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Procon Infernizando. O cidadão merece isso???

Conforme escrevi ontem,  cadastrei-me no site do Procon  para que meus telefones não recebessem mais ligações de telemarketing.  Esperava receber email com texto rápido, curto e direto.  Algo do gênero:
 Prezado Senhor os seus telefones  XXXX- XXXX e YYYY-YYYY foram devidamente cadastrados e não receberão mais chamadas de telemarketing.

Ao invés disso, recebi o email abaixo.

Não consegui entender coisa alguma.  Ao me cadastrar ontem, julgava ter tido sucesso.  Agora, não tenho noção  sequer se meus números foram ou não cadastrados.
Tampouco consegui navegar no site e, eventualmente, ter alguma informação.  Aliás, reitero, essa informação   já deveria me ter sido fornecida de cara.   Mas o Português e a lógica vigentes nos órgãos públicos e seus sites são extremamente complexos!!! 

Em tempo 1-  Uso computador há mais de 25 anos, desde os computadores de 8 bits.
Em tempo 2- o telefone 151, que a Telefônica me deu como sendo do Procon, só dá ocupado.
Em tempo 3 – quem conseguir decifrar o email que recebi, por favor, traduza para mim em Português corrente.  Algum leitor se Habilita????

Segue o famigerado email !!!

Confirmação de cadastro de número(s) telefônico(s)!

Prezado(a) PAULO MAYR CERQUEIRA 
foi efetuado cadastro no site oficial da FUNDAÇÃO PROCON-SP para bloqueio do recebimento de ligação de empresas de telemarketing.

Abaixo estão os dados de acesso ao site para confirmação do bloqueio dos telefones cadastrados. Para isso é necessário entrar no site do PROCON-SP em: http://www.procon.sp.gov.br/bloqueioTelef/ e no link correspondente digitar seu CPF e senha (Informados abaixo).
Ao entrar no sistema será possível realizar todas as operações necessárias para confirmação do bloqueio das ligações, cancelamento do bloqueio ou inclusão de novos números para bloqueio.

 

Consumidor: PAULO MAYR CERQUEIRA
Email Cadastrado:
paulomayr@uol.com.br
Login:CPF ou CNPJ cadastrado
Senha de acesso: xxxxxx

Atenciosamente.

FUNDAÇÃO PROCON-SP
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A isso é que eu chamo de META-INFERNO – O cidadão quer sair de um inferno e é enfiado em outro!!!

Leis que Parecem Brincadeiras!!!

O cidadão para ter sossego em casa e/ou no trabalho e não ser incomodado por inoportuníssimas ligações de telemarketing (aqueles chatos e chatas  que ficam tentando vender coisa ou fazendo propaganda por telefone) precisa cadastrar o número de sua linha   no Procon www.procon.cp.gov.br .  Assim estabelece Lei Estadual n. 13.226/08.  E mais, quem se inscrever/cadastrar  até amanhã  só estará protegido a partir de 1º de maio próximo. (Eu já me inscrevi)

Não seria muito mais lógico que a lei determinasse que apenas aqueles que não se incomodam em receber ligações de telemarketing se cadastrassem???

Quanto à Lei Anti-fumo do Governador José Serra, como ficou conhecida, a coisa chega a ser hilária.  Essa lei quer “proibir consumo de  cigarros e similares em todos os espaços coletivos do Estado de São Paulo, sejam eles públicos ou privados, “total ou parcialmente fechados em qualquer dos lados. Assim,  o fumo ficaria proibido Restaurantes, Lanchonetes, Praças de alimentação,Hotéis e pousadas Shopping centers, Instituições de saúde, Escolas, Táxis, Ambiente de trabalho, Área comum de condomínios e Bares”

“De acordo com o projeto,  proprietário ou responsável pelo espaço está autorizado a chamar a polícia em caso de descumprimento da lei por parte do fumante.  Além disso, está prevista multa ao proprietário, “interdição do estabelecimento ou até cassação da licença de funcionamento, nos termos do artigo 56 do Código de Defesa do Consumidor.”

Mais do que perfeito, mais do que justo!!! Quem quiser fumar que vá para a rua, para lugares abertos, enfim, para onde a lei permita.

Mas  entra oposição, que talvez queira fazer uma média com fumantes e donos de restaurantes, e propõe várias alternativas.  E aí, todo mundo já sabe o final da história.  Fica tudo como está: fumantes nadando de braçadas, dando baforadas a vontade e o resto que se dane!!!

