Encontro minha sobrinha e ela diz que minha irmã (não a mãe dela) estava com problemas de saúde, por conta do cigarro, naturalmente. Ligo para dar meu apoio, oferecer ajuda e – SURPRESA: a voz dela estava infinitamente melhor.
Digo que liguei para saber as novidades e ela me explica:
– O médico me disse que não poderia ser operada. Me deu duas opções: parar de fumar ou perder a voz. Parei faz dois dias.
Repetindo, a melhora em dois dias da voz dela foi impressionante. Dei os parabéns!!! Incentivei, sem dramatizar nem encher-lhe de bons, chatos e fáceis conselhos de quem não fuma.
Ressaltei para ela – e ressalto agora para todos os fumantes – que o momento certo de parar é agora. A Lei Antifumo vai tornar a vida do fumante um inferno e o fumante, propriamente dito, um marginal, no sentido de marginalizado, estigmatizado.
Um filme de muitos anos atrás sobre Patrícia Galvão, Pagu, musa do Movimento Modernista de 22, traz cena que sempre achei de um ridículo/uma imbecilidade sem tamanho. O pai de Patrícia a chama para uma sala, senta-se em uma poltrona e solenemente anuncia:
– Patrícia, já está na hora de você aprender a fumar!!!
Histórias como essa, lembranças de galãs e mulheres sedutoras fumando com longas piteiras já fazem parte do passado, antes mesmo de a lei entrar em vigência.
O presidente Lula – fumante – apesar de sua prodigiosa inteligência e carisma, disse em meados de setembro do ano passado: “Eu defendo, na verdade, o uso do fumo em qualquer lugar. Só fuma quem é viciado.” Mas acender um cigarro em público, diante de cinegrafistas, de fotógrafos ele não acende em hipótese alguma, não é mesmo??? Aliás, faz muito bem. Pelo menos não dá mau exemplo!!!
Tô muito chato com esse texto cheio de boas intenções das quais o inferno está repleto e termino com uma piada bem a propósito – engraçada para os não fumantes, já para os fumantes…
O presidente de uma grande companhia multinacional de cigarros soube de um sujeito do campo de 95 anos de idade que fumava quatro maços de cigarros por dia. Eufórico determina:
– Segunda-feira de manhã bem cedo, quero esse cara aqui, para dar uma entrevista coletiva para todo o mundo e, definitivamente, provar que o cigarro não faz mal algum!!!!
Um assessor informa que a coletiva não poderia ser na segunda de manhã. Aflito, o presidente pergunta por que não??? O assessor explica:
– Como todo velhinho camponês, ele acorda muito cedo, quatro cinco da manhã. Mas da hora que ele acorda até as duas da tarde ele TOSSE!!!