Arquivo da categoria: Artigos alheios

Desculpas esfarrapadas!!!

“Pascoela”, também leitora assídua do Boca, comenta sobre as bubuzelas.  O comentário dela me lembrou piadinha ótima.  Lá vão:

Comentário de Pascoela:

Tenho uns amigos que foram para a África do Sul para os jogos da Copa do Mundo de Futebol.
Alguns deles não entendem muito do esporte e aplicam aquela máxima……mas que futebol que nada!
É só um meio de arrumar um alvará com a mulher de quatro em quatro anos e cair na farra.
Tem um que quase sempre fala que torceu muito, torceu tanto que o peru ficou roxo e machucado.
Depois dizem que futebol não combina com mulheres.

A piadinha, aliás, desculpa que fanáticos por qualquer assunto podem adaptar e usar em emergências:

Sujeito viciado em sinuca, vai pra casa de uma mulher e aquele cochilo costumeiro depois … se transforma em sono profundo.  Quando acorda, olha o relógio.  Vai atrás de um amigo e conta o que aconteceu para perder a hora.  O amigo pega um giz, coloca atrás da orelha do outro e diz para ele ir para a casa e contar toda a verdade para a mulher.

Acatou o conselho e no fim da história, quando ele confessa que caiu no sono na cama da amante, enfurecida a mulher começa a gritar:

– Amante coisa nenhuma!!!  Sem vergonha, você tava mesmo era jogando sinuca!!!

Frases e Pichações – Por Sidney Barbosa

Sidney Barbosa,  que sempre comenta com um humor absolutamente  peculiar o que escrevo aqui,  mais uma vez me obriga a transformar seu comentário  sobre meu texto a respeito de Pichações em post hilariante.

Deixar os casos que ele narrou  restritos ao campo de comentários seria egoísmo de minha parte.

Divirta-se como eu me diverti!!!

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1) O povo é criativo nas frases e pichações. Outro dia, perto de Birigui, numa estrada vicinal de apenas uma pista, fiquei atrás de um fiat 147 que andava a 20 km por hora. Faixa dupla, não dava pra ultrapassar. Me aborreci, mas logo relaxei. O dono do fiat havia pichado no seu vidro traseiro:

“Eu piso, mas não anda.”

 Tava explicado.

2) Um amigo meu  conta que aqui perto do Rio Tiete, ele ficou atrás de uma belina velha, caindo aos pedaços, com um bote improvisado de latão no teto, muitas varas de pescar amarradas ao lado, em plena terça-feira de trabalho. Dia útil. Dentro do carro,  quatro sujeitos, dos quais só se enxergava a cabeça. Quatro preguiçosos. Preguiçosos? Talvez… No vidro traseiro eles grafitaram com tinta cal: “E o bradesco que se foda”.
Sideney Barbosa.

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Sidney, meu caro.  Retribuo o abraço que me mandou e peço mais comentários hilariantes.

Antiamericanismo de Conveniência – Por JOSÉ GIORDANO

Leitor assíduo,  sempre comentando todos os textos aqui publicados,  Giordano mandou email com seu artigo  – publicado no último dia 20  no Jornal O VALE da Região do Vale do Paraíba 

 Não parei ainda para pensar a respeito de tudo o que ele escreve.  De qualquer modo, posto aqui sua opinião a seguir.

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Aconchegado na ignorância e embevecido pela irracionalidade, uma enorme parcela de governistas parece considerar natural que a ideologia demagógica ocupe o espaço que deveria corresponder à sensatez e aplaude qualquer medida contra os Estados Unidos.

Quase todas as opiniões emitidas pelos petistas a respeito dos norte-americanos envolvem, direta ou indiretamente, a psicopatologia do subdesenvolvimento romântico: nós somos os coitadinhos, os explorados, os dominados; somos os escravos e a potência do Norte representa o amo e senhor; somos oprimidos pelo capitalismo internacional que suga os nossos recursos naturais e destrói as nossas raízes culturais mais profundas, já que o único interesse dos desumanos vilões do capital é que sejamos reduzidos a uma massa de consumidores e que nos tornemos insensíveis à sublime dimensão espiritual do ser humano…

Com certeza o enunciado do parágrafo anterior não passa de uma postura que não resiste a uma crítica racional. A coerência lógica é intencionalmente ignorada pelos míopes governistas que tudo fazem para satisfazer o desejo mórbido que os petistas têm de representar o papel de vítima da opressão imperialista. Se o objetivo é formar uma multidão de idiotas, parabéns! Estão conseguindo ótimos resultados!

O que interessa é que qualquer medida ou opinião que contrarie os norte-americanos é vista como um exemplo de resistência heróica contra a dominação covarde imposta pelos cruentos ianques e seu expansionismo sanguinário. Esse ódio exacerbado tem um peso considerável na constituição do imaginário nacional, o que põe em evidência a pior faceta do nosso subdesenvolvimento que é a intelectual.

Parece que o cerne do problema, afinal de contas, não é a burrice: é o desejo que as pessoas têm de permanecerem burras e alienadas, aninhadas no conforto diabólico que a ignorância lhes proporciona.

Depois dos encontros do Lula na ilha-cárcere dos Castro, do respaldo trapaceiro ao regime de Chávez na Venezuela, da amizade pouco inocente com o Ahmadinejad, com direito a apoio descarado ao ditador assassino e da infeliz tomada de partido em Honduras, alguém ainda espera uma boa vontade dos americanos? Desde o início do seu governo, o Lula e seus asseclas tem se empenhado na formação de um bloco de miseráveis para opor-se abertamente aos interesses americanos. Os rumos que o Brasil tem tomado, especialmente na política externa, dificultam o estabelecimento de uma relação de confiança com os Estados Unidos, queiram ou não, nossos parceiros históricos e nos leva ao declínio no comércio entre os dois países. Não houve missões comerciais brasileiras nos EUA no governo Lula. Isso deixa claro que nossa política externa confunde ideologia e comércio. A diversificação do comércio internacional foi um acerto do governo, mesmo impelido por questões ideológicas, mas não deveria ser excludente. Galgar novos parceiros comerciais e novos mercados mas sem abrir mão de incrementar o comércio com a maior economia do mundo. Para exemplificar esse equívoco observemos o Chàvez, que apesar de seus enormes desencontros ideológicos com americanos, vende grande parte de sua produção de petróleo para os EUA.

Há pouco tempo fomos surpreendidos com esse acordo militar estapafúrdio e extemporâneo firmado com os EUA que permite a vinda de navios de guerra ao Brasil e prevê treinamento de militares brasileiros nos EUA (quem treina, adestra), aparentemente alavancado pela venda de cem aviões nossos aos americanos. Nossos aviões são ótimos e têm alta relação benefício/custo e, em função disso, eles devem comprá-los. Nunca para cedermos ou vender nem ao menos um só quinhão de nossa soberania.
Será que todo esse antiamericanismo do governo –  disseminado aos petistas e à sociedade – é só mais uma jogada de marketing?

