ingênuo quanto acreditar que eu possa jogar uma moeda para o alto e ela cair de pé.

Eu tentei!!!