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Quem Fala Mal do Galvão, Não Ficaria Ali nem Por Um Milhão!!! Foras Fabulosos!!!

Ao se reunir diante da televisão quartas-feiras à noite, às vezes sábados, e nas tardes de domingo, fica claro que a imensa maioria tem dois motivos:  assistir ao jogo e falar mal do Galvão Bueno.  Galvão, muitas vezes, emprega pleonasmo, fala uma redundância para dar  colorido na linguagem.  Aí começam os comentários mais óbvios.  Se o Galvão diz, por exemplo, a bola caiu de cima na cabeça do jogador, sempre tem algum infeliz para retrucar:

– Não, ela não caiu de cima; caiu de baixo (separado mesmo)!!!

Aguento uns três comentários infelizes desses.  No quarto, digo com certa contundência.

– Imagine eu e você falando 90 minutos sem parar.  Quanta besteira que a gente não diria!!!      (Finjo solidariedade  equiparando-me  ao infeliz para amenizar a coisa)

É óbvio!!! E ainda digo que se o Galvão fosse esse bobinho que esses pegadores no pé julgam, não estaria há tanto tempo onde está.

Eventualmente, dá uns foras.  Mas querer que um comentarista não dê fora é o mesmo que esperar que um encanador nunca  se molhe ou que um artista de circo  jamais derrube um malabares!!!

Dois foras muito divertidos que presenciei.  Um deles pela televisão e o outro ao vivo, no show do cara.

Corria um boato que aquele apresentador, super experiente,  um dos principais de sua época, já falecido, estava enfrentando problemas na emissora, seria demitido ou iria se demitir.   No seu programa, mais que dar sua versão, deu um belo fora; no mesmo instante corrigiu, mas o fora já tava para fora – nada havia para ser feito.

– É tudo boato que eu estou  saindo dessa emissora.  Ontem mesmo eu e o presidente tivemos uma conversa de branco.

Tentou se corrigir:

– Quero dizer, uma conversa franca…

Mas já era.

Formidável e loquaz cantor nordestino fazia  temporada em S. Paulo.  Certamente estava se hospedando naquele hotel por conta de permuta, patrocínio do show.  Pois não é que o artista sai com esse comentário:

– Ah, eu estou aqui muito bem instalado.  Eu tô naquele hotel onde matam governador!!! (menos de um mês antes, político fora assassinado dentro desse hotel).

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Quem quiser ler texto anterior sobre Galvão Bueno, o bom moço Kaká e, de quebra, barbárie de Big Brother, clique aqui

Chamie e o Pé na Bunda (literal) do Crítico

O poeta, intelectual, ex-secretário da Cultura, Mário Chamie morreu hoje.  Tinha 78 anos; desde 4.feira última estava internado no  hospital Oswaldo Cruz.

É saudável lembrar episódio divertido de uma pessoa que acaba de morrer.  Certamente ele tinha muitas histórias  para contar.  Conheço uma que ouvi de algumas fontes, portanto deve ser verdadeira.   Famoso crítico de pena ferina da imprensa paulistana lançava suas ironias e sarcasmo para todos os lados, inclusive para os de Chamie.

Chamie vê o crítico em uma festa.   Naquelas últimas semanas,  principalmente, o crítico estava atormentando-o com notinhas impiedosas sistemáticas.  Ele não teve dúvida:  aproxima-se e dá um chute na bunda do cara, aliás, bem maior do que ele.

Secretário Chamie, contenha essa síndrome de pernas inquietas aí em cima, hein!!!

Parada Gay, Historinha Engraçada

Frequentemente tropeça-se por aí com placas que anunciam:  Loja dos Pregos, Desde 2009, como se dois anos representassem imensa tradição.  Isso quando não é o Since, no lugar do desde.

Se o que começou anteontem é considerado antigo,  o Boca já tem dois marcos: a historinha que publica às vésperas da Parada Gay e a Frase que precede o dia da Consciência Negra.  Ambas repetidas aqui há uns quatro anos.

Como rir é coisa saudável, e para manter a “tradição”, lá vai  uma vez mais :

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Parada Gay, poucos anos atrás. Desde a primeira, fui a algumas edições. Som legal, muita alegria e, além de tudo, não custa nada prestigiar. Lembro-me quando queriam bater o récorde mundial de público. Além do som, havia a meta a ser cumprida. Fui até mais para fazer número e ajudar no récorde, que acabou mesmo sendo batido.

Pois bem, em uma das vezes, de dentro do carro, perto da Rua Cubatão, onde, segundo meus cálculos, deveria estar a marcha naquele momento, pergunto para um grupo de gays que vinha caminhando se o pessoal ainda permanecia pelas redondezas. Eles me informam que a marcha já devia ter chegado ao ponto final, na República, onde seriam encerrados os festejos.