O Grande e Tragicômico Circo da Justiça – Por Sidney Barbosa

 Bem humorado e com texto divertidíssimo, novo leitor do Boca No Trombone –  Clerson Sidney Barbosa – comenta meu Post de ontem sobre determinada tentativa de Conciliação exibida no último Fantástico. 

Quem ler primeiro o meu texto e depois o do Clerson pode entender melhor a coisa. Deixo o link http://bocanotrombone.ig.com.br/2010/04/19/fantastico-prova-a-liberdade-dos-barbaros-e-ilimitada-o-cidadao-que-se-dane/

Eu, se fosse leitor e, por alguma razão, só pudesse ler um dos dois, leria o Texto do Clérson, sem a menor dúvida.  A seguir:

O Grande e Tragicômico Circo da Justiça – Por Clerson Sidney Barbosa

Vamos ao que eu penso. E não sou muito bom nessa coisa de pensar. Mas exercicio, seja ele mental ou físico, é sempre útil.  Pois bem.

Essa história de conciliação apareceu pra solucionar um problema do judiciário  que,  pelas normas rigidas e pela cultura burocratizante do nosso Estado, não consegue dar ao cidadão a solução que ele busca na justiça.
Ou seja, tá na moda pra esvaziar prateleira dos cartórios.

Hoje se a senhora vizinha buscar no judiciário solução para os problemas causados pela senhora dos pássaros, vai ter que contratar um advogado (ou seja, vai arrumar um segundo problema – bem maior do que o primeiro).
Dai que o advogado vai pedir em nome da senhora vizinha que o juiz dê uma solução. Só que vai ter que pedir POR ESCRITO. Fazer em três vias (três vias é uma praga que vem desde quando Portugal dava as ordens no Brasil – uma via pro Rei, outra via pro comandante do navio, e outra via pro dono da capitania hereditária). Foi criada naquela época e nunca mais ninguem conseguiu mudar a cabeça do burocrata.
Vamos continuar.

Ai o juiz recebe duas vias (uma via fica com o advogado como protocolo) e manda  intimar a senhora dos passaros ou seja, manda um oficial de justiça (em geral um resmungão que tem uma ou duas pastas lotadas de intimações), entregar a terceira via.
Ai a senhora dos passaros terá que contratar o seu advogado, (veja bem – dois advogados, um juiz e um oficial, já são quatro problemas – ou melhor, é o quinto problema, porque o primeiro era os pássaros no corredor, se é que você ainda se lembra), e comparecer à audiência para conciliação (sim, primeiro o judiciário tenta uma conciliação) em determinado dia. Dai que ficam a vizinha, a senhora dos passaros, os dois advogados, o juiz preocupados em não esquecer o dia – e dai que entram  na dança também os estagiários.

Ai vão todos pra audiência de conciliação, onde estará o oficial meirinho resmungão tentando organizar a coisa, um escrevente sentado na frente de um computador, um juiz de beca, dois advogados de terno e gravata, a senhora vizinha, a senhora dos pássaros e, cada uma, por direito, trouxe três testemunhas, que estão lá fora preocupadas em não perder o dia do trabalho e por essa razão tão enchendo o saco do oficial do cartório para não esquecer de lhe dar atestados pra justificar a falta junto ao patrão.

Por ai se vê que o baile foi engrossando, e já tem muita gente dançando no salão.

Os pássaros?

Bem, estes estão lá no corredor do prédio, cantando e cagando.

Se não sair acordo. Serão ouvidas as testemunhas, uma de cada vez, com direito dos advogados em impugná-las e criarem embaraços que o juiz tá lá pra desembaraçar. E a conferir se o escrevente tá mesmo anotando corretamente o que as testemunhas dizem.

E os pássaros?

Tão lá no corredor, cagando e cantando…

Bom, depois de toda a papelada (em três vias, lembre-se – uma pro cartório, uma pro advogado da vizinha reclamona, e outro pra vizinha dos passaros), e de assinarem toda a papelada (em três vias), o juiz marca prazo pros advogados fazerem alegações. Ou seja, colocar no papel toda merda dos passarinhos. Digo, desculpe, a merda dos passarinhos ficou no corredor do prédio; no papel será colocado todo papo furado que essa encrenca causou.

Dai que depois dos advogados protocolares suas motivações (em três vias, não esqueça – uma pro processo, uma como protocolo do advogado, outra pro cliente), o juiz vai dar a sentença. Dai ele convoca um estagiário – que pra coisa miuda estagiário tá lá pra isso mesmo em qualquer atividade do mundo – pra pesquisar jurisprudência, porque não é todo dia que questão de passarinho aparece na frente dele)
Dai que ele arma uma sentença, onde diz isso e diz aquilo e fundamenta com sabedoria juridica (essa filosofia livre capaz de produzir os mais diversos absurdos).
A sentença é em tres vias. Uma pro processo, outra pro registro, e outro pra publicar no diário oficial.
Ah…. lembra dos pássaros?
Tão lá no corredor, esparramando alpiste, cantando e cagando…
Dai que quem perde não se conforma e apela pro tribunal.
Nisso os passarinhos até já trocaram de pena mais de três ou quatro vezes.
E dai que se escreve uma porrada de papelada de novo, o processo fica grande e, como criança grande, sai correndo por ai fora de controle. Ninguém sabe por onde pode andar, perde-se nos cartórios, nos escaninhos, deixam todo mundo careca, e abarrota as prateleiras. Papel, papel, papel…

Nisso, os passarinhos não são mais duas gaiolas.

Já são mais de dez, porque foram dando cria e foram se reproduzindo. E o processo mal chegou no tribunal…

Infelizmente, é isso que acontece.

Em qualquer outro pais civilizado haveria um juiz de plantão, haveria a parte que diria suas razões, e a outra que assentaria suas contra razões, e uma decisão verbal, dada na hora, só registrada por uma taquigrafa. E um policial pra obrigar a cumprir a decisão.

Todo resto é invenção nossa, homos brazilis!!!

BIG BROTHER E A QUESTÃO DO PRIVADO VERSUS O PÚBLICO

Acabou o Big Brother!!!

Suponho e torço para que voltem A Grande Família, Toma Lá, Da Cá e outros teleteatros que só a televisão brasileira sabe produzir.

Para comemorar o fim do Big Brother, publico artigo  do meu amigo Armando de Oliveira Neto, Médico Psiquiatra, que, didaticamente, explica o tema.

É longo.  É bom.  Vale a pena!!! Eu leria!!!

Lá vai:

Big Brother e a questão do privado versus o público

por Armando de Oliveira Neto

Um programa de televisão que tenho notícia, o BBB, que me nego assistir por questão de “religião” (a que não me permite ficar estúpido) lança de maneira magistral as pontes para a dessensibilização do espectador para qualquer questionamento sobre o tema, em permanente “lavagem cerebral” do mais incauto: a questão do privado versus o público.
 
Proponho aqui provocar uma reflexão: qual é limite entre, dentro da perspectiva apresentada, a vida pública/feliz, assim vendida ao grande público, e a privada/angustiante???
 
Vida pública vista sob o prisma da presença do Estado, que pode estar representado pelo(a) pai(mãe) zeloso(a), pelo patrão cuidadoso com a produção da fábrica, com a fábrica de biscoitos que se propõe a melhorar seus produtos, até o(a) marido(esposa) observador dos passos milimétricos de seu(sua) cônjuge, e assim por diante.
 
