Parada Gay- Historinha Engraçada.

Esse ano não teve Parada Gay, mas tenho que manter a tradição do Trombone.

Há somente  dois textos  que repito todos os anos.

Esse a seguir, às vésperas da Parada Gay, e outro, próximo ao dia da Consciência Negra.

Deveria repetir mais alguns; ocorrem-me três: Sobre o Papel do Herói (próximo ao Sete de Setembro), uma coletânea de Epitáfios(absolutamente hilários),  Finados, e sobre Pindura – Prática dos Estudantes de Direito de  Jantarem em Restaurantes em Agosto e não Pagarem a Conta.   Ao final deixo os Links.  Por enquanto, Parada Gay:

Parada Gay, alguns  anos atrás. Desde a primeira, fui a algumas edições. Som legal, muita alegria e, além de tudo, não custa nada prestigiar. Lembro-me quando queriam bater o récorde mundial de público. Além do som, havia a meta a ser cumprida. Fui até mais para fazer número e ajudar no récorde, que acabou mesmo sendo batido.

Pois bem, em uma das vezes, de dentro do carro, perto da Rua Cubatão, onde, segundo meus cálculos, deveria estar a marcha naquele momento, pergunto para um grupo de gays que vinha caminhando se o pessoal ainda permanecia pelas redondezas. Eles me informam que a marcha já devia ter chegado ao ponto final, na República, onde seriam encerrados os festejos.

Pensando em voz alta, lastimo. Um deles consola:

– Não desiste, não. Corre lá, quem sabe cê ainda não arranja um namoradinho!!!

Divertindo-me muito, nos dias seguintes, contei para todo mundo o episódio.  Meu pai riu muito!

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Conforme o Prometido, link dos textos que deveria postar todos os anos.

Papel do Herói, clique aqui

Para se divertir,

Pindura, clique aqui

Epitáfios, clique aqui

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Tenho postado pouca coisa aqui  no Trombone, mas estou escrevendo muitos microcontos.  Preciso ir passando esses textos pra cá.  São legais.  Deixa eu pegar fôlego.

De qualquer forma,  estou contente de não ter mantido a tradição desse post nessa data aqui no Trombone.

DIA DOS NAMORADOS, SEM O NAMORADO

– 12 de junho, dia dos namorados, bela data.   Pena que o Roberto não ache.

– Quem é você?

– Eu vim no lugar do Roberto.

– Lugar do Roberto?

– Sim, seu namorado!

– E ele, cadê ele?  Eu marquei nesse restaurante que ele adora.

– É mas, pelo que ele me falou, nem que o jantar fosse lagosta com pitadas de ouro em pó, ele viria.

– Afinal, quem é você?

– Eu sou do FALAMOS POR VOCÊ.  Sim, do Falamos por você,  e sabe o que ele mandou eu falar por ele para você?

– Não faço a menor ideia.

– Pois bem, ele disse para eu falar por ele pra você que ele quer terminar o namoro.

– Mas…

– Ainda não acabei de falar por ele. Sim, terminar o namoro.  E mais, que amanhã ele deposita a parte dele do jantar na sua conta.

– Só isso?

– Não, ele falou para colocar a parte dele  do jantar numa quentinha que ele vai  saborear, enquanto folheia uma revista, o que é, nas palavras dele, muito melhor do que jantar em sua companhia.

– Terminou?

– Sim, da parte dele, terminou.  Agora, posso falar em meu nome?

– Lógico, fala.

– Empresta seu celular para eu chamar um Uber?  Porque o meu está sem bateria e sem crédito?

– Toma.

– Obrigado.

– O Uber chegou, tchau.  E, adaptando a música, do fundo do coração, lhe digo:  Dias  (dos Namorados)  Melhores virão.

– Ah, vá pro inferno!

TOTALMENTE DEMAIS – MUITO ALÉM DO JANTAR

Esse conto, com um pouco de sexo, drogas e rock&roll, conforme já disse, foi escrito anos e anos antes de o fato acontecer aqui no Brasil. Agora, com a Novela e a fabulosa música do Caetano Totalmente Demais, torna-se novamente oportuna a leitura. Adianto, que as personagens são as mais fascinantes do Planeta Terra.

Conforme já contei também, uma amiga estava produzindo uma espécie de sarau e pediu que as pessoas lhe enviassem seus escritos. Enviei-lhe esse conto. Como era trabalho para ser lido em público e que talvez pudesse ser publicado, escrevi uma nota introdutória explicando e deixando bem claro que era mera ficção e que usei os nomes verdadeiros dos principais personagens porque, por mais que minha imaginação fosse fértil, eu nunca conseguiria criar perfis tão bem acabados para o meu objetivo. Minha amiga leu o conto e a explicação e, inconformada, me ligou:
– Ah, que pena – eu achei que era tudo verdade!!!