Pelo jeito, é o que vai acontecer!!!

Sou novamente obrigado a apela parar o bordão do Boca:
O homem chegou à Lua há quase quarenta anos e aqui no Brasil legisladores ou sejam lá quem for não conseguem sequer redigir/aprovar leis que realmente protejam o cidadão.

Não Banho e Mesquinhez Inglesa

Meu post de anteontem sobre barbas, barbudos, banhos de banheiras e não banhos de ingleses recebeu  vários – para os padrões do Boca,  naturalmente – comentários.

Costumo responder cada comentário individualmente.  Para facilitar a coisa e também por  ter percebido que o assunto ingleses ainda não se esgotou,  retomo o tema; conto mais detalhes da minha experiência vivendo  na casa de  uma família classe média típica. Foi bem legal.  Mas notei que diversas coisas curiosas na rotina dos ingleses que também foram lembradas por alguns leitores. http://bocanotrombone.ig.com.br/2009/03/24/barbudos-x-barbeados-banheira-x-chuveiro/ 

Durante os dois meses que passei lá em Bournemouth, cidade ao sul da Inglaterra, próxima a Londres, viajei todos os fins de semana. (saia  sexta à tarde e voltava domingo para dormir). Assim, a questão dos três banhos semanais a que tinha direito foi ligeiramente amenizada.

Ainda no setor higiene,  jamais vi algum dos donos da casa (um casal, mais a filha) com cara de quem tivesse tomado banho.  O único contato que presenciei deles com a água não foi dos mais agradáveis. 

Uma  Uma noite, entro na cozinha e o que vejo???  O dono da casa lavando a cabeça na pia da cozinha.  Na volta ao Brasil, contei isso para meu pai, que comentou com um amigo nosso inglês.  Ele  garantiu que era normal, na Inglaterra, as pessoas lavarem a cabeça na pia da cozinha. O porquê disso não fica claro.  Como disse Caetano, “eu não consigo entender sua lógica.”  Entender ou não entender não tem importância.  Grave é usar a louça e comer comida lavada na pia que também serve para lavar cabeça,  e sabe-se lá se não deixei de ver coisas piores…

Um leitor do Boca fala, até de maneira rude, do mal cheiro das inglesas (leia no comentário do post de ontem)  Ele  está muito bem acompanhado. Famoso e prestigiadíssimo  personagem da política,  tido como mulherengo,  diplomata em Londres, ao responder a uma amiga se havia gostado das Inglesas, foi taxativo:

– São bonitinhas, mas muito mal lavadinhas…
 
Voltando à minha experiência com a família inglesa,  passo aos pequenos  truques, golpinhos que me aplicaram. 

Paguei aqui no Brasil uma determinada quantia para a Escola que freqüentei e outra quantia que foi diretamente para a família que me hospedou.

Está mais do que implícito que um quarto alugado durante o inverno em uma casa na Inglaterra tenha calefação.  Pois não é que a dona de casa me disse que a calefação não estava incluída e que eu deveria pagar.   Não quis brigar e concordei. Ela me deu o valor semanal da calefação. Argumentei que pretendia viajar todos os finais de semana e que preferiria pagar por noite a calefação, quando eu, de fato, estivesse usando.  Ela não concordou.  Cobrava sempre por sete noites, embora só ligasse cinco vezes por semana.

Eu e o Javier, mexicano que também estava ali hospedado,  éramos apenas meios de a dona de casa, landlady, reforçar o orçamento.  Nada além disso.

Perguntou-me ainda se eu queria que ela lavasse minha roupa e já foi logo dando o preço.  Falei que era coisa relativa: como ela já podia dar o preço sem saber quanta roupa seria?  Ela foi clara: esse preço é para a quantidade de roupa  que pessoa normal usa por semana : duas camisas, duas meias e duas cuecas. Agradeci e disse que eu mesmo levaria para a lavanderia.

Curioso é que mesmo quando queria ser simpática e mostrar eficiência, ela era seca e até meio rude.  Elogiei bastante os ovos mexidos do café da manhã. (scramble eggs, certamente escrevi errado) de lá. Imediatamente, me responde:

– Às terças e quintas  (lembro-me que eram exatamente esses os dias) tem.