Vida privada vista pelo abandono e a solidão do existir INDEPENDENTE, diante da liberdade de nossas escolhas dos caminhos a tomar, com a inerente e indissolúvel responsabilidade das conseqüências dessas escolhas.

Há alguns meses o jornal “O Estado de São Paulo” publicou matéria que versava sobre a evolução das Ciências que permitiriam ter observação sobre os indivíduos desde antes do parto, pelo uso do Ultra Som Gestacional, até a morte.

Pode-se observar, nas mais diferentes situações das atividades humanas, que há uma disseminação de equipamentos e toda a parafernália que os acompanha, com o objetivo de “monitoração” do cidadão, apoiando-se nos mais variados argumentos, desde a segurança individual até a nacional, acompanhamento, maternagem, e por aí afora.

Se pudermos ampliar essa observação, desde os anos 50 procurava-se a separação de espermatozóides X dos Y, com objetivo de escolha do sexo do embrião a ser concebido, o que já é padrão na “sexagem” de sêmen bovino ou mesmo o humano na atualidade.

O estudo genético das células do líquido amniótico já revela patologias que poderão indicar a viabilidade do embrião/feto e, portanto, a continuidade ou não da gestação. A questão da seleção de embriões humanos “adequados” na gestação assistida já é um tema que habita a classe médica.

“Adequados” já não é o designativo de viável, mas de cor dos olhos, dos cabelos, estatura, inteligência (?) e outras características desejáveis pelos pais.

O mapeamento genético em breve substituirá a Carteira de Identidade, lembrando que o controle digital, aquele que se coloca a polpa do dedo para identificação, já está em uso para controle de funcionários, quer em serviço público quer privado.

Receitas médicas podem ser identificadas pela indústria farmacêutica em tempo real, com uso de programas de computadores.

As compras, em supermercados e outras lojas, são monitoradas da mesma forma, no momento da compra por meio de cartão do sistema bancário, informando-se as preferências do freguês alheio a esse procedimento.

Os atuais telefones celulares usam tecnologia GPS, podendo o cidadão ser localizado a qualquer momento na face da Terra. Assim os papais e mamães modernos poderão se sentir mais seguros e confiantes, uma vez que seus rebentos poderão estar sob suas tutelas permanentemente.

Um “chip” de identificação e localização já foi desenvolvido, para implantação na região da palma da mão, mas não foi ainda apresentado para comercialização, limitando-se a equipamentos de monitoração a condenados a prisão domiciliar.

Enfim, poderíamos dar outros detalhes sobre o desenvolvimento da tecnologia que temos nos dias de hoje e possíveis para os próximos anos (não décadas ou séculos), mas o que temos já é suficiente para uma reflexão que se segue.

Romances, na ocasião de suas publicações, chamados futuristas, já denunciavam essas evoluções, tais como “1984”, “Admirável Mundo Novo”, “Fahrenheit 451” e, mais recentemente os filmes “O Exterminador do Futuro” e “Matrix”, mostram o desenvolvimento da reação do ser humano a essa opressão controladora por uma instância que chamarei, para fins desse escrito e em respeito aos originais citados, de Estado.

Lembro-me, lido há 50 anos, a sensação de liberdade que o protagonista de “1984” vivenciou, no pequeno espaço do cone de sombra das câmaras de vigilância do Grande Irmão, e que desencadeou toda a trama do romance.

É assim, guardando as diferenças, que podemos encarar a questão do Controle do Estado e nossa indignação frente a ele.

Lembrando o Livro de Gênesis, o ser humano faz o mundo à sua semelhança e imagem. Rompemos com as leis divinas, ou se preferir com as leis da evolução das espécies, pois podemos criar seres humanos perfeitos geneticamente. Controlamos doenças que antes matavam milhões de pessoas. Trocamos partes do corpo humano e hoje até introduzimos micro-processadores no interior do cérebro para sanar certas deficiências.  Desconsideramos o Salmo que canta “que o pó volte a terra, de onde veio e que o espírito volte a Deus que o criou… Vaidade, vaidade, diz o Pregador, tudo é vaidade…”, pois alguns acham que já há tecnologia para se prolongar a vida para além dos cem anos, ou até mais, pelo congelamento, uma ressuscitação depois de algum tempo .

Todos esses elementos levam o ser humano a uma estupefata e perplexa admiração pela Ciência e os limites, a todo instante, superados.

Veríssimo, em crônica no jornal “O Estado de São Paulo”, datada de 31/12/2009, escreveu: “Com o aperfeiçoamento do GPS seríamos guiados por uma entidade superior que tudo vê e tudo sabe. Um satélite estacionário sem nenhuma dúvida sobre o que é certo e o que é errado e o que nos convêm. Bastaria levar o aparelho ao ouvido e escutar os seus conselhos. Na voz que escolheríamos.”.

A Psiquiatria encontrou seu caminho nesse processo ao achar a pílula da felicidade, assim chamado um anti-depressivo lançado em meio a um das melhores campanhas de propaganda, que prometia a supressão da dor d’alma em qualquer condição, jogando por terra qualquer concepção relacionada a condição do sofrimento humano, amplamente questionada por Fukuyama e outros.

A tecnologia a serviço do controle do Estado também procura provocar uma sedação às nossas angústias, oferecendo-nos uma apaziguante sensação de proteção frente as incertezas do viver.

Nos dias de hoje estamos construindo os alicerces de um Admirável Mundo Novo… e nós vamos conseguir!!!

E, lembrando uma expressão alemã, encontrar os dourados caminhos do meio torna-se uma tarefa hercúlea dentro de cada um: ser livre e independente contornando-se as perigosas seduções da tecnologia e da Medicina.

Essa é a minha escolha.

E a sua?
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Armando de Oliveira Neto
Médico Psiquiatra
Aposentado do Serviço de Psiquiatria e Psicologia Médica
Do Hospital do Servidor Público Estadual
Médico Assistente do Hospital Infantil Cândido Fontoura
Professor/Supervisor pela Federação Brasileira de Psicodrama.

Vôo 447 da Air France e a Morte Presumida

Por Miguel  Gutierrez*

Para explicar como ficam familiares e herdeiros das 228  vítimas do vôo 447 do Airbus da Air France que partiu do Rio no dia 31 de maio em direção a Paris e caiu sobre o Oceano Atlântico,  Boca no Trombone pediu para Miguel Gutierrez, advogado do escritório  Paulo Roberto Murray , artigo a respeito. O assunto é complexo. É interessante.
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O instituto da morte presumida, previsto em vários dispositivos da legislação brasileira, permite que os familiares de vítima de catástrofe ou de pessoa que desapareceu sem deixar vestígio possam garantir judicialmente seus direitos à herança, seguros de vida, pensões entre outros direitos.

A declaração de morte presumida nada mais é do que o procedimento legal utilizado para atestar o falecimento de vítimas de acidentes cujos corpos não foram encontrados após o encerramento das buscas e posterior declaração oficial das autoridades de que não foi possível o seu reconhecimento ou localização. O procedimento exige a intervenção do Ministério Público para solicitar ao juízo a declaração da morte presumida mediante comprovação idônea de que a pessoa estava no local do desastre.