Leia o conto e veja se vc também queria que fosse verdade. De minha parte afirmo: não só queria que fosse verdade, como, principalmente, queria ter participado dessa noitada.

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Luis ligou para meu escritório dizendo finalmente ter marcado o jantar na casa dele com Roberto para sábado.

Fiquei uma fera. Era o dia do Show. Embora a imprensa tivesse anunciado que a apresentação no Pacaembu seria única, não era verdade. As grandes estrelas, quando passam por aqui, na mesma noite do show no estádio, costumam se apresentar em uma boate para aproximadamente 500 pessoas. Após esse espetáculo, sempre ficam para o coquetel e jantar. Algumas delas são verdadeiras vedetes. O Pavarotti, na primeira vez em que veio a São Paulo, era um sujeito amável e simples. Pediu para ir jantar com todo mundo em um restaurante típico brasileiro. Tomou uma jarra de batida de limão (de pinga) e comeu vatapá. Agora, depois de ter se tornado um mega star, já se comporta como uma prima-dona. Mas, em geral, são simpáticos. Sobretudo comigo, mulher morena, bonita, sensual com tempero brasileiro e classe européia.

Lógico que esses shows para audiências restritas são sempre muito caros. Nunca menos de 2.000 dólares por pessoa. Eu já havia comprado e pago nossos ingressos. Era uma surpresa para Luís. Só lhe contaria no dia. Afinal, a surpresa acabou sendo minha. Imaginei que durante o jantar, a cada cinco minutos, teria vontade de ir ao banheiro, abrir a bolsa, olhar as entradas e chorar um pouquinho. Poderia até fazer isso. Mas não contaria jamais para ele que tinha comprado os ingressos. Pois sabia que estava almejando a vice-presidência da empresa; o jantar bem produzido com o presidente-executivo, sua mulher, por coincidência filha do acionista majoritário, seria decisivo.

E produção era o que não faltava. Luís pediu que eu cuidasse de tudo. Decidimos o cardápio e não tive dúvidas, liguei para o bufê dos grandes jantares de São Paulo e fiz a encomenda. No sábado, por volta das três, chegam com toda parafernália necessária:

– A senhora escolhe sua toalha de mesa preferida e pode ir para o cabeleireiro que a gente se encarrega de tudo, disse o eficiente e ligeiramente pedante chefe da equipe.

Lembrei-lhe novamente o combinado com o gerente: eles deveriam deixar a coisa encaminhada, eu cuidaria do resto. Às seis, não queria mais ninguém em casa – enfatizei.

Eram verdadeiros artistas. A mesa estava linda, os arranjos de flores deslumbrantes, a comida com aroma indescritível e o bar arrumado de tal forma que eu seria capaz de fazer montes de dry martini de olhos fechados.

O interfone toca, oito horas, pontualmente.

Fomos esperá-los na porta do elevador. Surpresa. Gabriela estava sozinha.

– Papai ligou há cerca de três horas convocando Roberto para uma viagem a Buenos Aires. Agora, devem estar quase pousando. Tá vendo o que te esperava na vice-presidência, Luís? Já que o chefe está longe, acabemos com as formalidades. Sorri, enquanto tira o blazer.

Sob o blazer de Gabriela, uma camiseta de seda preta com alças e decote nas costas até a cintura, velando quase nada do corpo escultural. Luís e eu ficamos embevecidos. Tudo era perfeito: costas, ombros, bocas e seios se destacavam.

– Estou fissurada para experimentar seu famoso dry martini, Elza. Posso ajudar você a preparando os copos.

Pega a faca mais afiada e, em menos de três minutos, põe em cada copo verdadeiras mini esculturas de casca de limão e azeitonas. Ao se inclinar sobre o balcão, os duros bicos dos seios se mostram. Seu sorriso maroto olha para mim e Luís.

– À uma noite de prazeres! – Gabriela brinda.

Quando ponho o último disco de Marina, faz um gesto com o indicador pedindo para nos aproximarmos e, fingindo vergonha, sussurra aos nossos ouvidos:

– Parece coisa de fanzoca boba, vocês vão até rir de mim. Essa camiseta aqui, foi a Marina que me deu. Sou muito amiga dela.

Diz isso, levantando o ombro direito, ao mesmo tempo inclina o rosto até o ombro, com os dedos longos, traz a alça aos lábios, fecha os olhos e beija a blusa.

– Fanzoca boba, nada. Olha o que eu tenho aqui na gaveta, falo enquanto apanho os ingressos.

Luís pergunta por que não falei nada. Em poucas palavras, disse saber que ele queria muito oferecer o jantar ao Roberto. Orgulhoso da minha deferência, sorri.

– Não é possível, diz Gabriela. Se você soubesse o que já deu de briga entre mim e o Roberto por causa deste jantar marcado no mesmo dia dos Rolling Stones. Agora, ele lá com meu pai, certamente se preparando para ouvir tango, e nós três aqui. Aqui e com a cabeça no Mick Jagger!