Sou cara extremamente justo, o que é certo é certo e, como já disse e repeti, detesto desperdício.  A dona da casa pediu que avisasse sempre com antecedência quando fosse viajar no fim de semana, para que ela não comprasse comida para mim.  Perfeito.  Nada de desperdício.

Meu pacote de hospedagem compreendia: quarto de domingo a domingo,  café da manhã e jantar de segunda a sexta e as três refeições do sábado e do domingo. 

Como já  disse,  todos os fins de semana, viajei.  Ou seja, deixei de consumir sete refeições a cada fim-de-semana.  Passei lá seis semanas, logo foram  exatamente 42 refeições que, embora tenham sido pagas, não foram consumidas.
 
Uma noite, durante o jantar, ela me pergunta em que dia eu iria embora.  Falei que seria dali a dois sábados.  Ela diz:

– Pois bem,  o café da manhã do sábado em que você vai embora, você vai ter que me pagar porque a escola só me paga até sexta-feira.

Eu falava legal  inglês e entendi perfeitamente.  Mas, por segurança, confirmei em Portunhol com o mexicano Javier.  Pedi que não comentasse nada, mas lhe disse que iria denunciá-la para a escola. E a escola, muito provavelmente  iria descredenciá-la na mesma hora.  Se eu tivesse consumido todas as refeições previstas, perfeito que ela cobrasse essa extra. 

Detalhe: alguns brasileiros levam lembrancinhas típicas daqui, um anelzinho de água marinha e outras besteiras baratinhas para a dona da casa..  Eu havia levado  três quilos de café da melhor qualidade,  panela própria para esquentar a água, bule, coador e xícaras de porcelana pintadas a mão.  Isso não vem ao caso.  O que conta é que eu deixei de consumir 42 refeições e ela quis me cobrar um ovo, uma torrada e uma xícara de café (aliás, que eu havia lhe dado).

A história acaba assim: fui-me embora na 6. Feira.  Deixei barato, não denunciei na escola e  não teve o quebra-pau anunciado. Nesse momento em que escrevo, acho que agi mal: devia ter denunciado.

Ingleses não são efusivos, abraços e beijos não jorram por lá com parte de cumprimentos.  Mas é lógico que depois de conviver um mês e meio, por mais frio que sejam todos os envolvidos,  na despedida, apertam-se as mãos e até um beijinho e abraço  fazem parte da coisa. 

Eduardo e Marina, brasileiros que iam comigo ao Aeroporto e passaram em casa para me apanhar de táxi, ficaram impressionados porque, já dentro do táxi, limitei-me a um aceno com a cabeça de despedida.

Quatro anos após, morei cerca de quinze dias em casa de família americana.  180º  opostos.  Conto logo mais. 

Para terminar legal, a receita do fabuloso scramble eggs.

Ovos mexidos da Markham Road 103 – endereço da casa  da família em Bournemouth

Fazer uma torrada de pão de forma com manteiga.  Mantê-la quente.
Reservar.

Em uma panelinha pequena, derreter manteiga, quebrar um ovo e, quando começar a fritar, colocar uma colher de leite, diminuir o fogo, por sal e pimenta do reino.  Mexer e quando estiver no ponto (eu gosto mole) colocar sobre a torrada quente.   Comer acompanhado de  café forte servido na xícara grande.  É muito bom!!! Gotinhas de Tabasco, um pouco redundante, já que vai pimenta do reino,  também são bem-vindas (acho que agora bemvindo é tudo junto)!!!

POUPATEMPO RESPONDE AO BOCA E LEITORES

Solicitei à Assessoria de Imprensa do Poupatempo que lesse os dois posts sobre o assunto: Poupatempo – Poupa O que??? e Leitor dá o nome adequedo para o Serviço – Perde Tempo.( http://bocanotrombone.ig.com.br/2009/03/23/leitor-da-o-nome-adequado-para-o-servico-perde-tempo/ e  http://bocanotrombone.ig.com.br/2009/03/20/1568/

 publicados aqui no Boca e que se manifestasse, não só sobre o Post, como sobre os emails/comentários recebidos dos leitores.  Há pouco, chegou a resposta que publico abaixo.  Comentários sobre essa resposta, sobre o atendimento  são bem vindos aqui no Boca. Já Solicitações,  perguntas a respeito do próprio Poupatempo devem ser encaminhadas diretamente ao órgão.  Enquanto não é aprimorado o atendimento no 0800, fica o endereço de email através do qual recebi o texto abaixo. fpacheco@sp.gov.br

Espero que todas os tópicos apontados tenham sido corrigidos,  inclusive que mensagens automáticas, quer no site, quer no 0800,  passem a ser  ditas/escritas  em português inteligível.