O procedimento deve ser iniciado pelos interessados (em geral o cônjuge ou, em sua falta, o pai, a mãe ou os descendentes) depois de encerradas as buscas e da declaração oficial das autoridades de que não foi possível o reconhecimento ou a localização da vítima do acidente, sendo encerrado com o reconhecimento pelo juiz de que ocorreu a morte presumida da vítima. Como a legislação é bastante clara, raramente os Tribunais Superiores são acionados para julgar esse tipo de caso. Em geral, eles são julgados definitivamente já na primeira instância.

O conceito de morte presumida e seus efeitos jurídicos estão disciplinados no Código Civil, que prevê duas hipóteses distintas: a morte presumida com a decretação de ausência e a morte presumida sem decretação de ausência.

Assim, determina o art. 7º do Código Civil:

“Art. 7º – Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II – se alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra”.

O parágrafo único do mesmo artigo dispõe que “a declaração de morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento”.

Por outro lado, o art. 88 da Lei de Registros Públicos admite a justificação judicial da morte para assento de óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar o cadáver para exame.

Em tragédias aéreas, como a do avião da Air France que caiu recentemente no Oceano Atlântico, a justiça tem aplicado conjuntamente o art. 7º do Código Civil e o art. 88 da Lei dos Registros Públicos para declarar a morte presumida sem a decretação de ausência. A declaração judicial da morte presumida substitui o atestado de óbito.

Em resumo, o direito brasileiro prevê dois institutos diferentes para casos de desaparecimento em que não é possível a constatação fática da morte pela ausência do corpo: o da ausência e o do desaparecimento jurídico da pessoa humana.

Na primeira hipótese, a ausência ocorre com o desaparecimento da pessoa do seu domicílio, sem que dela haja mais notícia. Nesse caso existe apenas a certeza do desaparecimento, sem que ocorra a imediata presunção da morte, já que o desaparecido por voltar a qualquer momento. Dessa forma, a Justiça autoriza a abertura da sucessão provisória como forma de proteger o patrimônio e os bens do desaparecido.

Já no desaparecimento jurídico da pessoa, a declaração da morte presumida pode ser concedida judicialmente independentemente da declaração de ausência, eis que o art. 7º do Código Civil permite a declaração da morte se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida, como são os casos de naufrágio ou acidente aéreo. Contudo, a declaração da morte só pode ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

Dessa maneira, como visto, o direito assegura que, com a morte presumida, os herdeiros do falecido possam garantir seus legítimos direitos de herança, pensões, seguro de vida, indenizações e outros, resolvendo uma situação da vida que, caso não fosse prevista na legislação, causaria uma série de problemas de difícil solução. 

A solução encontrada pelo direito talvez não seja a mais justa, mas, sem dúvida, assegura uma solução para esses casos de infortúnio, infelizmente presentes na vida das pessoas.
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*Miguel Gutierrez  é advogado formado pela São Francisco da Universidade de São Paulo – USP- , turma de 1989.  Especialista em Direito Tributário e Empresarial, é autor do livro “Planejamento Tributário: Elisão e Evasão Fiscal”-  Editora Quartier Latin. Trabalha no escritório de advocacia Paulo Roberto Murray

“MICHAEL, SORVETES E GENTILEZA

Roney Giah, brilhante músico do Clube Caiubi que estudou música na Califórnia, conta seus dois encontros com Michael Jackson no seu blog.  Quem quiser pode ler abaixo ou no blog do Roney. É legal.  Vale a Pena!!! http://www.roneygiah.com.br/blog/busca.asp?from=link&idcont=72

Ele riu.
Pausou seu andar, me olhou e disse:
– Ok, give me your card. (okay…me dá seu cartão)

Seu nome era Michael Jackson.
Eu era um estudante de música em Los Angeles e aquela era minha primeira semana na América.
A história que antecede essa cena e sua continuação é mais ou menos simples, com exceção da mágica que a envolve.

Eram meus primeiros dias no M.I. (Musicians Institute), uma faculdade de música em Los Angeles que estudei de 1993 à meados de 1994. Acabara de achar um lugar para morar de aluguel, numa garagem de uma casa em Highland Park há 15 minutos do centro de Hollywood. Uma casa calma, onde morei os 16 meses que passei por lá, cujo gentil dono, se tornou uma grande amizade que carrego até hoje.
Na primeira semana de escola, tive a oportunidade de fazer algumas aulas com a Jennifer Batten, na época guitarrista de Michael Jackson, que alucinava o mundo da guitarra com seus solos virtuosos e sua energia espantosa.
No meu primeiro sábado Estado Unidense, após meu debut na faculdade, fui convidado por Jorge Briozzo, o gentil dono da casa, para conhecer a praia de Santa Monica, uma vez que eu ainda não tinha um carro.
Muito bacana.
Um sol quente, porém moderado, diferente do forno habitual do litoral brasileiro, uma areia fina e distante da água fria que quebrava na praia, falafel no papel para enganar a fome e boas conversas. Ao fim de nossa sessão praiana, umas 16hs, estávamos indo ao estacionamento pegar o carro para voltar para casa, quando ao som de uma buzina, Jorge me pegou pelo braço e disse baixo, tentando não mover os lábios:
– Esse na Cherokee verde acenando e buzinando pra gente é um amigo meu, o Adrian. Se ele nos convidar para almoçar, responda “não”. Da última vez, ele me levou num restaurante muito caro aqui em Malibu, fiquei quatro meses pagando a conta.
Ri da história e assim fomos ao encontro da camionete do Adrian.
De janela aberta, sorridente, muito simpático, ele nos cumprimentou animado, perguntou qual era meu nome e após breves apresentações, sem cerimônia, disparou:
– Vamos almoçar?
Jorge disse não imediatamente.
Adrian insistiu.
Jorge comentou que o estacionamento ia ficar caro, que estava tarde e que tínhamos acabado de comer um falafel.
Adrian respondeu:
E daí ?
Brasileiro e desbocado, interrompi aquela conversa chata, confessando:
– Sabe o que é Adrian…estamos duros. Então tem que ser um lugar bem barato ou você nos ajuda a pagar a conta (nesse caso, paciente leitor, ele era nitidamente resolvido financeiramente).
Adrian parou de sorrir, olhou pra baixo rapidamente – como quem faz contas de cabeça – e respondeu:
– Claro, entrem logo antes que eu mude de idéia. E riu de suas próprias palavras.
Fomos ao primeiro restaurante; fechado (eram 16hs).
Adrian disse: conheço um bem bacana que está aberto.
Um minuto depois, ainda no bairro de Santa Monica (onde Michael morava) e sentado no banco de trás do carro, o que vi foi matematicamente improvável:
Pelo reflexo do vidro espelhado da janela de um Café Francês do outro lado da rua, vi uma porta de uma camionete limusine GMC branca abrindo e Michael Jackson saindo. Não sei se me fiz claro, mas só para constar: Se estivesse 1 ou talvez 2 segundos atrasado ou quem sabe adiantado, ou mesmo sentado no banco da frente, não teria ângulo suficiente para ver o reflexo da tal janela e conseqüentemente ver o Michael abrindo a porta. Tudo parecia curioso demais.
Era, porém, claro para mim o que tinha que fazer.
Falei com toda falta de intimidade que tinha com o dono do transporte:
Adrian… pare o carro. O Michael Jackson está entrando num café do outro lado da rua.
– Quem?
– Michael Jackson.
– Como você sabe?
– Eu vi.
– E se for um sósia?
– Numa camionete limusine GMC de meio milhão de dólares?
– Adrian – bom de contas – emudeceu, mas não parou o carro.
Falei num tom mais ansioso:
– Adrian, pare o carro, por favor.
– Mesmo se for ele, o que você vai fazer?
– Trocamos olhares pelo retrovisor e ele entendeu que eu estava em um estado pouco negociável.

