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CRÔNICA – Pra Deus Escutar

Se no dia a dia, a convivência com as pessoas já está complicada, que se dirá na praia, quando, como falava meu amigo Guengo, literalmente, os búfalos estão em férias?

• Cachorros pequenos perturbam gente grande, latindo;
• Cachorros grandes apavoram gente pequena, avançando;
• Bola de frescobol, na cara;
• Bola de futebol, no saco;
• A velha, ao celular, grita para a amiga que a neta não vai participar do torneio de natação porque está menstruada;
• Todos gritam tudo ao celular;
• Todos escutam pagodes no último furo;
• Cerveja a R$ 15,00 – e, note bem, Skol, e de latinha; consequentemente, fervendo.

Talvez haja saída, penso, não com meus botões, mas com os infinitos pingos de suor que não param de brotar dos meus poros – piscina do condomínio; eis a salvação.

Na piscina:

• Cachorros, desde PP a GG, dentro e fora da água.
• Não só bolas de futebol e frescobol, como petecas, discos de frisco, arco e flexa e bumerangues
• Quinze smarthphones, cada um com uma imagem; com uma música diferente; lógico, todos no volume máximo.
• Ninguém escuta pagode, muitos se deleitam no Karaokê de músicas sertanejas.
• A cerveja não é Skol e não tá fervendo. O síndico, crente, proíbe bebidas alcoólicas.

Desisto e vou para o apartamento. No Hall do prédio, o zelador me informa que os dois elevadores estão quebrados.

– Seu Paulo, acho que é até bom o senhor não subir, porque vários moradores, de todos os 20 andares, já interfonaram reclamando do seu vizinho de parede, irmão do síndico, que está ouvindo música gospel. Como ele é meio xarope, ele acha que, botando o som bem alto, Deus vai escutar, o que facilitará as coisas na hora do juízo final.  Aliás, não precisa ter o ouvido apurado de Deus; se o senhor for no outro corredor do prédio, o senhor vai ver que não é exagero meu, não.

Subo até o apartamento.

Desço, com minha mala enorme, os infinitos degraus.

Entro no carro.

Fila de automóveis , eufemismo para congestionamento, que começa na Avenida Beira Mar e termina na Avenida Pacaembu, a duas quadras do meu apartamento  em São Paulo.

Para o Cidadão, Espinho no Olho; Autoridades em Carros Oficiais, Vidros Nigérrimos

Excetuando-se a Indústria Automobilística de acessórios, pneus e talvez de combustíveis, toda a coletividade, talvez a humanidade inteira, incluindo-se prefeitos, secretários e até a Presidente, quer que o cidadão deixe o carro em casa para distâncias curtas e médias.

Sol de rachar hoje, por volta do meio-dia.  Tentei me proteger à sombra de magníficas árvores no Canteiro Central da Av. Pacaembu. Repetindo, TENTEI!!!

Pois não é que, entre uma e outra frondosa árvore,  agressivas plantas de mais de dois metros de altura,   com espinhos afiadíssimos, que parecem de aço, ocupam praticamente toda a largura do tal canteiro central.

Para fugir do sol inclemente, o pedestre não podia caminhar pelo canteiro; era obrigado a andar na rua, com carros passando a centímetros.

Como diz a Sabedoria Popular, A Natureza limitou a inteligência, mas não limitou a burrice.

Lógico que deve haver alguma autoridade menos insensível.  Acontece que autoridade só anda de carro, vidros nigérrimos, muitas vezes com batedores.  Isso quando não usam helicópteros.

Sob a folhagem, muitas vezes,  merda de cachorro.

Microconto meu,  que, graças a Deus, hoje não se passou comigo.  Quer dizer, a parte final.   Nem podia mesmo acontecer, já que andei a maior parte do tempo, correndo perigo, junto ao meio-fio.

Lá vai o microconto:

Para fugir dos carros, caminhou pelo canteiro da avenida. Pisou na merda de cachorro.

 

Mês Sim, Mês Não, Britadeira em Ação!!!

Com muita frequência, mas muita mesmo,  britadeira  rasga o asfalto da Rua Cândido Espinheira, entre a Rua Tupi e Avenida Pacaembu, São Paulo, Higienópolis.

À falta de respeito pelo dinheiro público,  todos já estamos acostumados.   Poderiam, ao menos,  respeitar o sossego do cidadão nos fins de semana.  Uma vez rasgado o asfalto, deveriam ser feitos todos os serviços (elétriciade/água/gás  e esgoto) daquele trecho.

Tenho certeza de que em menos de dois meses, britadeiras estarão sendo usadas no mesmo trecho em um sábado, domingo, ou em dias de semana,  durante a noite e madrugada.