A RESPOSTA DO POUPA TEMPO

Prezado Paulo Mayr,
Seguem esclarecimentos sobre questões discutidas em seu blog.
Sobre o Disque Poupatempo
Informamos que o sistema de teleatendimento ficou de fato sobrecarregado desde o período de alteração do sistema do Denatran, em Brasília, iniciado em 27 de fevereiro, o que elevou sensivelmente o número de usuários que buscaram o serviço – e ainda buscam – para obter informações sobre os serviços de Carteira de Habilitação. Este problema aconteceu em todo o país. No Estado de São Paulo, os cidadãos buscam o Disque Poupatempo para informações sobre este serviço, mesmo que o tenham realizado num órgão diferente como, por exemplo, na Sede do Detran, no caso da Capital, ou nas Ciretrans, no Interior.

Adiantamos que o Disque Poupatempo também está ampliando a sua capacidade de atendimento em face do aumento paulatino de demanda que vem sendo verificado com a entrada em operação dos novos postos de Osasco (julho/2008), Santos (outubro/2008) e São José do Rio Preto (fevereiro/2009). Assim, para manter o nível de qualidade no atendimento aos usuários que procuram o 0800, na semana passada foram contratados 55 novos atendentes, que suprirão a necessidade atual do Disque Poupatempo. Nesta semana este grupo está em treinamento, devendo iniciar atuação já a partir da próxima segunda-feira.

Desde sua implantação, em 1997, o Dique Poupatempo já realizou mais de 21 milhões de atendimentos. Este canal direto de atendimento da população também é apontado como um dos fatores que levaram a 98% dos usuários a aprovarem o Programa Poupatempo, de acordo com a mais recente pesquisa do Ibope, fechada em dezembro de 2008.
Sobre o site
Agradecemos suas observações, e informamos que foram feitas as devidas correções no texto. Os veículos de comunicação sabem que, quando se trabalha com um grande volume de informações e sua atualização diária, como no caso do Poupatempo, erros de redação acontecem.

Segundo a Ouvidoria da Prodesp/Poupatempo, na sexta-feira, data em que o senhor cita ter tentado enviar manifestação pela Internet, não havia problema algum com esta seção no site, que recebeu mensagens normalmente, como a sua, enviada às 17h56m03s, sob o protocolo 0101020090301108. (entretanto, até este exato instante, o Paoupatempo  não havia enviado qualquer resposta, menos ainda tentado alguma solução para o que apontava. Comentário do Boca)
Sobre os serviços de CNH
O atendimento para solicitação dos serviços de CNH está normalizado, tanto é que, apenas no mês de março, o sistema já emitiu cerca de 155 mil Carteiras. Entretanto, os prazos de entrega dos documentos nos Postos do Poupatempo ainda não retornaram ao praticado habitualmente – em até 4 horas – em função do volume de documentos que vem sendo emitido diariamente e de ajustes de implantação no sistema que interliga o Detran-SP e o Denatran.

A Prodesp, juntamente com o Serpro, está trabalhando intensamente para que esses ajustes sejam concluídos e o prazo de entrega da CNH nos Postos Poupatempo normalizado o mais breve possível.

No momento, o Poupatempo vem divulgando na Internet e nos Postos, diariamente, a lista com os nomes dos cidadãos cujos documentos já foram emitidos e estão prontos para retirada nos Postos, sendo que uma grande parte dessas CNHs já foi entregue. Por enquanto, o prazo máximo que está sendo informado aos cidadãos para retirada da CNH é de até 7 dias úteis.

Vale ressaltar que os ajustes de implantação no sistema de CNH, que estão sendo executados conjuntamente pela Prodesp e pelo Serpro, afetam algumas situações específicas, como a emissão de segunda via para quem ainda tem a Carteira de Habilitação antiga (sem foto) e para quem deseja fazer adição de categoria.

Atenciosamente,

 Assessoria de Comunicação do Poupatempo

Leitor dá o nome adequado para o serviço – PERDE TEMPO!!!