– A gente pode jantar tranqüilamente e ir para lá, expliquei.

– Mas como, o show deve começar em menos de meia hora?, diz Gabriela.

Ela não sabia da história da segunda apresentação e ficou absolutamente enlouquecida com a possibilidade de ver os Stones cara a cara.

– Luís, tira da cabeça a preocupação com a vice-presidência. Você é o preferido do papai e do Roberto. Também é o meu preferido. Eu tenho 50% das ações da empresa. Vice-presidência é assunto encerrado. Vamos ao prazer, comme il faut: com o dever cumprido e a consciência tranqüila!

Diz isso e acende um baseado que tirou da bolsa, magistralmente enrolado em papel de seda lilás.

– Para todos os prazeres! exclama , como se fizesse novo brinde. Fecha suavemente os olhos e se deleita com uma longa tragada.

– Soube que você se dedica ao estudo do Epicurismo de corpo e alma 24 horas por dia, eu disse.

– Ao estudo diria que dedico só minh’alma e manhãs. A tarde, jogo tênis. À noite, delíros. Pensando bem, acho que meus dias são compostos de 24 horas “epicuristas”: teóricas e práticas – explica, passando o baseado, com a marca e o provocante gosto de seu baton, para mim.

Toma um gole de dry martini e prossegue:
– Escrevo textos para revistas daqui e da França. Não me queixo da vida. Posso fazer o que gosto. Esta noite é o que eu chamo de “meta-delírio-triplo”. A gente está aqui no delírio do dry martini, do baseado, que antecede o delírio do jantar, que antecede o delírio dos Stones, que, sabe lá Deus, pode anteceder outros delírios, diz sorrindo e passando os dedos, úmidos e frios, do contato com o copo, na minha nuca e na de Luís.

– Que tal começar o jantar, ou melhor, o segundo ato do delírio?, sugere, sem jeito, Luís.

– Mais dry martini !

Eu e Gabriela falamos exatamente ao mesmo tempo. Rimos os três. Entrelaçamos os dedos minguinhos, como brincam as crianças, cada uma fez seu pedido, contamos até três, dissemos paf as duas ao desentrelaçarmos os dedos.

– Que ótimo, as duas falaram paf, os desejos de vocês vão se realizar. O que vocês pediram? – pergunta Luís.

– Fiz um pedido para nós três. Quando se realizar, agente vai saber que foi graças a ele. Sempre faço esse jogo e na única vez em que coincidiu de os dois dizerem a mesma coisa, eu tinha feito um super pedido que se realizou na mesma semana! – diz Gabriela.

Ela quer aprender a fazer Dry Martini e diz que me ensina a montar esculturas de casca de limão e azeitona.

Com cinco golpes, suaves porém decididos, prepara as azeitonas e as casca do limão; a mesma eficiência na montagem das mini esculturas. Tão rápido, que não aprendi nada.

Os Dry Martinis seguintes fiz lenta e didaticamente a pedido de Gabriela.

– É inacreditável que uma estudiosa de Epicuro, na teoria e prática , desconhecesse essa fórmula de fumo e Dry Martini como aperitivo. Agora sim, acho que já estamos todos com espírito e paladar preparados para o jantar.

A cada movimento na cozinha e na sala., percebia o profissionalismo do pessoal do Bufê . Grudado na porta da geladeira com um imã, um minucioso passo a passo, datilografado naturalmente, explicava como finalizar cada prato. A musse de salsão deveria ser tirado da geladeira 15 minutos antes de ser servida; o linguado na manteiga com camarão, alcaparra, batata cozida , cogumelo selvagem e arroz com ervas, já nos pratos individuais, esquentar 10 minutos no forno baixo.

Ponho a musse na mesa, abro a garrafa de vinho branco e seco, sirvo água mineral nos copos, vou à sala de visitas chamar Luís e Gabriela.

– Que mesa maravilhosa! Você dever ter tido um trabalhão para fazer tudo isso! – elogia Gabriela.

– Você nem imagina! Você nem imagina! Digo e viro o rosto na direção de Luís para me deleitar com seu sorriso cúmplice. Retribuo com uma rápida piscada e um beijinho no ar.

Luz na intensidade certa, música de câmara ao fundo, vinho datado na temperatura ideal, o sabor exótico da musse: perfeição a serviço do prazer. Gabriela admirava cada detalhe.

– Se vocês tivessem um livro para os convidados assinarem, descaradamente roubaria a frase que uma moça escreveu no livro do saudoso restaurante Pirandello: eu quero morar aqui!

Agradecemos o elogio e ela continuou:

– Sabem quem adoraria esse jantar? Epicuro! Imaginem, o homem iria enlouquecer nessa orgia de prazeres dos sentidos. Ainda com direito a Rolling Stones. Jamais ele voltaria pra Grécia depois de nos conhecer. Certamente acrescentaria no livro dos convidados, na frente do que eu escreveria: EU TAMBÉM!!! E assinaria.

