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Barbudos x barbeados; banheira x chuveiro

Vejo na Internet que na Alemanha um sujeito esculpiu uma pequena Motocicleta na sua vasta (suponho pq a foto não é muito clara) barba e me lembro de fato curioso.  Passei, há muitos anos, temporada na Inglaterra vivendo em  casa de Ingleses, pagando pela hospedagem, naturalmente. 

Sou absolutamente contra o desperdício, mas também não suporto a mesquinhez.  Pos bem, eram permitidos três banhos por semana.  E banho de banheira.  É raríssimo o dia em que não tomo dois banhos.  Imaginem meu desconforto!!!

Elisa, inteligente jovem brasileira que estava comigo, para justificar quão extemporâneo é o banho de banheira dizia:  “é lógico que o primeiro banho que o homem tomou não foi parecido com um banho de chuveiro e sim com uma banheira – banho de rio, lagoa ou mar”.  Os chatos de plantão podem argumentar que foi um banho de chuva.  Vá lá!!!  Ou seja, é muito mais moderno/civilizado (para usar uma palavra de que gosto) o banho de chuveiro.  Quanto a ser mais higienênico, nem se fala!!!

Uso mais ou menos o mesmo raciocínio para defender os barbeados. É lógico (e aí, não dá pra discutir) que os primeiro homens eram barbudos e não barbeados!!!

Se isso tem alguma importância,  não sei.  Em princípio, não.  Mas se limitassem meus banhos a três por semana e ainda confiscassem meu aparelho de barbear de  três lâminas acho que preferiria a morte.

Poupatempo- Poupa o que???

Com quase dois meses de antecedência ao vencimento de minha Carteira Nacional de Trânsito, fui ao Poupatempo da Sé para tratar da renovação, levando todos os documentos necessários: foto, aprovação no exame médico e na tal provinha teórica, entre outros.

Fui bem atendido pelo funcionário.  Ele me disse que se eu pagasse pequena taxa adicional receberia o documento pelo correio, logo após o dia 16 de março, última segunda-feira.  Paguei a taxa.

Desde quarta-feira, 18/3, ligo para o  DISQUE POUPATEMPO 0800 772 3633.  Todas às vezes, a mensagem eletrônica deu as boas vindas e avisou: “a mensagem está sendo gravada para o aprimoramento de nossos serviços.  No momento, todas as nossas posições estão em atendimento.  Por favor, tente mais tarde.” E a linha cai.

Por partes:  Posições em atendimento???  Que língua é essa???

Não seria muito mais lógico e pouparia tempo, informar de cara, (na língua que fosse) “que as posições estão em atendimento” ao invés de dizer que a mensagem (suponho que seja a conversa que o cidadão terá com o funcionário do Poupatempo) será gravada, quando não haverá mensagem/conversa alguma???

Não terminaram nem o calvário e a falta de bom senso.

Aí entrei no site do Poupa Tempo.  Há um link para  CNH emitidas – Postos Poupatempo disponibilizam listas das CNHs emitidas  disponíveis para retirada.  Mais uma vez, por partes:

• Por que disponiblizam ao invés informam/fornecem/apresentam???
É mais chique???

Disponibilizam listas das cnhs emitidas disponínveis.
É de doer nos olhos!!!

Bom, esses detalhes podem ser considerados frescuras desse sujeito cheio de idiossincrasias que sou eu.  Mas, passando para o concreto.

Entro no link que “disponibilizam as listas disponíveis” e constato que, embora prometido, meu nome não está lá.  Suponho que, apesar da promessa de que receberia minha carteira logo após o dia 16 de março, ela sequer foi emitida/impressa.

Pacientemente, entro no campo que existe para reclamações, sugestões e críticas e redijo texto claro a respeito dos percalços que venho enfrentando.  Acabo de digitar e vejo que não há qualquer lugar, botão para que  usuário/ (cidadão??)clique e envie o  que escreveu.  Faço algumas tentativas (uso computador há mais de 30 anos, desde os tempos dos computadores de 8 bits).  Aparece uma mensagem de erro, escrita em inglês técnico,  informando, segundo deduzi, que minha mensagem não foi enviada.

Há três dias tento alguma informação e estou no Marco Zero.  Talvez seja por ter escolhido o Posto  da Praça da Sé.