Com alguns dias de atraso (quase uma semana e depois de – paradoxalmente –  ter perdido muito tempo no 0800 do Poupa(???) Tempo )recebi pelo correio minha Carteira Nacional de Trâsito devidadmente renovada.  Mantenho tudo o que escrevi e, acho, inclusive, que  autoridade responsável pelo serviço deveria responder e dar uma satisfação aos leitores do Boca.  Essa autoridade deveria  verificar ou mandar verificar que  tudo que mencionei é verdadeiro e enumerar  as proviências que serão tomadas, principalmente em relação ao que apontei  quanto ao 0800.

Enquanto aguardamos improvável resposta, divirtam-se com o bem-humorado comentário do assíduo leitor do Boca e grande amigo – José Vaidergorn.

Lá vai:

Dom Paulo, bem vindo ao obscuro Perde-Tempo, malandragem inventada pelo Covas para maquiar um serviço que deveria ser bem feito nos seus lugares apropriados, além de ser obrigação do Estado que mantemos com os impostos abusivos, mas que se mostra inviável por conta da péssima gestão da grana que sobra para o serviço público – para onde vai o “dinheiro grosso” é um mistério…
Tenho más experiências com o Perde-Tempo. Só houve uma vez que compensou: no posto instalado no sub-solo de um shopping de Campinas, tem uma venda de livros da Imprensa Oficial do Estado, e enquanto esperava ser atendido num dos guichês, passei os olhos nos livros expostos e encontrei o Economia e Sociedade do Max Weber (2 volumes) com um preço que valeu comprar. Li nesse dia quase a metade do 1º volume até ser atendido (umas 200 páginas, letra miúda).
Bem que aquele sujeito de olheiras fundas que atende no Palácio dos Bandeirantes poderia ficar umas vezes na fila do Perde-Tempo para resolver alguma coisa. Quem sabe em 2012, ele entra na fila do seguro-desemprego.
Abração, tudo de bom!

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Observação do Boca:

Caro Zé, não se iluda e não esqueça nunca do que cantava, salvo engano, Eduardo Dusek.  Para o Serra  “se dança um Ministério, sempre pinta uma embaixada”.  E pra nós,  é só perda de tempo no Poupa Tempo e “meta perda de tempo”, pendurado no telefone do 0800 do PoupaTempo!!!

Cinema virou sinônimo de chateação

Carnaval aí, São Paulo vazia, bons filmes que concorrem ao Oscar em cartaz e…  perspectiva de inúmeros aborrecimentos. 

Conforme tenho lido em cartas de leitores e, pior, sentido na própria carne, a probabilidade  de você ir a um filme e desfrutar do sossego que a situação requer é a mesma de você jogar para o alto uma moeda e ela cair em pé. 

Ainda hoje, guia da Folha publica na pág 92 cinco cartas de leitores que foram ao cinema e só encontraram aborrecimentos:

Em uma sala, os aborrecimentos , segundo esses leitores, foram:

• Vizinhos de cadeira comendo pipoca fazendo barulho
• Flashes  de celular a todo instante sendo jogados em seus olhos,
• Cadeiras que dão sensação de que se vai cair para trás

Em outra sala:
• Ar condicionado com defeito
• Cadeiras fedidas e furadas ( parece até café 5 fs de padaria vagabunda: fraco, frio, fudido e tem formiga no fundo)
• Péssimo atendimento, e pipoca velha (para incomodar os vizinhos)
Na terceira sala:
• Cheiro de urina misturada com bolor
• Forrações soltas
• Cadeiras ensebadas
• Cadeiras furadas com cigarros

Na quarta e  última (graças a Deus, por hoje, pelo menos) sala:

Impossibilidade de ler letreiro pq (é isso mesmo) corrimão da escada fica no meio da tela
Esse problema, segundo o leitor, obrigou a sogra dele a assistir ao filme inteiro inclinada (transformaram a senhora em  uma pequena Torre de Pizza Humana. Como diria Billy Blanco, o que dá pra rir, dá pra chorar).