Quando estou na cozinha esquentando o linguado, Luís vem pegar mais uma garrafa de vinho. Enquanto saca a rolha, vira o rosto para mim, me agradece pelo sucesso do jantar e me dá um beijinho na boca. Largo o que tinha nas mãos sobre a mesa, viro-me de frente para ele, abraço-o e damos um longo beijo. Excita-me o roçar dos meus seios em seu macio suéter de cashemere vermelho. Gabriela, da porta, nos observa:

– Eu também quero participar desse amorzinho!

Olhamos sorrindo para ela. Aproxima-se passa a mão em torno de nossas cabeças, dá um suave beijo em Luís e um beijo um pouco mais longo em mim, sua língua pressiona suavemente meus lábios e dentes. Entreabro a boca e nossas línguas se tocam por alguns segundos, ela passa a mão pelos meus cabelos e pescoço. Lentamente se afasta. Sorri. Desta vez, para minha agradável surpresa, Luís não fica sem jeito. Com naturalidade, sorrio. Aquela não era a primeira vez que uma mulher me beijava e, com toda certeza, não seria a última.

Volto para sala de jantar com o linguado. Rolling Stones eram o assunto. Conto que os Stones se apresentaram em várias cidades por onde passei, sempre poucos dias antes de eu chegar, ou uma semana depois de eu partir. Isso aconteceu mais ou menos umas dez vezes.

– Quando Luís me deu a notícia de que o jantar seria hoje, já estava imaginando que o destino queria que eu passasse minha vida toda sem usufruir o prazer dos Stones. Mas, graças a você, Gabriela, parece que vamos conseguir contornar os caprichos do destino. Obrigada. Viro-me para ela, fecho os olhos e mando-lhe um terno beijo de longe.

O linguado e a sobremesa, salada de frutas secas, com conhaque e sorvete de creme – especialidade minha – estavam perfeitos.

– Uma revista de faits divers – frescuras como eu chamo – me entrevistou perguntando qual cardápio escolheria para meu último jantar. Sushi, sashimi e doses reforçadas de saquê, respondi. Se me fizessem a mesma pergunta manhã, tenham certeza de que enumeraria todos os pratos e bebidas deste jantar deslumbrante. – diz Gabriela.

Assim que tomamos o último gole de vinho do Porto, levantei-me e disse:

– Let’ s go! Mick jagger waits for us!

Fomos no carro de Gabriela, um jaguar 2005 branco. Luís entrega os dois ingressos e quatrocentos dólares ao porteiro que, satisfeito, chama o maitre, passa-lhe 150 dólares, e manda que ele nos arranje uma boa mesa.

Melhor impossível: a mesa central da primeira fila. Ficaríamos a pouquíssimos metros dos Stones. Fomos ao banheiro retocar a maquiagem. Cheiramos quatro fileiras de coca sobre uma longa e fina lâmina de ágata preta com um mini cilindro de prata do arsenal que Gabriela trazia na bolsa. Traçamos a estratégia (infantil, mas poderia funcionar como ovo de Colombo).

– Ao delírio, ela diz, antes de abrir a porta do banheiro. Sorrio olhando fundo em seus olhos. Ela se aproxima. Como o show já estava começando, tínhamos certeza de que dessa vez nada iria interromper nosso beijo.

Voltamos ao salão. Tocavam uma balada lenta. Time is on my Side. Jagger, no primeiro momento, fuzila-nos com seu olhar e, em seguida, entre dois versos, diz, irônico, porem carinhoso: Wellcome. Com um pouco de vergonha, mas envaidecidas com o cumprimento, julgamos que essa passagem facilitaria o plano.

Pode parecer pretensão minha, mas, pelo menos em relação aos homens, sentia que Gabriela e eu roubávamos um pouco a atenção da platéia. Seu eu disser que até entre os Stones percebia-se uma certa fissura por nós duas, serei taxada de megalomaníaca? Mas era o que estava acontecendo. Keith Richards chega perto de Jagger, sussura-lhe algo nos ouvidos, e também nos cumprimenta. Sorrimos todos.

Por em prática a etapa seguinte, agora que o objetivo estava atingido, seria até covardia, mas éramos maquiavélicas.

Gabriela e eu nos entreolhamos. Com um sinal afirmativo, decidimos que o momento estava próximo. No intervalo entre as músicas seguintes, levantamos-nos e, lenta e sincronizadamente , tiramos nossos blasers. Platéia e Stones não desgrudam os olhos de nós duas por uns cinco minutos.

Durante o coquetel, eles cumprimentam, um a um, todos os presentes. Deixam nossa mesa por último. Jagger e Richards perguntam a Luís se podiam juntar-se a nós. Pedimos duas cadeiras ao garçon.

