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Papai Noel!!!???

“Dentro” do Espírito de Natal, microconto meu, de seis palavras,  já postado aqui algumas vezes.

Existem apenas dois textos que todos os anos estão no Trombone:

  • caso divertido que aconteceu na parada Gay e
  • Frase sobre o Dia da Consciência Negra.

Como  já  disse,  tasquei esse microconto  algumas vezes nessa época do ano.  Quem sabe ele também se torne permanente às vésperas do Natal.  Merecer, sem falsa modéstia, ele merece.  Aliás, mereceria estar em qualquer coletânea de microcontos de seis palavras.

Lá vai:

Papai Noel Pedófilo Pagava para Trabalhar.

Microconto – 6 Palavras – De Natal

Há apenas dois textos que, religiosamente, coloco aqui no blog todos os anos. Um às vésperas do Dia da Consciência Negra e outro nos dias que antecedem a Parada Gay,  em S. Paulo.

O Microconto abaixo coloquei  em 2010, coloco novamente.  Embora seja bem oportuno e bom, não pretendo repetir todos os anos.

Um pouco punk, lá vai:

Papai Noel pedófilo pagava para trabalhar.

Você Acredita em Papai Noel ou em Político???

Na rádio de notícias, pequenas inserções de políticos.

Penso: a infância termina aos 10 anos de idade.  Logo, há muito, mas muito mais não crianças do que crianças  no Brasil, mesmo sendo este um país de população jovem.

Pergunto:

Será que existem mais pessoas que acreditam  em político do que em Papai  Noel???

Pode apostar  em Papai Noel que você não perde seu rico dinheirinhol!!!

Leia mais sobre Política/Políticos, inclusive que não tenho saudades da Ditadura, e entenda porque o povo os têm em tão baixa conta.  Clique aqui

FASCÍNIO PARTE 1 – RENATA COMO TODAS GOSTARIAM DE SER E QUE

De 28.09.06

Em meados da década de 60, famosa cantora brasileira me contou dado curioso da infância/adolescência dela. Usei a idéia para fazer o conto abaixo.

Episódio de Hoje “ANTES TARDE DO QUE CEDO”

O sonho longo demais se desfazia diante dos meus olhos e no meu coração. (E quem quer acordar de um sonho bom?) Aquele gesto estúpido de Débora despertou tanto ódio dentro de mim como se ela tivesse metralhado um parente querido. Afinal, metáforas à parte, era exatamente o que ela tinha feito. Continuo sua amiga, mas até hoje sinto grande desconforto toda vez que me lembro.

Dia 24 de dezembro à noite. Como naqueles treze anos, a agradável rotina da noite de Natal se repetia. Apenas uma incômoda novidade: o olhar maroto de Débora a me desafiar e zombar de mim. Sentia que ela tinha um curinga escondido. A segurança dela era tal, que começava a ficar preocupada. O show do Roberto Carlos que eu sempre curtira com imenso prazer após o banho e a estréia de um novo vestido, agora, sob a vigilância de Débora, já não despertava a mesma emoção.

Procurava mostrar-me segura e feliz. Mas a superioridade e a certeza de Débora eram de tal forma absolutas que tudo causava em mim o efeito inverso do desejado. O peru de Natal, com farofa, arroz e frutas, que sempre comia acompanhado de uns três copos de vinho tinto para potencializar o meu prazer, não era mais a mesma delícia. O vinho então nem se fala: sempre aguçara o meu prazer; naquela noite, potencializou minha insegurança e incerteza. Olhando para Débora, firme como nunca, percebia que nela, ao contrário, o vinho arraigava mais e mais o sentimento de vitória.

Na hora dos cumprimentos, pouco antes da chegada de Papai Noel, sentia que cada um dos amigos-tios ao me beijar, estava, de certa forma, se despedindo da Renata – menina alegre e ingênua – de quem eu relutava me desvencilhar. Todos perceberam que a presença de Débora ali não era aleatória.

Sempre fora ingênua, porém intuitiva. E o jeito maroto de Débora estava me deixando tensa e ansiosa. Se alguma coisa ruim tivesse que acontecer, que fosse logo, que eu não tivesse mais que ver Débora nos cantos da minha festa zombando de mim. Mas não. Todos sabiam que eu gostava do ritual e ele foi mantido exatamente como há treze anos.

O peru, como acompanhamentos, a sobremesa, os meus três copos de vinho tinto e… Papai Noel.

Ele surgiu. Lindo e doce como sempre, impecavelmente com suas roupas vermelhas, sua barba e cabelos brancos e seu imenso saco de presentes. Pronto, minha confiança estava restabelecida. Olhei vitoriosa para Débora.

Sempre sorrindo irônica para mim, Débora esperava até meu décimo presente. Mal tinha acabado de desembrulhar o mini jet-ski, ela salta na frente do Papai Noel e, ao mesmo tempo, com cada uma das mãos, arranca-lhe barba e capuz.

Ao ver surgir diante dos meus arregalados olhos o velho Sebastião, marido da negra Dete, cozinheira da família há mais de quinze anos, permaneço lívida, incapaz de qualquer reação.

Até hoje, algumas vezes quando estou com Débora e, em todas as noites de Natal, invariavelmente, lembro-me de sua crueldade ao fuzilar Papai Noel para sempre de minha vida.