Sádicos que ainda não estejam satisfeitos podem ler outros posts do BOCA  NO TROMBONE sobre o mesmo assunto:
http://bocanotrombone.ig.com.br/2008/02/07/liberdade-e-uma-coisa-barbarie-e-outra/

http://bocanotrombone.ig.com.br/2009/01/13/sem-educacao-infernizando-no-cinema/

Como vai dar para a perceber,  um mesmo cinema, aliás bem  conceituado, foi alvo de carta de freqüentador insatisfeito na ocasião em que eu escrevi o post anterior e continua causando aborrecimento, segundo relata  uma das cartas citadas no começo deste texto.

Boca no Trombone deseja  Carnaval com o mínimo de aborrecimentos possível para todos nós;  muitos dos quais passamos  quase duas horas em filas de banco hoje, apesar de haver a lei de que a espera não pode ser superior a 30 (salvo engano) minutos.  Essa lei, como diria minha professora francesa, não pegou.

O Cliente Nunca Tem Razão

É curiosa a tranqüilidade  com que responsáveis por restaurantes, bares e casas de diversão  respondem em jornais e revistas cartas de  clientes insatisfeitos.  O cidadão enfrenta transtorno quando procura (e paga caro) lazer.  Depois de tudo isso, ainda tem paciência para escrever e encaminhar carta  para imprensa especializada.  E o que ele e os demais leitores recebem???  As respostas mais automáticas, inóspitas e insípidas   possíveis, sempre isentando o estabelecimento de qualquer culpa. 

A Guia da Folha de hoje traz caso típico na pág. 92. Consumidor relata que foi a determinado restaurante com a família comemorar seu aniversário.  Diz ele que a comida chegou à mesa “totalmente gelada. Meu prato, que deveria conter lascas de bacalhau e brócolis, não possuía quase nenhum bacalhau.  Havia somente a verdura fria e batata doce.”  Ele conta ainda que gastou R$ 368,72 (não fala quantas pessoas eram), saiu com fome e o garçon sequer pediu desculpas.  Na resposta publicada, o gerente geral da casa diz que lamenta ocorrido e que o fato não faz parte do padrão da casa e termina: “sabemos que os momentos são insubstituíveis e nos desculpamos.”

Pensar em convidar o cliente para novo jantar  de cortesia nem deve passar pela cabeça do responsável.  Certamente é por isso que ele já explica que o momento era insubstituível.

Há algum tempo, leitor da editoria de restaurantes de uma publicação comentava exatamente a mesma coisa que eu relato e se admirava que continuasse havendo público para restaurantes que davam respostas tão inadequadas  para  clientes insatisfeitos.  Afirmava que ele nunca mais voltava ou ia a esses lugares que davam respostas evasivas, sempre se esquivando de qualquer responsabilidade.  Muito antes de ler tal carta, também sempre tomei a mesma atitude.

Famoso e sofisticado jornalista da imprensa paulistana deu conselho sábio que igualmente sempre adotei, mesmo antes de ter lido seu artigo.Escreveu  ele que se deve escolher cerca de cinco bons restaurantes (um para carne, outro para massas, outro para comida japonesa, um para pizzas e mais um ou dois outros) e freqüentar sempre esses mesmos lugares.

Quero distância dos restaurantes dos ditos Jardins, onde as mesas são minúsculas, as porções incapazes de matar a fome de uma criança ou de um bebê e os preços para milionários.  Isso sem contar que muitas vezes garçons e maitres são temperamentais como se fossem gênios  das artes.   Esses funcionários  temperamentais, entretanto, são só sorrisos e gentilezas para os freqüentadores assíduas do lugar ou então para o que hoje se convencionou chamar celebridade!!!

Por falta de inspiração, termino com gracinha da moda, um paradoxo para cara que como eu tanto detesta modismo:  “dentro desses lugares, por favor, me incluam fora”

Big Brother, Um verdadeiro Nada

Começou mais um Big Brother, um verdadeiro nada, sem querer ofender nenhuma das palavras – um, verdadeiro e nada – usadas aqui para definir imbecilidade tão grande.

Ingênuo, antes eu calculava que a Globo economizava uma fortuna. Ao invés de arcar com custos de produção de programas tradicionais, cachês de artistas e demais gastos,  pensava eu,  bastava dar uma gratificação infinitamente mais  minguadinha para os, na linguagem da Globo, “brothers” and “sisters” e beleza – o circo tava armado.  Isso foi o que pensei em um primeiro momento.

Tem mais.