Qual é mesmo o nome com que esse serviço foi Batizado???

Poupa Tempo???

É só pra saber!!!

Turismo – A Galinha dos ovos de ouro sobrevive???

Dois albergues, com 49 turistas estrangeiros  ao todo, foram assaltados no Rio de Janeiro  nos últimos dois dias.  Em um dos assaltos, “os turistas  foram amarrados e amordaçados pelos ladrões e colocados em um quarto do albergue. Um dos turistas teria sido agredido com uma coronhada na cabeça.” Os assaltantes tinham armas de fogo, faca e até granada.  Em ambos assaltos,  foram  levados dinheiro, cartões de crédito, objetos pessoais e aparelhos eletroeletrônicos.

É mais do que óbvio que a exploração do potencial turístico  é das alternativas mais viáveis de que o Brasil dispõe para dar  grande salto para um patamar  muito mais favorável  do que esse em que se encontra.

O México fez isso de forma brilhante.  E hoje a indústria do turismo tem peso considerável  na economia do país.  A fórmula não é complicada. Foi escolhida uma área que, além de praias agradáveis e natureza exuberante, também tivesse sítios arqueológicos importantes.  Essa área – Cancun –  foi dotada de excelente infra-estrutura hoteleira e urbana e, quase pronto.  O quase é que é fundamental.
A segurança de que o turista dispõe em Cancun é total.  Ligando os hotéis ao centro, há uma grande avenida. Ônibus de boa qualidade e bom preço percorrem essa avenida.  O turista desce em frente ao hotel, a hora que for da noite, e caminha cerca de cem metros.  Não há hipótese de ser assaltado. E isso também é mais do que óbvio. Certamente o governo mexicano fez uma campanha mostrando para a população que se um turista estrangeiro fosse morto ou mesmo assaltado seria o mesmo que matar a galinha dos ovos de ouro.  Não precisa ser muito inteligente para entender isso. Os mexicanos entenderam e os, brasileiros, muito “espertos”, também hão de entender.

Mas  a coisa continua. 

Talvez ensinar o povão (e até marginais) nem seja ainda a tarefa mais complicada. Comerciantes e empresários do setor precisam mudar a atitude atual: explorar o turista de tudo quanto é jeito.  Os “profissionais” do setor devem pensar assim:  “Também vou mandar ver  porque esse aí eu sei que não volta mais”.

Estou inventando???  Ora, logo após os atentados do 11 de setembro, quando muitos brasileiros acharam mais inteligente ficar por aqui mesmo durante as férias, o que foi que aconteceu???  Hotéis e empresas aéreas aumentaram suas tarifas o  quanto puderam.

Ou seja,  ainda tem muita lição de casa  para o povo “esperto” e a elite -mais esperta ainda – fazerem!!!

O Cliente Nunca Tem Razão

É curiosa a tranqüilidade  com que responsáveis por restaurantes, bares e casas de diversão  respondem em jornais e revistas cartas de  clientes insatisfeitos.  O cidadão enfrenta transtorno quando procura (e paga caro) lazer.  Depois de tudo isso, ainda tem paciência para escrever e encaminhar carta  para imprensa especializada.  E o que ele e os demais leitores recebem???  As respostas mais automáticas, inóspitas e insípidas   possíveis, sempre isentando o estabelecimento de qualquer culpa. 

A Guia da Folha de hoje traz caso típico na pág. 92. Consumidor relata que foi a determinado restaurante com a família comemorar seu aniversário.  Diz ele que a comida chegou à mesa “totalmente gelada. Meu prato, que deveria conter lascas de bacalhau e brócolis, não possuía quase nenhum bacalhau.  Havia somente a verdura fria e batata doce.”  Ele conta ainda que gastou R$ 368,72 (não fala quantas pessoas eram), saiu com fome e o garçon sequer pediu desculpas.  Na resposta publicada, o gerente geral da casa diz que lamenta ocorrido e que o fato não faz parte do padrão da casa e termina: “sabemos que os momentos são insubstituíveis e nos desculpamos.”

Pensar em convidar o cliente para novo jantar  de cortesia nem deve passar pela cabeça do responsável.  Certamente é por isso que ele já explica que o momento era insubstituível.