Paramos o carro, já longe e corri para o café. Antes de entrar, olhei dentro da limusine; três seguranças jogavam cartas despreocupados. No café – vazio – um casal de velhinhos comia um sundae.
Perguntei ao único garçom da casa, que secava copos:
– Onde está o Michael?
– Que Michael?
Decifrei a charada imediatamente: acredite ou não, Michael Jackson parou para ir ao banheiro e ninguém o viu entrando no lugar.
Procurei o banheiro e nada…o café era grande.
Até que vejo do outro lado do balcão uma porta se abrindo e Michael saindo.
Adrian, que já tinha alcançado o café e estava por lá, o cumprimentava com alegria.
Com passos apressados cheguei a Michael:
Óculos espelhados Ray-Ban, ombreira dourada, calça preta e camisa preta (sem as famosas fardas douradas, num estilo mais “casual”) ele me cumprimentou.
Com as mãos no bolso e muito relaxado, ficou parado, como que esperando uma conversa (pois na minha mente, ele teria me cumprimentado e saído às pressas).
Chocado com o súbito interesse, disse:
– Sabe, estou tendo aula de guitarra com a Jenniffer…
– Really?
E assim, do nada…ali estava eu…conversando de música com o Michael Jackson com meus pés cheios de areia. Falamos de guitarra, do que ele gostava no estilo da Jenniffer , da sua banda, até que ele me perguntou da onde eu era e comentei que era do Brazil.
– Really??! E num tom mais animado, falou:
– Cara, eu adoro o Brazil…
Perguntei por que ele não tinha tocado ainda no Brazil (era 1993). Ele me perguntou se eu achava que as pessoas iriam ao show. (rsrsrs)
– Cê ta brincando? Bobear, você tem mais fãs lá do que aqui.
Ele riu. Começou a se mover em direção a porta de saída lentamente.
Pensei:
– Puxa, já era…e perguntei:
– Você precisa ir, né?
– Não… queria tomar um sorvete…quer um?
(ceeeerto…)
– Claro. (puta merda…como é surreal escrever sobre isso)
Mas na rua, do lado de fora, outra realidade se aproximava:
Adolescentes que estavam por perto esperavam sua saída, talvez por acharem que não podiam entrar no café…não sei.
Ali, notei que acabara meu momento de privacidade com ele.
Falei sem pensar:
– Michael, queria tocar com você. Uma canção lhe acompanhando na guitarra, me daria inspiração para uma vida inteira.
– Ele parou de andar e se virou. Com um leve sorriso, ele me passou a expressão mais confiante que recebi em 20 anos de carreira encontrando todos os artistas que a vida me possibilitou conhecer. Balançando a cabeça afirmativamente, seu olhar e seu rosto diziam: “That’s it boy. That’s the attitude”.
Respondeu prontamente:
– Ok, give me your card. (okay…me dá seu cartão)
– Não tenho cartão ainda. Cheguei do Brazil faz uma semana.
– Michael olhou um vaso decorativo em cima da mesa, levantou-o e pegou um papel que estava embaixo dele. – Olha…Escreve seu número aqui.
– Escrevi meu telefone (o do Jorge Briozzo, na verdade) apoiado em suas ombreiras.
Ele saiu. As adolescentes atacaram.
Distanciei-me e sentei, chocado.
Vi ele pegar o sorvete, mas a pequena multidão crescia e ele correu pra sua limusine com o sorvete na mão.
Antes de entrar, ele parou e olhou dentro do café, como que me procurando.
Pensei:
– Não é possível…
Mas era. Ele veio até a porta, me viu sentado. Tirou o papel com meu telefone do bolso e o sacudiu no ar, como quem diz:
– Do caralho sua coragem brother…
Passei um mês grudado no telefone. Comprei fitas novas pra secretária. Mas ele não ligou…rs
O único comentário do Jorge nesse dia foi: “Não acredito ! O Michael Jackson tem meu número ?! rs
Sua presença era calma e foi sem dúvida o mais humilde pop-star que conheci, que conversei.
Tratou-me como igual, apesar de sua grandeza evidente.

Dois meses depois, e passado a alvoroço, saí da faculdade para almoçar.
Andava por Los Angeles pelos Back Alleys (aqueles becos que aparecem em filme). O pessoal da escola dizia que era muito perigoso andar pelos becos, mas pra brasileiro aquilo era uma piada…sério – tinha até umas tabelas de basquete penduradas pros “bandidos” brincarem.
De repente, sozinho no beco, vejo uma camionete limusine GMC branca vindo em minha direção a dois por hora, apertada no estreito beco – que não pode entrar carros, aliás…
Penso:
– Cê ta zoando ?
Não. O destino não estava brincando.
Era o carro de Michael com quatro policiais acompanhando-o a sua volta, vindo na minha direção.
Tive que parar, não dava nem para ficar ao lado da janela, pois era muito apertado pra camionete passar.
A Limo parou. A porta abriu. Michael saiu.
Só tinha eu no beco. Aproximei-me e uma policial fez sinal com a mão de “chega pra lá”.
Michael percebeu a tensão e me olhou. Parou de andar e sorriu, como que se soubesse que me conhecia, mas não lembrava da onde. Hesitou, veio em minha direção, mas a policial pôs a mão em suas costas e ele parou.
Pôs o dedo indicador no lugar do relógio (mesmo não usando nenhum relógio), como quem diz:
– Pô…to atrasado…senão parava pra conversar.
Eu sorri. Ele deu tchau. Corri pra rua. Na Hollywood Boulevard tinha uma cerimônia no Wax Museum de sua primeira estátua de cera.
Aqui no Brasil, cinco anos atrás, tomando um vinho com Paulo Ricardo do R.P.M., Carlini e o pessoal da casa noturna que eu me apresentava, o Marcenaria, Carlini me disse que o Michael deu um pedal Wha Wha pra ele quando eles se conheceram no festival que teve Rita Lee , Jackson 5 e muitos outros.
O Rei da gentileza.
O Rei da dança.
O Rei da música.
O Rei da voz.
The king of pop.
Não haverá outro tão cedo.
Um beijo pra você, meu irmão, que nos ajudou a sonhar mesmo sem saber.

