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Drauzio Varella, Avesso Aos Adjetivos!!!

Muito boa a Entrevista de Dráuzio Varella ontem no Roda Viva.  Contou infinidade de fatos e dados super interessantes, sobre saúde, literatura,  massacre do Carandiru, combate a Aids no Brasil entre outros temas.  Chamou-me atenção ele dizer que seu último  livro tem, salvo engano, menos do que seis adjetivos.

Seis adjetivos eu uso aqui em uma única linha.  Se um dia ele ler meu blog  vai ser acometido por alguma dermatite/alergia.

Quiser assistir à excelente entrevista, clique aqui

Nos Estados Unidos, a Lei é Uma Só Mesmo, Sem Choro nem Vela

Drauzio Varella, em sua coluna de hoje na Folha de São Paulo,  conta que os homens americanos tomam a precaução de saírem do quarto quando a camareira está fazendo seu serviço. Diz ele ainda que foi uma pena que  Dominique Strauss-Kahn, Diretor Gerente do Fundo Monetário Internacional,   cogitado para concorrer à presidência da França, não soubesse disso e se metesse na confusão em que se meteu.  Varella cogita ainda da hipótese de que Kahn, por viajar demais, possa ter confundido o país em que se encontrava, julgando estar “no Brasil ou em um outro país  permissivo como o nosso, no qual um homem endinheirado  pode atacar mulheres mais humildes com total liberdade.”

Presenciei bem de perto  um episódio nos Estados Unidos, mil anos atrás, que mostra como a lei é rigorosa e não faz qualquer espécie de concessão.  Luís,  garoto brasileiro rico,  filho de banqueiro, cara inteligente,  que  mais tarde viria a estudar engenharia na  Politécnica,  quis fazer gracinha típica de brasileiro e quebrou a cara.

Julgando-se muito esperto, deu as costas para a câmera de segurança da Loja de Departamento  e colocou um pequeno lenço dentro da calça.  O que ele não sabia é que havia  outra câmera que filmou toda a cena.

Os seguranças dão linha.  Quando ele  pagou outras compras que fizera, saiu da loja e se encontrou comigo e outras brasileiros, um sujeito  gigantesco chega ao seu lado, diz que ele havia furtado um lenço e, sem encostar a mão nele, nem ao mesmo aumentar o tom de voz, determina que  Luís o acompanhasse.

Aluno de bons colégios,  além de ter tido  aulas particulares, falava bem inglês.   Mas nessa hora, esqueceu tudo.

Como eu era o mais velho do grupo, o responsável pela segurança do supermercado me chamou  para servir de intérprete.

Ao saber da história, vou logo dizendo para o segurança que não havia qualquer problema,  já  que Luís iria pagar a peça que furtara e tudo se resolveria.

Certamente divertindo-se com minha ingenuidade, o chefe da segurança diz:

– Meu amigo, as coisas aqui não funcionam assim.  Eu já chamei a Polícia.

Ainda me achando o rei da conciliação,  insisti que ele pagaria e iríamos embora.

A polícia chega, pega o passaporte dele, preenche uma ficha e de maneira a não deixar qualquer dúvida diz para mim:

– Explica para seu amigo que o nome dele foi para o computador central do órgão que trata de assuntos de turistas aqui.  O nome dele não saia mais de lá. Quer dizer que se ele cometer a mais mínima infração nos Estados Unidos, seja no ano que for, ele será imediatamente deportado.

Como se vê, a Lei lá vale para todo mundo, tanto para o meu amigo, na época um garotão com jeito  de surfista, quanto para o Ban ban ban da Economia Mundial.

Em tempo, nem o segurança da Loja, menos ainda o policial,  fizeram qualquer pergunta sobre mim, nem mesmo se eu também era brasileiro.