– And a bottle of Borbon, for us.

Não precisamos nem traduzir. Antes do show, os garçons haviam levado garrafas e garrafas de borbon para eles e toda a troupe.

Não se passaram nem quinze minutos, quando a conversa estava fluindo legal, Jagger é chamado pelo empresário para uma festa na casa da filha do patrocinador da turnê. Não esconde sua decepção:

– Todos na banda trabalhamos duro, mas os melhores frutos quem colhe são sempre eles quatro. Isto há quase trinta anos.

Colher frutos? – pensei. Tá certo que era o que eu e Elza desejávamos : transformar aquela noite num imenso pomar. Mas vai ser direito assim lá no primeiro mundo!

Jagger despede-se com um abraço em Luís, um beijo no rosto de Richards e de nós duas com fugazes, porém deliciosos, beijos na boca.

– Finalmente um carro de verdade – diz Richards ao ver o Jaguar de Gabriela. Pensei que aqui no Brasil só houvesse as carroças do Collor pro povão e esses carrinhos japoneses dos yuppies.

– Que tal mais rodada de salada de frutas e bebidas na casa de vocês? – sugere Gabriela.

Gabriela faz uma descrição tão entusiasmada de todo o jantar, sobretudo da salada de frutas, que Richards brinca.

– Vocês não sabiam que os carros ingleses voam nas horas de emergência. Isto é uma emergência, ele diz pro carro e ordena: Voe.

Gabriela acelera para voarmos “dentro da madrugada veloz” sobre a pista da Cidade Jardim.

Luís e eu voltamos para sala com a salada de frutas, Gabriela e Richards beijavam-se. Convidam-nos para sentarmos. Ela sugere um reforço de fumo para aguçar os sentidos.

– Eu sou um cara de sorte. Estou aqui com o que o Brasil tem de mundialmente famoso: suas mulheres e sua maconha.

Dá uma tragada, um beijo em Gabriela, nova tragada, e me beija com fissura. Ao mesmo tempo, Gabriela dá um longo beijo em Luís, que lhe acaricia os seios por dentro da roupa. Fingindo um pouco de indecisão , Gabriela tira a blusa. Antes de recomeçar a beijar meu namorado, aproxima-se de mim pelas costas e, dizendo querer solidariedade, também tira minha blusa e me dá um longo beijo na nuca acaricia-me os peitos e sussura-me aos ouvidos:

– Eu não disse que meus pedidos na brincadeira do pif-paf sempre se realizam.

Richards pega seu copo e brinda:

– Aos prazeres que Mick deve estar desfrutando na casa da filha do empresário!

Morremos de rir do seu sadismo.

Acordamos, os quatro na cama de Luís, às onze horas da noite do domingo.

Gabriela não parava de rir:

– Pretensiosa como ninguém, na minha cabeça, o Caetano tinha feito a música Totalmente Demais para mim. A partir de agora, vou passar a considerar mais essa hipótese.

Às gargalhadas, resumimos a música e traduzimos a teoria de Gabriela para ele, que emendou com uma dúvida :

– Me digam uma coisa, todas as noites de vocês são assim?

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No Globo Repórter de Hoje, Riquezas do Paraguaia. Na sua mesa, preciosidade da Gastronomia.

Globo Repórter de hoje, às 22, 57hs, será sobre encantos e riquezas do Paraguai. Já estive em Foz do Iguaçu e, de fato, é espetacular.

Outra riqueza, essa gastronômica, é a Sopa de Milho Paraguaia. Já postei a receita aqui. Posto novamente. Combina muito bem com Rosbife, cuja receita também vai abaixo. Essa receita é espetacular.

Lá vão as duas Receitas, aliás, três, já que também consta de uma saladinha.

A história da Gastronomia registra que um prato típico da culinária do país vizinho foi modificado por conta dessa guerra.  Trata-se da sopa de milho paraguaia.  Como  era complicado     transportar sopa, as mulheres dos soldados paraguaios  foram adicionando cada vez mais farinha de milho, até que…  deixou de ser sopa … para transformar-se em Torta!!!

Uma delícia!!!  Acompanhada de um belo rosbife e salada simples de alface, tomate (ou tomate cereja)  e cebola pode ser o almoço ideal para celebrar o futebol;  ao invés de combustível para a guerra!!!

Lá vão as receitas.  A da Torta paraguaia, peguei na Internet – já fiz – ficou deliciosa – e transcrevo a receita; o Rosbife é do fabuloso livro do Wessel (também já fiz muitas e muitas  vezes) e a saladinha é a que preparo sempre em casa.  Talvez a sua salada nunca  fique tão boa quanto a minha porque uso o vinagre que eu mesmo faço em barril especial, coisa do outro mundo, literalmente. É fundamental fazer o Rosbife em Panela de Ferro. De qualquer forma, a combinação é deliciosa.  Caipirinha e cerveja – com moderação – para não dormir durante a partida.