Há algum tempo, leitor da editoria de restaurantes de uma publicação comentava exatamente a mesma coisa que eu relato e se admirava que continuasse havendo público para restaurantes que davam respostas tão inadequadas  para  clientes insatisfeitos.  Afirmava que ele nunca mais voltava ou ia a esses lugares que davam respostas evasivas, sempre se esquivando de qualquer responsabilidade.  Muito antes de ler tal carta, também sempre tomei a mesma atitude.

Famoso e sofisticado jornalista da imprensa paulistana deu conselho sábio que igualmente sempre adotei, mesmo antes de ter lido seu artigo.Escreveu  ele que se deve escolher cerca de cinco bons restaurantes (um para carne, outro para massas, outro para comida japonesa, um para pizzas e mais um ou dois outros) e freqüentar sempre esses mesmos lugares.

Quero distância dos restaurantes dos ditos Jardins, onde as mesas são minúsculas, as porções incapazes de matar a fome de uma criança ou de um bebê e os preços para milionários.  Isso sem contar que muitas vezes garçons e maitres são temperamentais como se fossem gênios  das artes.   Esses funcionários  temperamentais, entretanto, são só sorrisos e gentilezas para os freqüentadores assíduas do lugar ou então para o que hoje se convencionou chamar celebridade!!!

Por falta de inspiração, termino com gracinha da moda, um paradoxo para cara que como eu tanto detesta modismo:  “dentro desses lugares, por favor, me incluam fora”

Tutores para Gênios Rebeldes do Futebol

O fabuloso Robinho é multado em R$ 1 milhão – corresponde a “longuíssimos”  15 dias do seu salariozinho – pelo Manchester City porque, segundo notícias, viajou  escondido ao Brasil.  O jogador diz ter se despedido de todos e que viera ao Brasil resolver problemas familiares. Despedir-se não implica necessariamente que ele tenha obtido autorização para viajar.

É impressionante como esses geniais e geniosos jogadores conseguem se envolver em confusões e mal-entendidos.

Eu acho, inclusive, que os clubes de futebol deveriam contar com uma espécie de tutores para tomar conta deles – pelo menos dos mais rebeldes.  Suponho que Kaká (e muitos outros, é lógico) dificilmente tomará  (ão)atitudes infantis e impróprias.

Lembro-me muito bem das circunstâncias em que o brilhante atacante Dener morreu. 

Dener jogava no Rio, mas não gostava da “balada” (detesto essa palavra) carioca.  Ele passou o fim de semana inteiro em S. Paulo.  Por volta da meia noite do domingo, pegou o carro com um amigo que dirigia e morreu a caminho do Rio de Janeiro, onde deveria se apresentar para o treino marcado para bem cedo da manhã de segunda-feira. Um jogador tem condições de realizar  treino minimamente adequado depois de ter dormido a noite inteira em um banco de carro???  E mais, segundo notícias da época, o tal amigo que dirigia o carro era sujeito envolvido em tráfico de armas!!!  

“Tutores profissionais” demandarão  despesas extras para o clube.  Problema mais grave é que essa medida  causará revolta por parte dos jogadores “tutorados”.   Mas será que existe outra solução???  Não seria o caso de os clubes considerarem seriamente essa idéia enquanto as infantilidades estão implicando apenas em multas???  É mais inteligente  enfrentar revolta de geniozinhos mimados do que – Deus os proteja –  cuidar de cerimônias fúnebres precoces!!!

Em tempo, sou grande fã desses rebeldes (principalmente Robinho) sem a mais mínima causa. É por isso que escrevi este texto!!!

Leis que não pegam e as que pegam mal

No Brasil, leis que parecem justas e favorecer a maioria, na verdade, são injustas e prejudicam a maioria. 

Tudo isso por que??? Todos os porquês  eu não sei.  Mas um deles é o tal   do jeitinho brasileiro!!!

O objetivo da lei certamente era eliminar o cigarro, charuto, cachimbo de lugares fechados, principalmente restaurantes,  o que seria extremamente justo e muito saudável, até, e principalmente, para os fumantes.  Mas aí, fumantes e donos de restaurantes vão ficar chateados.  Afinal, eles se julgam acima da lei, não podem ser contrariados.  A lei não é para ser justa e sim para fazer uma imensa média, dar o tal jeitinho brasileiro.  Assim,  criam-se áreas para fumantes e não fumantes separadas por uma plaquinha, como se  fumaça soubesse ler.