Pensando em voz alta, lastimo. Um deles consola:

– Não desiste não. Corre lá, quem sabe cê ainda não arranja um namoradinho!!!

Divertindo-me muito, nos dias seguintes, contei para todo mundo o episódio.

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Há três anos ia com minha namorada.   Ano passado (namorada já era)  fui  sozinho.  Não que eu ligue para a torcida, mas convidei amiga para ir comigo depois de amanhã.  Ela não quis.  MAIS UMA VEZ VOU SOZINHO E, SEM QUALQUER PRECONCEITO,  VOLTAR SOZINHO!!!

A Morte nos Versos de Millôr e na Piada Popular

Mais uma vez (e vou repetir muito isso daqui pra frente), lanço mão da sabedoria e versatilidade do Millôr.

POESIA   MELANCÓLICA   OLHANDO  UM    LIVRINHO   DE   ENDEREÇOS – Millôr Fernandes

Caderninho preto

(Espécie de Anais)

Onde estão escritos

Todos os locais

Em que os amigos

Já não moram mais

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Naquela semana, alguns anos atrás, tinha contado para o meu pai piadinha muito boa.  Lá vai:

A maior preocupação de dois jovens que jogavam muito bem futebol era descobrir se havia futebol após a morte.  Assim, eles combinaram que o primeiro que morresse iria se empenhar para de alguma forma aparecer e avisar para o outro se havia ou não futebol.  Um deles morreu muito cedo e cumpriu a promessa.  Apareceu para o outro e contou:

– Legal, meu,  lá tem futebol.

O que ainda estava por aqui ficou eufórico.  O outro concluiu:

– E você já está escalado para o jogo do próximo  mês !!!

Pois bem, eu e meu pai  estávamos de carro  na região do Estádio do Morumby.  A cada rua que eu entrava, ele lia o nome e dizia:

– Esse aí era juiz quando eu comecei a advogar.     (como se sabe, só pessoas mortas podem dar nomes às ruas).

Virava um esquina, e meu pai:

– Esse formou-se no ano em que entrei na faculdade.

No terceira ou quarta rua batizada com colegas dele que já estavam no andar de cima, como o rapaz da piada, eu disse:

– Pai.  Pára com isso.  Daqui a pouco um deles vai aparecer e dizer assim:

– Hiram, já estamos polindo a placa da sua rua.

Contei para uma sobrinha e ela morreu de rir.

Millôr Matando a Pau, Sempre!!!

CONVERSA  ANTIGA- MILLÔR  FERNANDES

(…)

Ah que tempos, Dona Santa!

– E que moral, seu Moreira!

Eu aqui onde me vê

Lavo e passo meio dia

Fico o resto na cozinha

Enquanto minha filhinha…

Juventude transviada!

– Eu nunca pensei viver.

Em era tão desregrada

– Ah, não me faça falar,

Se continuar assim

Onde é que vamos parar?

– Que modos, que roubalheira

Que moral, dona Santinha!

– No meu tempo de  solteira

O mundo viria abaixo

com metade disso aí.

Quanta falta de juízo!

– Até as roupas, me diga,

Voltamos ao Paraíso!

– Isso mesmo, seu Moreira;

Aqui mesmo, essa vizinha,

Vai à Praia nuazinha.

– Não há mais respeito ao próximo:

E sem Falar na Política!

Ah, isso, então, seu Moreira,

Falar é até besteira.

O Tempo dos conselheiros,

Dignidade, nobreza.

–  E o Senado, que grandeza!

– Hoje só há maroteira.

– Ah, que tempos, dona Santa!

– Ah, que moral, seu Moreira

(E assim por Diante)

INCREDULIDADE – MILLÔR  FERNANDES

Poesia com quase certeza

Político rico

ex-abrupto

vem me dizer que não é

corrupto

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Adivinhe de quando são os poemas!!!  Não olhe para baixo, empenhe-se em adivinhar.

CONVERSA   ANTIGA – 1950;  INCREDULIDADE – 1954.

Bobinhos todos aqueles que pensam que  escândalos são coisas recentes, inéditas e/ou exclusivas de políticos brasileiros.

Escrevi,  menos de um mês atrás:

Agora é Palocci quem  aparece no noticiário como tendo multiplicado seu patrimônio por 20 em quatro anos.

Quase todos que  ocupam   um cargão  sempre enriquecem  muito.  Não é de hoje e não é só no Brasil.  Porque é comum não quer dizer que está certo. É só um fato.