“Receita Livre” (sem se preocupar  com  as quantidades, só com um detalhe importantíssimo) da Saladinha

Alface america, rodelas de tomate (ou tomatinhos pequenos)  e rodelas de cebola.  Secar as folhas no secador de folhas.  Os tomates, depois de cortados em rodelas, secar em guardanapo de papel. (é esse o detalhe importantísssimo). Se forem usados  tomates pequenos, secar também.    Fundamental secar tudo, do jeito que está escrito.  Salada molhada, o tempero vai embora na água.
Molho para temperar salada:  mostarda, vinagre, sal, azeite e mel. Mistura pouquinho de mostarda com vinagre de boa qualidade, por pouco sal, azeite, misturar e por um pouco de mel e mistura novamente.  Temperar a salada só na hora de servir – caso contrário, murcha.

Receita da Torta Paraguaia – como peguei na Internet e como já testei e aprovei.

Ingredientes
1 litro de leite
500 gramas de flocos de milho pré-cozido sem sal (vulgo Milharina)
500 gramas de queijo minas padrão ralado (meia cura, caipira)
1 xícara de óleo de girassol
4 cebolas fatidas fino
4 ovos
2 colheres (chá) de fermento em pó
sal rosa do Himalaia e pimenta a gosto

Modo de Preparar
Aquecer o forno a 180ºC e

Untar bem uma  forma/assadeira com óleo e salpicar farinha de trigo.  Untar bem para não grudar.

Refogue as cebolas já fatiadas com um pouco do óleo, só para murchar de leve. Desligue o fogo.
Se a panela for de tamanho grande, junte o leite, o óleo, os ovos, o queijo e misture bem. Em uma vasilha, misture o fermento com o flocos de milho e acrescente aos poucos na mistura de cebolas, mexendo sempre.  Acerte o sal e a pimenta.

Transfira para a forma forma untada com farinha  e asse por 45-50 minutos, ou até ficar dourado.

Desenforme e sirva em travessa separada ou ao lado da Salada.   Cada um coloca pouco de  molho da salada no próprio prato.

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Rosbife

Ingredientes:

1 Kg de Contra-filé limpo. Pode deixar um pouco da gordura.

– Uma colher de sopa de Tomilho Seco.

– Uma colher de café de pimenta do reino moída na hora

– Uma colher de sopa de sal grosso Rosa do Himalaia.

– Uma colher de sopa de azeite

– Uma colher de sopa de manteiga sem sal.

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MOLHO PARA A CARNE:

2 copos de água  fervendo,

vinho branco ou vinho madeira (opcional)

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Modo de preparar

Tirar a carne da geladeira 40 minutos antes de por na panela.  Temperar só com o a pimenta do reino e o tomilho.  Deixar 15 minutos pegando o gosto.

– Aqueça a panela de Ferro no fogo alto.

– Por o azeite e, em seguida,  a manteiga.  Deixar esquentar bem.

Passar o sal grosso na carne segundos antes de por na panela  e bater para tirar o excesso.

Colocar a carne na penela bem quente.   Abaixar um pouco o fogo.  Deixar a carne fritando  5  minutos de cada um dos 4 lados.

Tirar a carne da panela.

Dissolver o fundo da panela com a água fervendo, misturar o vinho e colocar o molho em uma molheira e levar para a mesa.

Cortar em fatias finas ou pedir para cortar na padaria.

Manter essas fatias do rosbife no forno com molho (para conservar  a umidade); forno bem baixo ou até quente, porém desligado,  só para aquecer ou assar um pouco mais se for o caso.

Na hora de servir,

por o molho na Salada,

Desenformar a torta bem quente.

Por o rosbife em uma travessa, molho por cima e servir tanto a torta quanto a carne bem quentes.

Sou contra o Aperto de Mãos – Há Muito Tempo

Em momentos de Epidemias, como do Corona Vírus, o não salutar cumprimento com aperto de mãos volta à pauta.

Em agosto de 2009, época da Gripe Suína, postei aqui no Trombone texto abaixo condenando esse costume. Sou a favor de abraçar e beijar efusivamente amigos, mas dar a mão pra qualquer um…

Se quiser, leia o que escrevi 11 anos atrás, mencionando, inclusive a saudação usual na família de importante cineasta brasileiro.

Lá vai o texto de Agosto de 2009.

Cartilhas a respeito da Gripe Suína estão sendo lançadas por órgãos oficiais e entidades médicas.

Suponho ser esse um bom momento para se combater uma mania nacional, principalmente entre as pessoas mais simples e mais carentes (até mesmo do ponto de vista emocional). Trata-se do vício de  cumprimentar apertando as mãos.