O resultado disso foi o pior possível para os não fumantes.  Todos, os bares e restaurantes (exceto o fabuloso Camelo da Pamplona – que eu conheça -)  deixaram confinados nos piores lugares os não fumantes. 

Fumantes nadam de braçada pelos salões principais, varandas e espaços arejados.   Não fumantes foram enxotados para cantinhos, sobrelojas e sótãos.

Antes da tal lei que veio para favorecer o não fumante, você se sentava à mesa que escolhia e provavelmente um vizinho de mesa seu fumava e outro não.  Atualmente, se você quer  sentar-se em um bom lugar,  fumantes o cercam por todos os lados.  Alguns, inclusive, fumando cachimbos e charutos.

Hoje almocei em um simpático e relativamente pequeno restaurante.  No salão principal, umas dez pessoas fumavam charutos.  Não fui ver como estava a sobreloja onde se confinam não fumantes naquele restaurante.   Mas conheço o lugar – abafado, fechado e sem o menor charme. 

É isso: no Brasil, umas leis não Pegam e as que Pegam, pegam  mal, muito mal.

Big Brother, Um verdadeiro Nada

Começou mais um Big Brother, um verdadeiro nada, sem querer ofender nenhuma das palavras – um, verdadeiro e nada – usadas aqui para definir imbecilidade tão grande.

Ingênuo, antes eu calculava que a Globo economizava uma fortuna. Ao invés de arcar com custos de produção de programas tradicionais, cachês de artistas e demais gastos,  pensava eu,  bastava dar uma gratificação infinitamente mais  minguadinha para os, na linguagem da Globo, “brothers” and “sisters” e beleza – o circo tava armado.  Isso foi o que pensei em um primeiro momento.

Tem mais.

Além de economizar a tal fortuna,  o faturamento da Globo  é fabuloso, uma vez que o telespectador desse tipo de espetáculo é muito participativo e se orgulha de  registrar seu voto durante a série.  Para isso,  cada telespectador paga uma pequena quantia cada vez que se manifesta por telefone.  Muito lógico: certamente o telespectador tem muito dinheiro  e a Globo, coitadinha, fatura essa graninha de cada um.
 
Leia o texto abaixo do site Big Brother
http://bbb.globo.com/BBB9/Noticias/0,,MUL955388-16397,00-NEWTON+E+RALF+QUEREM+PEGAR+SOL+MAS+NAO+AGUENTAM+O+CALOR.html

Ralf e Newton tomam sol depois do almoço – Título
“Será que o protetor solar que coloquei antes do almoço vai resistir?”, pergunta Ralf. Após almoçar, ele e Newton seguem para a piscina e tentam deitar na espreguiçadeira para tomar sol. Mas os brothers não aguentam o calor”.
*Obs do Boca – Tentam deitar.  Deitar deve exigir muito talento…
Perdão por interromper, continue.

“Newton fica andando no sol, enquanto Ralf coloca o roupão em cima da espreguiçadeira de tecido preto e deita. Mirla também chega na varanda, mas prefere ficar na sombra”

Ler os dois parágrafos acima já causa desconforto, imagine assistir às cenas, como se falava antigamente – ao vivo e em cores…

Repetindo, classificar isso de verdadeiro nada trata-se de ofensa a essas três palavras.

Quando eu era criança,  dizia-se que para cada sujeito esperto que nascia, nasciam dez trouxas.  Basta fazer as contas da audiência do Big Brother  e dividir por todos os envolvidos na produção e no faturamento do Big Brother para se constatar que os espertos estão nadando de braçada…

Como já deu para perceber através de alguns textos anteriores, sou apaixonado pelo Brasil e pelos brasileiros.  Entretanto,  assistir a uma instituição   como essa molilizando o que mobiliza  e se calar, não seria honesto da minha parte!!!

Flanelinhas Exercendo Atividade Útil

Há uma coisa em S. Paulo que todo motorista necessita – e nunca tem – e há uma instituição que todo motorista odeia. 

Motoristas precisam de Talão – ou folhas avulsas – de Zona Azul.  Todo mundo odeia o flanelinha do semáforo que, antes mesmo de o automóvel parar, principalmente os conduzidos por mulheres,  despeja sabão no pára-brisa  e começa a esfregar. 

