O amigo Léo Nogueira é letrista. Conhece o poder da síntese, mas não o exerce. Seus textos no blog O X do Poema são longuíssimos, sempre. Roney Giah, também amigo do Caiubi, é músico renomado, com alguns prêmios internacionais. Veja o Perfil que Léo fez do Roney em na concorrida seção do X do Poema – Ninguém me Conhece.
Colar e copiar textos, às vezes, implicam em pequenos problemas aqui no Blog. Um trecho abaixo vai sair mal diagramado, visual feio e, pior, letra pequena. Não há o que se possa fazer. Mas vale o sacrifício.
Divirtam-se:
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Roney Giah, Compositor e Tudo Mais – Por Léo Nogueira.
Quando comecei a frequentar o Clube Caiubi, uma das coisas que mais me chamaram a atenção foi a quase ingênua atmosfera de rebeldia, própria da juventude dos compositores e de suas canções, cheias de frescor e originalidade. Contudo, notava-se certo amadorismo. Por vezes o compositor não passava segurança na hora de interpretar sua própria canção e terminava por estragá-la. Mas isso também pertencia ao pacote “espírito rebelde”. Os erros eram aplaudidos e, de tão condescendente que era a plateia, o mesmo compositor, na terceira ou quarta tentativa, já mostrava melhor desenvoltura.
A juventude tem a seu favor o aspecto tempo (os mais velhos chamam a esse aspecto “espectro”), pode se dar o luxo de errar e aprender. E o Caiubi era um movimento jovem. Mesmo os não tão jovens assim que lá chegavam aprendiam logo a ostentar essa bandeira juvenil, ainda que em espírito. Foi nessa época que apareceu por lá Zé Rodrix. Veio. Viu. Gostou. Voltou. E ficou. E trouxe com ele a bagagem da experiência adquirida em tantas décadas de estrada. Ele olhava no olho do erro e sabia cegá-lo.
E com Zé Rodrix o Caiubi começou a dar os primeiros passos rumo ao profissionalismo. Sim, havia muito o que fazer, vários dos compositores que ali se apresentavam e mostravam belas canções nunca tinham subido num palco antes. É preciso frisar que, como a principal bandeira do Caiubi era (é) a música autoral, sobravam compositores e faltavam intérpretes, o que fazia que os próprios compositores se fizessem intérpretes.
Mas todos sabemos que a melhor propaganda é a que faz o público satisfeito, o chamado boca a boca. E, quando menos se esperava, o público aumentou e, com ele, vieram outros artistas. E quer uma coisa melhor pro artista que tocar onde o público está? Assim foram chegando outros nomes, uns se sentindo em casa, como o grupo Rossa Nova, a dupla Carol Pereyr e Márcio Pazin; outros sondando o espaço, como Ito Moreno e Adolar Marin; alguns no meio termo, como Élio Camalle; sem falar nos que vinham de fora, como Clarisse Grova e Alexandre Lemos… Cada um acrescentando sua experiência de estrada ao Clube (a bem da verdade, o Rossa Nova vem dos tempos das vacas magras).
Certa vez ameaçamos uma parceria, mas ficou só na ameaça. Roney chegou a vir em casa, onde labutamos bastante em prol do desenlace de duas canções, que nos venceram pelo cansaço e continuaram no limbo, na qualidade de duas meias canções. Com o tempo, percebi que no quesito parceria o espírito coletivo de Roney enfraquece um pouco, talvez porque tudo o que queira expressar em suas canções o faça por meio de suas próprias palavras.
E chegou o grande dia do lançamento do Mais Dias Na Terra no MIS (Museu da Imagem e do Som). E, mais uma vez, Roney mostrou todo o seu profissionalismo num show afiado, empolgante, cheio de climas, com ensaiada banda e seu protagonista efervescido, apoteótico como se estivesse num Rock in Rio, a exemplo dos shows de seu colega Ricardo Soares. Aliás, talvez o grande defeito do show (pra que não falemos só de flores) tenha sido sua larga duração, pois, como a plateia estava gostando, Roney preferiu satisfazê-la a deixá-la com o gostinho de quero mais.
Mas a trajetória de Roney vai além do MIS e do Caiubi. Ele esteve nos States estudando música com feras e lhes apre(e)ndendo também a tecnologia. Emplacou pequenos sucessos e conseguiu até contrato com uma gravadora (inglesa). Mas antes disso sua música já tinha passeado pelo Prêmio Visa, batido na trave no Prêmio Tim e no Grammy Latino, sua guitarra já esteve a serviço da banda do Jô etc. etc. Dá até preguiça copiar aqui tantos feitos. Façamos assim, abaixo vou postar o link pra seu site e vocês poderão notar como o moço é “rodado”.
Contudo, Roney também tem defeitos. E nós, os baixinhos, adoramos procurar defeitos em figuras como ele. Foi assim que, com muito custo, percebi que ele vez em quando pisa na jaca com a “flor do Lácio”, mandando um “ter” em vez do “tiver”, respirando no meio de um “pá… ssaro” y otras cositas, digo, other things. Mas ele não quer nem saber. Pode alegar (com razão) que não passa de inveja de quem está impedido (não pelo juiz) de fazer gol de cabeça, e continua no ataque, Queimando A Moleira, Co’as Goela E Tudo, preparando dois ou três novos CDs simultaneamente, acreditando que é só dessa forma que pode justificar seu pedido diário de renovação de passaporte terreno, pra passar Mais Dias Na Terra.
Salve, salve, Paulinho! Valeu pela divulgação!
Ah, só uma perguntinha: síntese? Do que se trata? Hahaha!!!
Abração do
Léo.
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Caro Léo:
Onde foi que eu escrevi síntese??? Talvez tenha escrito, mas não achei.
Legal cê ter gostado.
Abraços
Paulo Mayr