Marinha sofre com falta de Pessoal

Guilherme Lobo, engenheiro sempre presente no Boca no Trombone, e seu colega Prof. Dr Rui Botter têm dado inúmeras entrevistas para os principais jornais do País, sobre a carência de Oficiais de Marinha Mercante e conseqüente obstáculo para o aumento da exploração e produção de petróleo brasileiro. Globo, Estadão, Diário de Pernambuco, Gazeta Mercantil, “Portos e Navios, revista especializada, fundada há 51 anos, já fizeram reportagens de destaque com eles sobre o assunto.

Boca no Trombone não podia ficar atrás e também abre espaço para que apresentem suas considerações.

O assunto é um pouco técnico, mas a leitura vale a pena. Dois gráficos que havia no texto original não entraram aqui. De qualquer forma, dá para entender.
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Resumo do “Diagnóstico da Disponibilidade de Oficiais de Marinha Mercante de 2008 a 2013” realizado pelo Departamento de Engenharia Naval da Escola Politécnica

Realizado pelos Prof. Dr Rui Botter e Engº Guilherme Lobo

A carência de Oficiais de Marinha Mercante desponta como óbice relevante para o aumento da exploração e produção de petróleo brasileiro. Atualmente (agosto 2008) navegam na Bacia de Campos cerca de 180 embarcações de Apoio Marítimo, demandando aproximadamente 1.500 Oficiais Mercantes.

Oficiais Mercantes são profissionais graduados em cursos superiores em um dos dois seguintes Centros de Instrução [CI] administrados pelo DPC – Diretoria de Portos e Costas:
• CIAGA, [CI Almirante Graça Aranha] no Rio de Janeiro
• CIAGA [CI Almirante Braz de Aguiar

Ao final de 2007 o sistema operava com carência de 6% (demanda de 2.724 Oficiais e Oferta de 2.568) conforme dados apurados pelo “Diagnóstico da Disponibilidade de Oficiais de Marinha Mercante de 2008 a 2013” realizado pelo Departamento de Engenharia Naval da Escola Politécnica. As providências tomadas pelos armadores, ademais dos sacrifícios dos marítimos, Oficiais e Subalternos, impediram que esta carência desestabilizasse o sistema.

Porém a perspectiva é de agravamento. Caso não sejam tomadas medidas contundentes para reverter esta situação, o citado Diagnóstico prevê que esta carência atinja 869 Oficiais em 2.010 (24% da Demanda de 3.643) e 1.419 Oficiais em 2.013 (32% da Demanda prevista de 4.465). A boa vontade e profissionalismo dos marítimos, aliada à competência dos armadores, conseguirá procrastinar o colapso, porém mantida a cadência atual à certa altura o sistema colapsará. A seguir prancha que exibe as principais cifras do Diagnóstico.

Oferta de OMM’s (Oficiais de Marinha Mercante) significa alunos que concluíram o curso ministrado nas instalações do CIAGA ou CIABA e estão qualificados para iniciar o PREST, estágio a bordo de 6 meses para Oficiais de Máquinas e de 12 meses para Oficiais de Convés. Somente a conclusão deste estágio que os cadetes recebem o diploma e portanto o título de Oficial de Marinha Mercante.

A preocupação com as conseqüências desta carência tem mobilizado autoridades governamentais, sindicatos e armadores e pode ser avaliada pela copiosa cobertura dedicada ao tema pela imprensa especializada.

A magnitude dos danos potenciais desta carência tem ultrapassado os meios marítimos. Sem embargo, surpreendentemente, a Grande Impressa tem dedicado amplas matérias sobre o tema, inclusive com matérias de capa. A título de exemplo:

• “USP: apagão marítimo está próximo”: capa de O Globo de 4 agosto 2008 seguido de extensa matéria
• “Falta de oficiais pode causar “apagão” marítimo no País”: capa de Gazeta Mercantil de 24 julho 2008 seguido de extensa matéria

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Navegar constitui o objetivo maior de um Oficial de Marinha Mercante soa como tese indestrutível. Entretanto, considerados os 2.134 alunos que concluíram o curso (qualificados para o estágio a bordo), apenas 541 estão embarcados conforme o “Diagnóstico da Disponibilidade de Oficiais de Marinha Mercante de 2008 a 2013”, resultando uma taxa de opção por bordo de 25%, ou como usualmente denominado pelo mercado, uma taxa de evasão de 75%.

Neste contexto embarcado significa vinculado à operações marítimas de um dos seguintes quatro segmentos:
• Cabotagem ou Longo Curso de bandeira brasileira
• Navegação de Apoio Marítimo em águas brasileiras
• Transpetro. A rigor Transpetro navega Cabotagem ou Longo Curso; porém seu porte justifica seja classificada à parte
• Plataformas de Petróleo em águas brasileiras

Esta taxa de evasão de 72% não constitui um ponto fora da curva da série histórica. Sem embargo o cálculo da taxa de evasão de qualquer ano a partir de 1977 até 2007 revela cifras sempre superiores a 64%. A seguir a compilação dos dados apurados pelo Diagnóstico:

O fenômeno da evasão profissional ocorre em qualquer profissão. Toda faculdade precisa formar duas frações: uma militará; a outra evadirá. Sob a óptica econômica, este fato trivial se torna crítico quando a profissão em pauta apresenta uma previsão de Oferta menor que a Demanda.

Já sob a óptica emocional espera-se que algumas profissões apresentem taxas de evasão pequenas: médicos, militares. A julgar pela reação de espanto do mercado marítimo perante as taxas de evasão ao redor de 70%, é justo incluir Oficiais Mercantes na categoria de profissões associadas à uma imagem de reduzida taxa de evasão.

A importância da Marinha Mercante para o desenvolvimento nacional; as taxas assustadoras de evasão apuradas; a perspectiva de agravamento desta carência; os limitados orçamentos com fundos públicos do CIAGA e do CIABA requerem sejam apuradas as principais causas desta evasão.

Em Defesa de um Certo Medo

Quando publiquei aqui no Boca no Trombone
Liberdade é uma Coisa; Barbárie é outra, http://bocanotrombone77.blig.ig.com.br/2008_06.html#post_19062956 a respeito do comportamento absurdo das pessoas no cinema, meu amigo Armando de Oliveira Neto, Médico Psiquiatra, Professor/Supervisor pela Federação Brasileira de Psicodrama, entre outras atividades,enviou comentário explicando que a causa daquilo era a falta (ausência) do medo. Escreveu ele:

(…) Desenvolvo uma hipótese que a falência das estruturas sociais, aqui e lá fora também, é creditada ao desaparecimento do MEDO: não se tem mais medo de nada, as crianças do bicho papão, do homem do saco; o religioso não é mais um temente a Deus; as leis não punem e por aí caminham minhas reflexões. Se for de seu interesse poderei detalhá-las oportunamente”

Imediatamente, respondi que era sim de meu interesse e que tinha certeza de que os leitores do Boca no Troambone ficariam contentes em poder ler abalizados comentários de competente profissional da área. Generoso, ele acaba de enviar seu artigo, cuja íntegra segue abaixo.

É longo. É ótimo!!!