As provas.

  • Político brasileiro importante, muito respeitado, sobre quem jamais  pairou  a menor dúvida, conhecido como professor universitário,  que ocupou cargo importante na década de 50, nasceu em um casa ultra modesta de dois ou três  metros de frente.   Ao morrer, entre os bens que deixou,  havia uma fabulosa fazenda no Interior de São Paulo,  na qual já me hospedei quando era do dono anterior.
  • O político/astro de cinema Ronald Regan,  ao deixar a presidência dos Estados Unidos, ganhou uma mansão de alguns milhões de dólares.  Terá sido por conta dos relevantes serviços prestados à arte cinematográfica americana???”

Digo brincando.  Sou como o Chacrinha: ouça o que eu digo porque o que eu digo não tem nos livros!!!  Estão aí poesia/verso  de Millôr mostrando que o que eu digo não está  tão errado assim.

Quando a direita babona e raivosa vem espumando a falar besteira,  lembro-me de frase ótima, também  do Millôr que, pretensioso, suponho tê-la tornado ainda  mais contundente. Lá vai:

(…) “um cara muito opinativoraramente tem opinião própria (Millôr)” – e o mais grave: escolhe sempre ser porta-voz do que há de pior.

Milionários e suas Mulheraças

Olacyr de Moraes, aos 80 anos, volta ao noticiário com novo negócio milionário e, como sempre, na companhia de uma jovem. 

As mulheres  de Olacyr  fazem lembrar de outro empresário, também famoso  por andar sempre acompanhado por jovens muito bonitas e muito jovens.  Esse outro empresário tinha defeitos físicos e usava muletas.

Ele estava em uma ilha com diversos amigos, com uma mulher deslumbrante.  Recebeu um telefonema e teve que vir a São Paulo.  A jovem ficou na ilha. 

Dois dias depois, resolvida a situação em São Paulo, retoma suas férias.  Ao chegar, seus amigos dizem estar muito contentes por ele estar de volta.

Rindo e bem humorado, responde:

– Contentes  nada!! Vocês queriam era ver as minhas muletinhas boiando!!!

Deixa Dormir em Paz

Torcida de futebol e esperteza parecem andar junto.
Apenas parecem.

Na transmissão do jogo de ontem pela TV Globo, comentou-se que corintianos teriam ido na véspera ao Hotel em que se hospedara a equipe do Sport para fazer barulho impedindo-a de dormir, com o objetivo de prejudicar o rendimento do adversário em campo. Sou corintiano mas reconheço o óbvio: trata-se de uma babaquice absurda; na verdade, imensa imbecilidade . Os pernambucanos, ainda segundo o que foi dito durante o jogo, prometeram retribuir a coisa na véspera da partida da semana que vem.

Europeu, conhecido de uma amiga de quem fui padrinho de casamento, provava, quase que matematicamente, que essa obsessão por levar vantagem é mesmo uma imensa burrice. Dizia ele:

– Vocês são engraçados. O patrão paga um salário de fome com o qual o empregado, por mais mágica que faça, não vai conseguir sobreviver. O patrão está certo de que é esperto e engana o empregado. Naturalmente o empregado, também se julgando espertíssimo, terá que arranjar mais uma meia dúzia de bicos para fechar a conta no fim do mês.

Continuava ele:

– Ora, o empregado vai arranjar esses bicos. Muita energia que poderia estar sendo usada em um só emprego é despendida enquanto o empregado pula de um canto para outro, está com a cabeça nos bicos que tem que cumprir e assim vai. Vocês todos se acham espertos demais, mas não é nada difícil perceber que o adjetivo mais próprio é outro. Isso é ser muito burro!!

É obvio que torcedores imbecis que se julgam espertos porque prejudicam o sono e descanso do adversário, estão prejudicando a si próprios e todos aqueles que assistem ao jogo. Ao invés de termos dois jogos bons, teremos sempre um dos dois times se arrastando em campo porque não pode dormir na véspera.

Só para concluir, ainda a respeito de torcida, cena curiosa. Há mais de vinte e cinco anos, em uma final, entre Corinthians e Palmeiras, um jovem palmeirense estava nas cadeiras numeradas do Morumbi, cercado de corintianos. O cara torceu a vontade, o Palmeiras ganhou o jogo e o campeonato. Ninguém hostilizou o rapaz. Pois não é que na hora em que ele se levanta, vejo que estava o tempo inteiro sentado sobre uma bandeira do Corinthians. Surpreso, perguntei para que time ele torcia, afinal de contas. Ele reiterou ser Palmeirense, mas disse que a bandeira do Corinthians era apenas um disfarce para se proteger de corinthianos vândalos. E olha que isso aconteceu há vinte anos!!! Esse jovem, hoje homem feito, certamente não chega nem no portão de casa em dias de clássico. Tá certíssimo ele!!! Faz séculos que também não vou ao Estádio.