E que tal se os  órgãos  públicos competentes arregaçassem as mangas e começassem a  transformar flanelinhas em vendedores de zona azul???  Eles poderiam vender folhas avulsas ou o talão, sempre pelo mesmo preço  que é vendido nos representantes oficiais.  Essa nova atividade deve render  mais do que se pode arrecadar com  “gorjetas”;  vantagem adicional  considerável,  o cidadão, principalmente mulher, estaria livre do estresse que se repete a cada semáforo vermelho.

Em uma etapa seguinte, talvez se pudesse  pensar em solução semelhante para os tomadores de conta de carro.

Certamente, essa(s) medida(s) seria(m) aprovada(s) por todos, até mesmo pelos flanelinhas que teriam a possibilidade de aumentar seus rendimentos desempenhando atividade útil para a sociedade.

Como já foi dito aqui no Boca no Trombone, bons administradores, sobretudo em momentos de crise (leia-se sempre/permanentemente), precisam  tomar medidas que demandem poucos gastos e que sejam simpáticas/úteis à população. 

Também é lógico que vai dar  trabalho para os órgãos públicos competentes.  Será necessário cadastrar todos esses novos vendedores,  coibir falsificações,  fornecer troco constantemente e tomar outras providências para que a coisa funcione e, principalmente, se mantenha.  Repetindo:  dá trabalho.  Mas compensa!!!

Encerrando com o bordão do Boca:  o Homem  chegou à Lua,  há quase quarenta anos.  Será que por aqui não se consegue resolver  coisa tão mais simples???

Briga de família termina em morte – Lembra-se do “Referendo das Armas de Fogo”???

Queria terminar o ano aqui falando de coisas boas, providências místicas para que 2009 chegasse com alegria e Felicidades. Ontem dei receitas de pratos para trazer sorte.

Entretanto, ontem mesmo, um aposentado de 52 anos  “matou a cunhada e feriu dois irmãos durante uma reunião na casa dele, na Vila Mazzei (zona Norte da Capital)”. Segundo os jornais de hoje,  o criminoso era doente, tomava remédios contra e esquizofrenia. O estopim da coisa teria sido a discussão com os irmãos a respeito da herança a que tinham direito.

Pois bem, em maio de 2005, tão logo soube do Referendo sobre o Fim da Comercialização de Armas no Pais, que ocorreu em outubro do mesmo ano, escrevi texto defendendo que comércio de Armas de Fogo fosse proibido.  Houve o Referendo e  fui voto vencido.

O momento é oportuno para pensar se esse crime teria ocorrido se o resultado do referendo tivesse sido outro.  Quem quiser, pode ler o texto que escrevi na ocasião e que transcrevo abaixo.  Quem quiser ainda, conforme digo no final, pode me escrever que ensino o pulo do gato.

A RESPEITO DO  REFERENDO SOBRE O FIM DA COMERCIALIZAÇÃO DE ARMAS DE FOGO NO PAÍS
Escrito em maio de 2005 – Em outubro houve o Referendo

O referendo sobre o fim da comercialização de armas de fogo no país  deverá ser realizado no próximo dia 2 de outubro.  Não sei se já está aberto o período de “propaganda”; de qualquer forma, quero dar um pontapé inicial.

Sou visceralmente a favor do fim da comercialização de armas de fogo (e também de munição) no país.  E olha que não me lembro nos últimos tempos de ter tido  oportunidade/vontade de empregar o advérbio visceralmente em relação a qualquer crença ou opinião minha.  Sou  “muito” (não  fanático) corintiano , mas aí é outra conversa que pode até render um artiguinho divertido.

Retomando o assunto e já explicando o porquê do meu voto. Sempre fui contra armas de fogo.  Para arraigar mais ainda minha opinião,  relato   dois casos.  O primeiro, aliás emblemático,  com direito à  opinião de grande especialista no  assunto: um assaltante.  O segundo se passou comigo há muitos anos.

Um conhecido  me contou que seu irmão, médico dedicado/obstinado, recebeu um assaltante em estado deplorável alvejado com diversos tiros, praticamente morto.  A determinação, talento, boa vontade do irmão de meu conhecido salvaram o paciente.  Imensamente agradecido, ele disse:

– Doutor, o senhor salvou minha vida.  Eternamente serei grato ao senhor. Não tenho como pagar o que o senhor fez por mim, mas vou lhe ensinar uma coisa que  um dia  talvez também salve sua vida.