Em Defesa De Um Certo Medo
por Armando de Oliveira Neto.

Esta reflexão teve origem durante atividade de orientação de acompanhantes (pais, avós, tios, etc.) de crianças internadas em hospital pediátrico de grande porte, na capital de São Paulo.
Uma das mais recorrentes queixas devia-se ao comportamento de crianças e adolescentes que eram apresentadas como malcriados, agressivos, desrespeitadores e/ou outras queixas similares.
Durante o levantamento de dados clínicos, salientava-se uma postura parental comum a todos eles: a falta do exercício de um certo pátrio poder. (grifo do Boca no Trombone)
Como conseqüência, as crianças não incorporavam noções como limites, disciplina, ordem ou respeito, tendo, como ponto comum, a não articulação interna do significado da palavra NÃO.
Os conflitos de relacionamento surgiam como resultado direto desta bipolaridade: de um lado as crianças que querem e de outro os pais que não deixam e, pelos relatos apresentados, havia vitória, com indiscutível vantagem, para as primeiras.
Ao se perguntar “o que há de errado nesta situação?”, originaram reflexões que são apresentadas a seguir e que caminha sobre a questão do MEDO.

Durante o processo de adaptação das espécies animais, um elemento organizador dos comportamentos é o medo.
Assim temos que todo comportamento de proteção evitatório da caça em relação ao predador, o chamado instinto de preservação, é originário do medo.
Até aqui, nenhuma novidade, mas o que nos interessa é a compreensão do medo enquanto organizador das vivências sociais. Desta forma, todo animal que vive em grupos, como os lobos, os leões, as hienas, os cachorros, os elefantes, as gralhas, as galinhas, etc,, desenvolve uma estratégia adaptativa que é a organização interna em termos de uma rígida hierarquia, denominando-se alfa, o indivíduo, ou casal, que domina o grupo.
Esta dominância tem vários objetivos, como por exemplo: entre os dingos e os lobos, somente o casal alfa se reproduz e desta forma garante-se que todos os esforços da matilha são dirigidos ao sucesso da sobrevivência dos filhotes. Já entre os elefantes, a matriarca organiza as marchas em busca de alimento e água, pelas savanas e florestas, apoiada pela excelente memória dos nichos e poços. As galinhas de maior posição hierárquica, as “bicadoras”, mais fortes e lutadoras, tem o direito de dormir nos galhos superiores das árvores, o que lhes facilita a sobrevivência em caso de ataque de raposas, cobras ou outros predadores.
Compete ao alfa a escolha da presa a ser perseguida, como acontece com os lobos, e toda a alcatéia o segue sem titubeios: seria uma grande confusão se cada um atacasse várias presas em potencial, provavelmente resultando em fracasso com risco para a própria sobrevivência.
O elemento que sustenta esta estrutura social é o medo: todos os integrantes do bando têm medo, imposto pela força e luta – às vezes a custa da própria vida – do indivíduo alfa e se algum integrante tentar arrebatar esta posição, terá que ser pela luta, pois afinal aquele não estará disposto a perder a liderança e a melhor oportunidade de reproduzir seu material genético de graça.
Pensando nossos antepassados, desde os tempos de Lucy, também nos organizamos com a mesma finalidade: sobrevivência da espécie. (Grifo do Boca)
Embora a disponibilidade sexual das fêmeas naqueles grupos primeiros – fato só observado também nos bonomos – pudesse afastar a tese da replicação genética individual, dando origem a cooperação, poder-se-ia atribuir ao homem alfa a organização em termos de defesa de território, conquista de outros, escolha da caça-alvo, etc.
E novamente aparece o medo-organizador!
Com o aparecimento da cultura, este medo foi moldurado pelo conceito de respeito . Assim passou-se a respeitar o alfa que, depois da noção de divindade, era personificado pelos sacerdotes, representantes diretos dos deuses na terra.
O passo seguinte foi a criação da figura dos reis, sempre apoiado, convenientemente, pelos sacerdotes, com os quais muitas vezes disputavam o poder terreno.
E assim caminhou a humanidade: o povo obedecia por respeito/medo aos Nabucodonosores, Darios, Alexandres e Césares, trabalhando na construção das pirâmides, seguindo seus líderes pelo deserto, combatendo nas Cruzadas, morrendo pelos reis, papas, barões e condes, Napoleões, Czares, Hitleres, Ozamas e aí por diante.
Na religião, dizia-se que o indivíduo era temente a Deus. Cultivava-se a obediência, geralmente quase cega, provada pelos rituais de iniciação, consolidadas pelas Ordens Religiosas de Cavalaria, aos livros sagrados, que eram considerados intocáveis e inquestionáveis.
O senhor feudal era servido com a própria vida, tanto pelo camponês como pelo samurai.
Repetia-se, de várias formas, o cerimonial ritualístico de confirmação do respeito/medo: as cerimônias religiosas, as pompas palacianas, os desfiles militares, etc..

“Freud, Woodstock, Quartier Latin e Yuri Gagarin”

Freud elaborou o conceito do medo da castração, no Complexo de Édipo, como forma de sustentação de uma certa dinâmica familiar e que teria um caráter universal.
Mas algo não deu certo: a partir de certo momento, como conseqüência direta das Grandes Guerras e a transformação da economia, de raiz agro-pecuária em industrial, com a ascensão do capitalismo e do “jeito americano de vida”, com a cultuação do prazer, na chamada cultura hedonista, sucumbe o respeito/medo, enterrado pelos dólares, hoje euros, drogas, sexo e rock’n roll.
Surge uma dicotomia cultural nítida: a americana e a européia, que pode muito bem ser vislumbrada nos movimentos dos anos 60′: o festival de Woodstock e a explosão do Quartier Latin.
Uma lembrança: Yuri Gagarin, o astronauta russo, quando chegou lá na órbita terrestre, disse em alto e bom tom, para que todos pudessem ouvir, que não via nenhum Deus por lá, embora a frase mais conhecida tivesse sido sobre a cor azul do planeta.
Pronto: naquele dia e hora morria Deus !!!
Uma nova ordem social surgia: a economia, o capital, certamente para a grande decepção daquele astronauta, se hoje fosse vivo.
O respeito cedeu lugar aos anseios de se adquirir o vil metal e ao prazer, inconteste então, que com ele se poderia comprar. O álcool, as drogas ilegais, e as legais também (os antidepressivos, mas este é um capítulo à parte) passaram a ser a ritualística da nova ordem.
Com isso, foi demolida a edificação dos valores da ordem social pautada pelo respeito/medo e em seu lugar surge uma cultura do prazer a qualquer custo.
Lembrando Althusser, os aparelhos ideológicos da manutenção destes novos elementos são:
1. A Família (a criadora): com a “perda” do exercício do pátrio poder, objeto inicial deste singelo escrito, redundando na não identidade do ser-pai e/ou ser-mãe, e o poder que desta situação emana.
2. A Escola (a formadora): com a ruína do sistema educacional público e, de certa maneira o privado também, tendo sido os mestres destituídos de qualquer expressão de poder e despojados do respeito/medo , podendo ser facilmente constatado no contato com professores quer de periferia (pelo medo das represálias à integridade física), quanto de nobres bairros (pela perda do emprego com os salários pagos pelos ricos papais).
3. A Igreja (a mantenedora): aqui podendo ser englobado o Estado, com a notória falência de seus ditames morais ou legais, junto ao cotidiano do cidadão, a tão evidente ausência do Estado em nosso país, desde Brasília até nossas fronteiras distantes.