Repetindo meu bordão, os vêndalos/búfalos, sempre impunes, têm liberdade absolutamente irrestrita e solapam os direitos mais rudimentares de toda a sociedade.

Prostitutas e Filhos

Usar prostíbulos para lavar dinheiro da corrupção me faz lembrar história divertida.

O Mugui era a boate na Augusta pobre, no começo dos anos 70, onde, como dizia Juca Chaves, os meninos maus das famílias boas iam encontrar as meninas boas das famílias más (meninas é eufemismo meu , já que se tratava mesmo de profissionais; profissionais bem jovens, em início de carreira, mas profissionais). Pois bem, no Mugui, Moria, meu grande amigo até hoje, sujeito boa pinta e de boa prosa, travava animado papo com uma delas. A moça boa, também tinha boa conversa e, ao que tudo indicava, não era de família tão má quanto preconizava Juca Chaves.

Meu amigo, então, quis saber como ela explicava pro pai a grana que ganhava e que lhe permitia levar o vidão que levava. Tal qual os políticos que recentemente usaram coisa menos ilegal para justificar coisa muito ilegal, corrupção braba em bom português, a moça foi taxativa:

– Eu digo pra ele que sou contrabandista.

Como se vê, o artifício das prostitutas de outrora são semelhantes aos usados pelos filhos delas de hoje!!!

Parada Gay, historinha engraçada

Parada Gay, poucos anos atrás. Desde a primeira, fui a algumas edições. Som legal, muita alegria e, além de tudo, não custa nada prestigiar. Lembro-me quando queriam bater o récorde mundial de público. Além do som, havia a meta a ser cumprida. Fui até mais para fazer número e ajudar no récorde, que acabou mesmo sendo batido.

Pois bem, em uma das vezes, de dentro do carro, perto da Rua Cubatão, onde, segundo meus cáulculos, deveria estar a marcha naquele momento, pergunto para um grupo de gays que vinha caminhando se o pessoal ainda permanecia pelas redondezas. Eles me informam que a marcha já devia ter chegado ao ponto final, na República, onde seriam encerrados os festejos.

Pensando em voz alta, lastimo. Um deles consola:

– Não desiste não. Corre lá, quem sabe cê ainda não arranja um namoradinho!!!

Divertindo-me muito, nos dias seguintes, contei para todo mundo o episódio.

Embora pouco esteja ligando para o que pensem ou não pensem de mim, por via das dúvidas, na parada de amanhã, vou junto com a minha namorada.

EDMUNDO

De 21.09.06

Segunda-feira, há alguns anos, por volta das 13 horas.

No Domingo, o Edmundo fora expulso com toda a pompa que seu nome requer. Muitas pernadas pra todo lado, um monte de polícia pra retirá-lo do campo, mais tentativas de pernadas nos policiais e assim por diante. Não tenho nada contra esportistas irreverentes, audaciosos e temperamentais. Pelo contrário, sou fã do John McEnroe, Nélson Piquet, entre outros. Também admiro esportistas bem comportados, é verdade. Aliás, faço restrição a poucas celebridades. Jogador de futebol, propriamente dito, só me lembro de um que realmente não agüento. Um dia posso escrever alguns episódios sobre ele.

Voltando ao Edmundo e àquela segunda-feira.

Estava com meu pai em um super-mercado de porte médio. Meu pai foi pagar as contas dele em um caixa e eu estava no caixa diametralmente Oposto. Meu pai é um homem de 85 anos, de ótima cabeça e das pessoas mais educadas do mundo. Fala muito alto, como todo velho, é verdade. Apesar de extremamente educado e tratar os humildes com imensa consideração (aliás, trata bem todo mundo), vira uma verdadeira fera se é alvo de qualquer arrogância e ou estupidez. E parece que arrogância e estupidez eram os grandes atributos do gerente que foi atendê-lo.

Pois bem, meu pai não deixou barato. Com toda a razão, começou a gritar e a esbravejar com o tal gerente.

A moça do Caixa que estava me atendendo falou rindo para todos à sua volta:

– Ih gente, olha lá o Pai do Edmundo!!!!!!

Peguei meu troco às gargalhadas com a definição da mulher. Sem dizer nada, evidentemente.

Meu pai se diverte até hoje contando essa história para todo mundo. Eu, por minha vez, ganhei um irmão famoso!!!!!!!!!!!!!!!