Muitas vezes você encontra um conhecido na rua, cujo   nome você nem imagina qual seja. O lógico seria dar um aceno, um oi ou bom dia/boa tarde/boa noite e fim.  Mas não,  às vezes o cara chega a atravessar a rua para apertar sua mão.  Tá certo que eu sou um pouco maníaco, mas é óbvio que isso  pode propiciar difusão da doença – não precisa ser médico para saber.

Justiça seja feita, essa mania não é característica apenas dos mais simples.  É comum você estar jantando em um restaurante, mãozinhas devidamente lavadas e limpas, chega um conhecido.  Você acena  e dá claros sinais de que basta o aceno, mas o infeliz estende-lhe a mão.  No meu caso, ou tento evitar, ou levanto e vou lavar a mão novamente.  Inferno!

Há algum tempo, muito antes da Gripe, já adoto a filosofia e prática  de tradicional família paulista, aliás família de um dos maiores cineastas do Brasil.  Domingão, todos os parentes reunidos.  Cada um que chega, da porta da Sala, saúda os outros com um largo aceno de mão e diz em voz alta:

–  SCAM!!!
Todos respondem, igualmente em voz alta, repetindo o gesto:
– SCAM!!!
Scam quer dizer SOCIEDADE CONTRA O APERTO DE MÃOS!!!

O Scam devia ser a primeira lição de todas as cartilhas anti-gripe, anti-mau gosto, anti,anti, anti, anti todos os hábitos impensados.

CELULAR

Acabei assistir à cena inacreditável – inacreditável, para os meus parâmetros.

Em uma lanchonete, sujeito (elemento, como bem define amigo meu esses tipos ) almoçava e falava ao celular.

No prato, apenas um último pedaço de bife.

Ele não teve dúvida: aproximou o garfo da carne e, com o cotovelo, empurrou a comida para o garfo.

Sim, foi isso mesmo que eu escrevi e que você leu.

De Arrebentar Balança

Vi Rubinho Barrichello cara a cara duas vezes na vida. Em um restaurante e na praia. Nas duas vezes, me pareceu ser sujeito absolutamente encantador.

Hoje ele foi ao programa Lady Night, da ultra sem graça Tatá Werneck. Por mais que se goste do piloto, é impossível suportar o contrapeso. Essa mulher é de arrebentar qualquer balança de cais de porto.

Barrados no Baile

Se onze em cada dez homens têm fetiche por ver duas mulheres bonitas e gostosas transando, entre adolescentes, a proporção deve ser maior ainda.
Assim, eu e meus amigos, todos de 13 a 15 anos, ao sabermos, com três meses de antecedência, que o Filme Les Biches, com muitas cenas de sexo de mulheres com mulheres, seria exibido em cinema vizinho de casa, começamos a produzir documentos falsos:


• Xerox coloridos das próprias carteiras de identidade adulteradas;
• carteiras de motoristas de irmãos mais velhos;
• e até mesmo o passaporte do tio de um dos amigos, que já havia falecido.

Foram alguns fins de semana inteiros na empreitada. A garagem da casa do Duda e do Roberto parecia até uma gráfica. Diversos tipos de pincéis, inúmeros carimbos, uma máquina de plastificar e até mesmo marcador do escudo nacional em relevo, tudo com o objetivo de dar credibilidade absoluta a todos os documentos.

E o empenho valeu mesmo a pena. Eram verdadeiras obras de arte da subterrânea arte da falsificação. Garanto que nem hoje, como todo o avanço dos computadores pessoais, alguém produziria documentos mais fidedignos.

E uma hora antes de abrir a bilheteria para primeira sessão do filme, lá estávamos nós enfileirados.

– Legal. A bilheteira não falou coisa alguma. Tá no papo.

Acontece que ela era apenas a primeira barreira. Havia um segundo obstáculo a ser transposto, aliás, obstáculo duplo, desafio para atletas de salto triplo, já que além do porteiro, estava na entrada um agente do Juizado de Menores de terno preto, com dois emblemas de polícia civil pendurados em grossas correntes douradas.

– Boa tarde, garotada. Onde vocês pensam que vão.

-Ao cinema, naturalmente.

-Naturalmente, com documentos falsos, não é mesmo?

-Em hipótese alguma, policial.

E em cada documento apresentado, o cara relacionou pelo menos cinco imperfeições.

-Eu poderia muito bem chamar os pais de vocês aqui para levá-los para casa. Mas não quero dar esse dissabor a eles. Podia ainda apreender os documentos falsos. Mas também não vou fazer isso, pois acho que será uma recordação que todos vocês vão querer levar para o resto da vida.

-Muito obrigado. Valeu mesmo. Até logo.

-Até logo, não. Vou fazer fotos de cada um de vocês, que serão impressas e distribuídas em todas as salas de cinema e de teatro do Estado de S. Paulo, com a indicação da data em que cada um completa 18 anos.

-Legal, obrigado – meus amigos e eu falamos simultaneamente.