Além de economizar a tal fortuna,  o faturamento da Globo  é fabuloso, uma vez que o telespectador desse tipo de espetáculo é muito participativo e se orgulha de  registrar seu voto durante a série.  Para isso,  cada telespectador paga uma pequena quantia cada vez que se manifesta por telefone.  Muito lógico: certamente o telespectador tem muito dinheiro  e a Globo, coitadinha, fatura essa graninha de cada um.
 
Leia o texto abaixo do site Big Brother
http://bbb.globo.com/BBB9/Noticias/0,,MUL955388-16397,00-NEWTON+E+RALF+QUEREM+PEGAR+SOL+MAS+NAO+AGUENTAM+O+CALOR.html

Ralf e Newton tomam sol depois do almoço – Título
“Será que o protetor solar que coloquei antes do almoço vai resistir?”, pergunta Ralf. Após almoçar, ele e Newton seguem para a piscina e tentam deitar na espreguiçadeira para tomar sol. Mas os brothers não aguentam o calor”.
*Obs do Boca – Tentam deitar.  Deitar deve exigir muito talento…
Perdão por interromper, continue.

“Newton fica andando no sol, enquanto Ralf coloca o roupão em cima da espreguiçadeira de tecido preto e deita. Mirla também chega na varanda, mas prefere ficar na sombra”

Ler os dois parágrafos acima já causa desconforto, imagine assistir às cenas, como se falava antigamente – ao vivo e em cores…

Repetindo, classificar isso de verdadeiro nada trata-se de ofensa a essas três palavras.

Quando eu era criança,  dizia-se que para cada sujeito esperto que nascia, nasciam dez trouxas.  Basta fazer as contas da audiência do Big Brother  e dividir por todos os envolvidos na produção e no faturamento do Big Brother para se constatar que os espertos estão nadando de braçada…

Como já deu para perceber através de alguns textos anteriores, sou apaixonado pelo Brasil e pelos brasileiros.  Entretanto,  assistir a uma instituição   como essa molilizando o que mobiliza  e se calar, não seria honesto da minha parte!!!

Sem-Educação Infernizando no Cinema

O radialista João Carlos Rodrigues escreve carta para o Guia da Folha (9 a 15 de Janeiro de 2009) afirmando que “assistir aos filmes no HSBC Belas Artes está se transformando em programa ingrato para quem quer ver  obras-primas em silêncio”.  Ele relata que na sessão Cineclube de 1/12 duas mulheres conversavam e não atendiam  aos seus pedidos de silêncio.  Ele estranha ainda os outros espectadores não terem pedido para  que elas se calassem.  João Carlos propõe que se faça uma campanha “pedindo bom senso e mais educação”.  André Sturn, diretor de programação do cinema, afirma o incontestável:   esse problema está se tornando freqüente em todas as salas.  Ele explica (é fato) que algumas empresas exibidoras estão apresentando vinhetas antes de o filme começar pedindo silêncio.  Finalmente, André Sturn, mesmo sabendo que de nada vai adiantar, suponho eu,  diz que  exibirá a carta do leitor no painel de recortes e críticas de filmes que existe no saguão do Cinema.

Ingenuidade total, uma vez que seria como acreditar em cegonhas sonhar que búfalos que conversam em cinemas  vão ler cartas de leitor a respeito do assunto.  Acreditar que essa carta será respeitada chega a ser uma piada.  Há quase um ano, publiquei texto abaixo sobre o mesmo assunto.  Sem falsa modéstia, suponho que minha sugestão seria bem mais eficaz do que propõe o atencioso e sonhador gerente do Belas Artes.  Leia e opine.

Quem quiser o link, lá vai: http://bocanotrombone.ig.com.br/2008/02/07/liberdade-e-uma-coisa-barbarie-e-outra/
Quem quiser ler direto, lá vai:

Liberdade é uma coisa, barbárie é outra
Publicado aqui no Boca em 7/2/08

As salas de cinema e de teatro cumprem a lei e antes do início de cada sessão informam a respeito de hidrantes, saídas de emergência e da proibição de fumar. Solicitam ainda que a platéia permaneça em silêncio, desligue os celulares e não faça barulho.

