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Falsos Números Fantasiosos no Lazer, na Fé – Verdadeiro e Trágico Número da Vida Real

No último domingo de Junho,  na Parada Gay, para os Gays, havia quatro milhões de pessoas nas ruas.

Na quinta-feira anterior, Feriado de Corpus Cristi,   na Marcha para Jesus dos Evangélicos, na Praça  Campo de Bagatelle (zona norte), para os evangélicos, havia cinco milhões de pessoas.

No maior comício das Diretas Já, Abril de 1984, no Vale do Anhangabaú, para os organizadores, era um público de um milhão de pessoas.

Revista da Folha faz cálculos mais precisos e mostra que tudo isso é impossível.

Aliás, no Comício das Diretas Já, achei o máximo quando o Grande Osmar Santos com todo o seu merecido prestífio anunciava eufórico que éramos um milhão nas Ruas.  Estava em cima do Viaduto do Chá e pensei.  Um milhão correspondia a despejar 5 ou 6 Maracanãs (na época dizia-se que no Maracanã 200 mil podiam assistir a uma partida) ali.  Eu, que sou péssimo para esse tipo de cálculo, na hora percebi que a coisa tava hiper dimensionada.

Os  números da Revista da Folha:

Diretas Já – 400 mil

Marcha dos Evangélicos – 1,15 milhão

Parada Gay – 1,5 milhão,  muito bem apertadinhos…

Mas isso é lazer, fé ou política, importam pouco esses cálculos.

Triste é pensar na luta diária antes e depois do batente nos vagões do metrô, quando oito pessoas dividem um único metro quadrado.  Corrigindo, dividiam, já que esse dado é de setembro 2008, há quase três  anos.  A situação deve ter piorado.  A partir disso, fiz um micro-conto de 118 dígitos- já publicado aqui.

Lá vai:

Em cada metro quadrado dos vagões do metrô de S. Paulo,  todos os dias, oito pessoas ensardinham-se em latas gigantes.