-Enquanto isso, vão comprando revistinhas do Carlos Zéfiro, mas digam para os jornaleiros ficarem espertos, porque se eu pegar, eles vão em cana e dessa vez serei obrigado a chamar os pais de vocês.

Perdemos a esperança de assistir ao filme Les Biches, em compensação nunca no bairro se venderam tantas revistinhas de sacanagem, às quais nos referíamos como catecismo, e que, invariavelmente, vinham dentro de uma Manchete ou Fatos e Fotos, que também tiveram substancial aumento de saída naquela banca.

Bom lá pras minhas negas!

Foi na casa do meu vizinho Fernando que vi pela primeira vez aquele jogo  de formar  palavras, do primo dele.  Eram 13 dados com letras em todas as faces, um copinho e uma ampulheta de três minutos.  Logicamente,  havia mais faces com as letras A, E e O.  O jogo era da Grow, especializada em brinquedos educativos.  Chamava-se     R I S K.

No dia seguinte, lógico, comprei um. 

As regras:

  • O jogador colocava todos os dados no copinho; 
  • Lançava-os;
  • Virava-se a ampulheta, que  começava a marcar o tempo;
  • Com as letras que estavam para cima, o jogador da vez  formava palavras;
  • Uma palavra na horizontal;
  • As outras,  penduradas;
  • Quanto mais longas as palavras, melhor;  já que o número de letras de cada palavra era elevado ao quadrado.  Como também era elevado ao quadrado o número de dados que permanecessem fora da composição,  e descontado do resultado da soma  anterior.
  • Se uma das letras fosse Q e não houvesse U, o jogador podia, olhando rapidissimamente,  decidir se jogava todas as pedras novamente, ou apenas o Q.

Eu estabeleci uma regra legal.  Quem  usasse todos os dados, poderia, no tempo restante, jogar mais uma vez. O fluxo da ampulheta era interrompido. 

Contavam-se os pontos. A ampulheta novamente correndo.  E no tempo disponível, o jogador  tinha que se virar, pois se fizesse uma palavra de 4 letras e deixasse de usar 9,  seus pontos seriam:  16 positivos – 81 negativos.  Resultado dessa segunda etapa da rodada –  65 pontos negativos.

Meu irmão e minha mãe, ultra competitivos,   já quiseram  botar pressão na coisa:

– Nada disso. A pessoa joga quantas vezes quiser  nos três minutos da ampulheta.

Protestei:

– Eu jogo  para relaxar e não para ficar brigando com tempo.  Quiserem aceitar a minha proposta de só poder jogar novamente,  se todos os dados formarem palavras,  eu continuo.  Caso queiram ficar nessa lutinha boba contra a ampulheta, não vão contar comigo.

Eles queriam colocar desafios sobressalentes, entretanto,  o vencedor de sempre, sempre mesmo, era eu.

Estava na casa do Fernando e o irmão dele, sabendo que eu havia comprado o Risk, pediu que eu fosse buscar em casa para jogarmos. 

Resultado: eu já tinha fechado a partida em quinhentos pontos e eles não haviam chegado nem à metade.

O mesmo acontecia no  ginásio e no colegial, digo,  parte considerável  do colegial.

Uma bela manhã do segundo dia de aula de   agosto,  já no terceiro ano,    o  aluno que acabara de se transferir da Escola Pública de Guaratinguetá para o nosso colégio, após  ter  me visto  estraçalhar o adversário anterior,  perguntou se podia jogar comigo.

Ele propos, uma partida até quinhentos: 

– A gente começa agora no recreio e termina no banco da pracinha depois que tocar o sinal da última aula, falei.

Em volta, todo mundo dizendo:

– Esse tal de Pascoal é louco.  Ninguém ganha do Paulo.

Ao término da segunda Rodada,  325 para o Pascoal; 61 para mim.  Nas duas rodadas, ele jogou duas vezes.  A minha média arrasadora, até então de  75 pontos por rodada, caiu para míseros 30,5 pontos.

Tocou o sinal do fim do recreio.

Desacorçoado, falei que a gente terminava  ao final da aula.

Os amigos tentavam incentivar.  Até o ringue, digo,  banco da Pracinha, o colégio inteiro nos seguindo e gritando:

– Olê, olê, olá, o Paulo vai virá!

Virei, virei, sim,  um saco de pancada do homem.  Os 162,5 pontos de média dele por rodada, no recreio,  saltaram para 220.  Os meus 30,5, briosamente,  se mantiveram nos 30,5.  Resultado final: 545 contra 85.

Cumprimentei-o:

– Pascoal, jogo RISK  há uns dez  anos, jamais havia perdido.  Parabéns, Pascoal, de fato, você joga muito bem mesmo.   

– Paulo, você e seus amigos confundiram meu nome.  Eu não me chamo Pascoal.  Meu nome é Pasquale.  Pasquale Cipri Neto.