Acontece que a falta de educação e a falta de respeito pelo próximo imperam e essas solicitações de nada adiantam. A platéia imagina que quando os atores estão em silêncio é a deixa para bater papo com o amigo, namorada e começa a conversar como se estivesse em uma sala de visitas, no mesmo volume de voz, inclusive. Muitos esquecem de desligar o celular e, acreditem, atendem o celular sem a menor cerimônia. Nessa selva, certamente o búfalo (elemento grosseiro, verdadeiro bárbaro, no mau sentido) que se limita a mandar jatos de luz no olho do vizinho a cada dois minutos para verificar quem ligou, considera-se verdadeiro príncipe, de tão educado.

Um conhecido meu que freqüenta círculos endinheirados atribui a falta de educação ao fato de as crianças não serem mais educadas pelas mães e pais e sim pelas babás. Sendo ou não as babás responsáveis, o certo é que abusos continuados não podem ser admitidos. Vítimas de uma barbárie rapidinha (rapidinha pra barbárie é curioso, né???; rapidinha combina muito mais com substantivo imensamente mais saboroso) todos nós somos o dia inteiro e a maioria nem se dá conta. Agora, agüentar o búfalo ao seu lado durante duas horas, conversando, fazendo barulho com papel de bala e de pipoca, mandando jatos de luz no seu olho a cada cinco minutos, apesar de acontecer em todas as sessões de cinema e de teatro, é demais e deveria ser mesmo proibido.
Curioso que numa época em que seguranças imensos fardados de ternos pretos circulam por todo lugar o tempo todo, nas salas de cinema não exista um único funcionário para reprimir e até mesmo expulsar aqueles que incomodam. Se for complicado explicar para o segurança o que incomoda, basta fazer que ele assista àquele filminho de proibições que já existe e dar autoridade para ele expulsar da sala quem estiver desobedecendo o que diz o filminho.

Saída mais divertida também existe, mas julgo que não fará o menor efeito. Alguma cadeia de cinema poderia lançar um concurso para escolher o roteiro de um filme/animação de um ou dois minutos que ridicularizasse ao máximo esses bárbaros que tanto incomodam nos cinemas e nos teatros. O autor do roteiro premiado teria a produção do filme e honorários bancados pelo promotor do concurso. A cada tantos meses, poderia ser produzido um novo filme com o mesmo intuito. Para baratear a coisa, uma ou mais cadeia de salas de cinema/teatro poderia (m) patrocinar essa iniciativa.
Esse filme seria exibido sempre antes do início de cada sessão. Segurança de terno preto do tamanho de um armário estaria de prontidão em todas as sessões apenas para lembrar que o filminho é para valer. Aliás, deve fazer parte do roteiro do filme que o anúncio é sério e um segurança está ali para provar isso.
Não me venha ninguém dizer/escrever que minha idéia é de ditador, de nego autoritário, de cara mal humorado. Quem me conhece sabe que não sou nada disso. O que sugiro é o mínimo dos mínimos. E digo mais, sem querer ser megalomaníaco: algum órgão do governo, ligado à educação, deveria até me mandar um email agradecendo pelo texto.

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Bote a Boca no Trombone

Sem querer polemizar com o Belas Artes, cinema que admiro bastante,  convido os  leitores, principalmente aqueles que gostam de cinema, a se manifestar se acreditam mais nos  anúncios expostos no mural de recortes do cinema  ou na minha idéia do filminho.  Filminho reforçado por Seguranças-Armários, naturalmente, já que búfalos só entendem a força bruta e concreta!!!!

O Melhor e o Pior Negócio do Mundo

Uma definição engraçada do que seria o melhor negócio do mundo diz que é comprar algumas pessoas pelo preço que elas valem e vender pelo preço que  essas mesmas pessoas julgam valer. 

Há diversos outros ótimos negócios.  Os Estados Unidos, por exemplo,  teriam comprado o território do Alasca – muito rico em petróleo –  por uma bagatela.

Já o pior negócio do mundo, sem a menor sombra de dúvida,  foi imposto pela TV Bandeirantes aos seus telespectadores (espero que seja temporária a mudança).  A emissora substituiu o fabuloso e divertidíssimo programa CQC,  comandado pelos talentosos  Marcelo Tas, Rafinha Bastos e Marcos Luque, com a participação de outros igualmente excelentes profissionais,  que ia ao ar às segundas-feiras, por volta das 22,30 hs – por OTÁVIO MESQUITA.  Não vou colocar qualquer adjetivo para não complicar.

Talvez exista o contrário da definição Negócio da China.  Se existir, cairia como uma luva para o caso.