Hoje é aniversário da minha irmã Ana.
Ela tinha definição precisa sobre como eu e meu pai levávamos a sério compromissos sociais, e, principalmente, prestávamos solidariedade nos momentos difíceis. Lá vai:
– O defunto ainda tá quente e o Paulo e o Hiram (nome do meu pai) já estão lá.
A esse respeito, episódio curioso (que já contei aqui):
Estava próximo ao Hospital Albert Einstein há vários anos e me lembrei de que o pai da minha amiga, aliás eu era amigo da família toda, lá se internara. Fui visitar. Ao perguntar por ele, sou informado de que estava no necrotério do Hospital. Não tive dúvidas, fui para o necrotério. Perder a viagem é que eu não ia perder mesmo. Estavam apenas a esposa e uma nora do falecido. Disse para elas que havia ido para uma visita, e soube do falecimento ao chegar. Perguntei se precisavam de alguma coisa de ordem prática. Naturalmente, mais tarde voltei para o velório. Ao sair do necrotério, ria lembrando-se da minha irmã. Dessa vez, literalmente, o defunto estava quente eu já tava lá.
Minha irmã mora em um flat. Liguei, não tinha ninguém no apartamento. Deixei os parabéns na secretária eletrônica dela. A secretária eletrônica é daquelas em que a mensagem é gravada por mulheres com voz de estação/aeroporto. Não tive dúvida. Deixei também mensagem na Portaria do Flat.
Meu querido e saudoso pai teria feito exatamente o mesmo.
Aproveito e reitero, agora, pela terceira vez:
– Parabéns, Ana.