Por não ser objeto original deste escrito, os dois últimos itens não serão aqui abordados, embora possam ser enfocados da mesma maneira, e assim passemos ao primeiro.

Voltando aos anos 50′: a Pediatria passa a “ressuscitar” as idéias de Freud e Benjamim Spock, acompanhado da versão tupiniquim, edita o livro Meu Filho, Meu Tesouro, com a versão própria do trauma primário. Lembro-me de um episódio pitoresco e exemplificador: com um grupo de colegas da Faculdade, nos anos 60′, fomos almoçar na casa de um professor, psicólogo e analista didata da Sociedade de Psicanálise, hoje estrela freqüente do Fantástico, e que foi indagado o que o teria motivado a nada fazer em relação ao seu filho que passou sorvete de sobremesa por toda sua cabeça, tendo o facultativo respondido que era para não o traumatizar!!! É a bobagem atingido o intestino da Igreja (denominação carinhosa daquela Sociedade).
Pediatras, psicólogos, psiquiatras, pedagogos, educadores, advogados, juízes, conselheiros tutelares passam a levantar esta bandeira, de forma a abolir o medo, e conseqüente respeito, dos processos educacionais. Questionam-se as cantigas e contos infantis, suspendem-se os castigos, substituindo-se pelo não-prêmio.
Logicamente aqui não se trata de maus tratos ou violência às crianças, lembrando os anúncios no Metro de Londres, nos anos 70′, pedindo aos pais que não quebrem, literalmente, seus filhos, com radiografias de fraturas de crianças (algumas chegaram a morrer). Assistimos horrorizados, na atualidade, os acontecimentos da menina Isabella, lembrando das muitas outras crianças que não são noticiadas pelos meios de comunicação. Espero que o leitor perceba que não é sobre isso que aqui trato.
Depois deste passeio pela História, voltemos ao ponto original: a perda do respeito/medo pelas novas gerações de crianças e todas as implicações que daí se originam: não se teme Deus (não há inferno com que se preocupar), Estado (de cada cem crimes cometidos em nosso país somente uma prisão se efetiva), políticos corruptos (nossos eleitores continuam votando neles), etc., lembrando cenas de um filme dos anos 60/70′ – Pequenos Assassinatos.
No âmbito de nossas crianças, não há mais medo do bicho papão, do homem do saco, da mula sem cabeça, e tantas outras figuras da nossa mitologia caipira. Mas também não se temem mais as notas de comportamento escolar, que reprovavam e hoje nem existe mais, nem das noções de pecado, falcatruas ou mesmo crime, tão enaltecidas, não pelas novelas, mas pelas notícias reais do nosso cotidiano.
Nos processos de psicoterapia destes casos tenho assinalado os exageros de uma maternagem, que se revela como nefasta aos filhos, bem expressa pelo dito popular “avós ricos, pais nobres, filhos pobres”.
O que tenho prescrito aos aflitos pais é a Defesa De Um Certo Medo, aqui entendida como base do respeito, envolvendo mudanças de paradigmas dos princípios que norteiam o pátrio poder.
Tecnicamente esta abordagem psicológica respalda-se nos ensinamentos de René Spitz, quanto à gênese do SIM/NÃO, sendo que os detalhes são específicos para cada caso.
Mas às vezes percebo-me como aquele velho rabino que há mais de 90 anos rezava em frente ao Muro, pedindo paz e, indagado pelo repórter como se sentia, respondeu que se sentia falando com um muro…
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Conclusão do Boca no Trombone

Com seu conhecimento científico sofisticado, Armando dá a mesma receita indicada por mim no referido artigo a respeito da barbárie nas salas de cinema. Transcrevo a minha “receita”:

Curioso que numa época em que seguranças imensos fardados de ternos pretos circulam por todo lugar o tempo todo, nas salas de cinema não exista um único funcionário para reprimir e até mesmo expulsar aqueles que incomodam. Se for complicado explicar para o segurança o que incomoda, basta fazer que ele assista àquele filminho de proibições que já existe e dar autoridade para ele expulsar da sala quem estiver desobedecendo o que diz o filminho.

Enquanto meu método não é implantado, ir ao cinema e querer ter ambiente minimamente propício para desfrutar do filme, passa a ser pretensão tão grande quanto querer que a vedete sai da tela e venha se sentar na poltrona ao lado, com direito a um champagne no seu apartamento em seguida!!!

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Armando de Oliveira Neto
Médico Psiquiatra
Aposentado do Serviço de Psiquiatria e Psicologia Médica
Do Hospital do Servidor Público Estadual
Médico Assistente do Hospital Infantil Cândido Fontoura
Professor/Supervisor pela Federação Brasileira de Psicodrama.

Mino Carta responde sobre sua Olivetti

Mino Carta publicou no Blog dele, também aqui no Ig, simpática resposta ao meu texto Carta para Mino Carta e sua Olivetti. Colo abaixo a resposta do famoso jornalista. Quem quiser, pode ler direto. Para quem preferir ler primeiro o que eu escrevi e depois a resposta dele deixo o link do meu post

http://z001.ig.com.br/ig/40/19/1010195/blig/bocanotrombone77/2008_01.html#post_19037299

Abaixo, o texto do Mino.

08/01/2008 18:59

Não vou abandonar a Olivetti

O simpaticíssimo Paulo Mayr envia uma carta “para Mino Carta e sua Olivetti”. Resumo a deliciosa missiva. Sugere que eu aposente de vez a minha máquina de escrever para render-me aos encantos de um computador Pentium 4. Garante que não sentirei falta da minha fiel companheira, enquanto ganharia muito, em tempo e qualidade, caso usasse “esta maravilha acessível a praticamente todas as pessoas do século 21”. Não é que Paulo desgoste da Olivetti, pelo contrário, até hoje ama a sua velha Remington, presente do seu pai quando tinha apenas três anos. Mas se recusa a entender que um cidadão contemporâneo dispense os favores oferecidos pela tecnologia mais atual e vencedora. Ocorre, meu caro Paulo, que não sou do século 21. Se tanto, sou do 20, com leves, porém freqüentes, recaídas no 19. Não há como alterar o destino, a determinação inenarrável dos fados gregos. Luz elétrica, rádio, televisão, telefone e válvula hydra são o meu limite. Ignorei a secretária eletrônica e o fax, nos tempos idos. Temo o computador, e sua bocarra pronta a me engolir. Na minha visão, centenas de milhões de seres humanos já foram mastigados e deglutidos. Estou errado? É possível, é provável. Fui, no entanto, em eras priscas, operado das amídalas e em tempos mais recentes, disseram-me que deveria tê-las conservado, sentinelas da garganta. De todo modo, um abraço mediterrâneo.
enviada por mino
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