O assaltante continuou:

– Doutor, jamais tenha uma arma de fogo em  casa.  Se eu e o senhor nos encontrarmos cem vezes, os dois com uma arma, eu mato o senhor cem  vezes antes mesmo de o senhor pensar em encostar o dedo no gatilho!!!!!! –   disse sorrindo.

O assaltante ainda explicou que muitas vezes o assalto é feito exclusivamente para roubar a arma  que alguma empregada viu e comentou  na vizinhança.

Há mais de quinze anos, entro no consultório que meu dermatologista dividia com outros dois profissionais de saúde,  um deles dentista de crianças excepcionais.  Sou recebido por um assaltante com um revólver na cabeça.  Havia um outro assaltante e uns quinze assaltados, entre médicos, pacientes (incluindo  uma criança excepcional) e enfermeiras.  Nunca tive muita  paciência/vontade de liderar grupos, quaisquer que fossem.  Mas ali era diferente:  tava todo mundo apavorado, os ladrões eram inexperientes e um deles, além de tudo, um maluco que estava louco para dar tiro em alguém.  Eu, o único que ainda mantinha a calma e o bom senso e, contra a minha vontade, por uma questão de sobrevivência coletiva, tive que assumir a condução da coisa. Depois de várias intervenções minhas,  o assaltante sádico que tomava conta da gente (o outro havia saído para descontar o cheque que meu médico lhe entregou) fica brincando de tirar e colocar as balas no tambor de um dos revólveres. Ele coloca as balas, abandona a sala e deixa esse revólver ao alcance de qualquer um.  Obviamente, fiquei morrendo de vontade de pegar a arma, me esconder e, quando ele voltasse, eu apareceria pelas suas costas e o renderia. Obviamente, me contive.  Passam-se uns dois minutos,  ele volta e vê o revólver no mesmo lugar.  Ele pergunta olhando para mim:

– Ninguém pegou o revólver????

Eu disse que o revólver era dele e que, naturalmente, ninguém o pegaria.

Sempre olhando para mim, ele diz:

– Que sorte.  Estava sem bala.!!!!!!

E puxa seis vezes o gatilho.

Imagine se eu tivesse bancado o herói.  Provavelmente  ele iria me deixar “atirar” e, em seguida, com a consciência tranqüila, em “legítima defesa”,  me mataria e daria  início ao showzinho maluco/sádico dele.

O outro assaltante voltou com o dinheiro e tudo acabou bem, sem um único arranhão  sequer.
Finalmente, mas ainda em tempo,  o assaltante salvo pelo médico irmão do meu conhecido deu a saída para se proteger em caso de assalto.  Trata-se de  verdadeiro ovo de Colombo, chegando a ser até mesmo divertido.  Não vou ensinar aqui para que a saída continue desobstruída.  De qualquer maneira, quem tiver interesse basta me enviar um  email  que terei imenso prazer em explicar.

E o melhor de tudo: essa saída também não vai contra a campanha do desarmamento.
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Reitero: Escrevam para mim que passo para cada um por email o que o assaltante ensinou para o médico!!!

 

MEGAS SHOWS NA TV, POR QUE NÃO???

Fãs fanáticos sempre farão as mais fabulosas e fervorosas demonstrações de amor e devoção para chegarem o mais próximo possível de seus ídolos nos shows. Eles não contam.  Estão acima e além de qualquer resquício de bom senso. 

Mas e os outros milhões  paulistanos, excluídos os 60/70 mil que conseguiram ingressos para o show da Madona,  que também gostam da cantora???  Azar deles!!!

Não seria “minimíssimamente” razoável que esses shows fossem transmitidos ao vivo pela Televisão???  Afinal, tratam-se de imensa produção, custos elevadíssimos para que apenas 300/400 mil brasileiros privilegiados fanáticos desfrutem do espetáculo.

Ao invés de argumentar que é  empreitada muito complexa,  profissionais das grandes emissoras de televisão deveriam arregaçar as mangas e botarem a cabeça para funcionar.  Quem sabe o próximo show de mega artista internacional não possa ser oferecido para todo mundo e não apenas para os valentes, bravos e ligeiramente esdrúxulos fãs de carteirinha???