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Silêncio Absoluto em Tiradentes na Mostra de Cinema. Já nas Salas de S. Paulo…

Na 13ª  Mostra de Cinema Brasileiro Contemporâneo em  Tiradentes, Minas Gerais (do dia  22/1/10 até  sábado) os filmes são exibidos em Praça Pública, e o Som é perfeito. Toda a cidade pára.  Correspondente da rádio CBN informa que os pipoqueiros  não trabalham durante as apresentações e que o silêncio é absoluto. 

A cidade, como a grande maioria das cidades brasileiras, não dispõe  de uma única sala de exibição.  Ou seja, imagina-se que não exista o hábito de assistir filmes de outra maneira além de Televisão, vídeos e DVDs.
Em um vilarejo de aproximadamente 8.000 habitantes (6.300 até 2004) a atitude do público é de respeito, pode-se dizer até respeito religioso.  Já nas salas de cinemas da zona Oeste de S. Paulo,  há de tudo e até mesmo alguns poucos espectadores que ficariam muito contentes se pudessem assistir ao filme sem  ter que ouvir comentários dos vizinhos de cadeira, que chegam até mesmo a atender celulares.  Para terminar, frase minha a respeito da coisa:

Não adianta mudar de lugar  no cinema.  Onde quer que você se sente, tem sempre dois, ou até mais,  imbecis conversando.

Parabéns a toda a População de Tiradentes!!!   Repúdio a todos aqueles que não sabem se comportar em Público!!!

Spams e Emails Chatos

Cinco dias longe do escritório. 

Caixa de entrada de emails:  48.  Um pessoal e aproveitável.   O  resto: de conhecidos se jogando confete mutuamente e alguns spams.

Em maio/junho de 2007, foi preso um sujeito na Europa ou Estados Unidos que, sozinho, entupia caixas de correio eletrônico de todo mundo, no mundo todo.  Suponho que ele continue preso, não sei.  Escrevi um texto na época. Deixo o link no final.

Spams estão voltando com bastante força para seu dia-a- dia no trabalho, todos os dias, já  começar mal.   

Contra eles, entretanto,  nada se pode fazer. Juntando termo antigo dos tempos da ditadura/autoritarismo com  modernidade, seria uma espécie  entulho informático.

Mas os amigos, e todos aqueles que têm nosso endereço eletrônico, bem que poderiam maneirar, não é mesmo???

Amiga minha,  há alguns anos ao me dar seu email, foi taxativa:

– Paulo, cinco pessoas têm meu email.  Você vai ser o sexto.  Se você quiser escrever que me ama,  que não pode viver sem me escrever, vou adorar.  Se você quiser escrever que tá com raiva de mim,  que quer me mandar passear, vou respeitar.  Mas, em hipótese alguma, me envie  emails  impessoais, com piadas ou conselhinhos edificantes.

Cá entre nós, ela tá mais do que certa!!!  Há algum tempo,  todos os dias eram uns sete/oito emails do marido e outro tanto da mulher de um casal de amigos.   Os dois se afastaram de mim.  Sinto falta deles, mas também sinto imenso alívio ao abrir minha caixa postal.

Sempre que tiver pela frente  esses emails chatos, mentalize  o amigo que mandou dizendo a frase dos pedintes adaptada:

– Eu podia tá matando, eu podia tá roubando.  Mas eu só to te enviando email engraçadinho ou edificante!!!

Como diz a Cláudia, minha namorada: 
– Inférrrno!!!

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Link do texto prometido a respeito dos spams http://bocanotrombone.ig.com.br/2007/10/23/311/

Lápis sem Ponta Para NÃO Escreverem em Cadernos Coloridíssimos

O material escolar em São Paulo subiu o dobro da Inflação (6,61% x 3,65%) de janeiro a dezembro de 2009.  

Em meados de novembro último, publiquei texto aqui mostrando problema sério e, ao mesmo tempo, ridículo enfrentado  por crianças e professores da Rede Pública.

Crianças que estão começando a aprender a ler e a escrever e os dedicados professores quase  enlouquecem. O motivo??? É impossível escrever com o lápis que as crianças recebem.  Escreve, o lápis quebra a ponta; a criança aponta e  a ponta se quebra novamente.  Em  muito pouco tempo, o lápis desaparece, criança e professora ficam numa irritação só!!!  Dá para aprender dessa maneira???

Pois bem,  os  órgãos  responsáveis pela compra do material da Rede Pública deveriam determinar para as empresas fornecedoras em contratos não um número x de lápis que cada criança irá receber, mas sim que cada criança receberá número suficiente de lápis para terminar o ano letivo.  E que ninguém venha alegar que isso motivaria as crianças a não cuidar do material.As empresas fornecedoras receberam do   governo por  lápis que, se supunha, durariam um ano.  Em um instante esses lápis foram consumidos pelo apontador.  Ou seja, as empresas tiveram crédito e não fizeram por merecer esse crédito.   Agora, é atacar o órgão sensível das empresas/empresários:  o bolso. 
Esse órgão sensível, bolso das empresas/empresários, também poderia ser atacado através de outro meio:  Multas, multas bem vultosas. Tenho certeza de que a coisa iria  entrar nos trilhos.

Certamente  é o momento oportuno para se tomar outra medida.  Determinar que papelarias, além de vender cadernos caríssimos, coloridíssimos,  pagando royalties para artistas e empresas detentoras de direitos sobre personagens, também fossem obrigadas a vender cadernos de boa qualidade, simples e por um preço decente.  Leia-se acessível.  

Autoridades, tomem providências!!!  Bordão do Boca:  o homem já chegou à Lua e o Estado/país não consegue(m) fornecer lápis que escrevam, tampouco cadernos por preços decentes!!!  Que tal se ao invés de frases de efeito da publicidade oficial, as autoridades, isso sim, pegassem o pião da Educação na unha e realmente se empenhassem pela coisa.  Não dá mais para perder tempo.  São milhões de crianças e centenhas de milhares de professores se estressando ao invés de ensinar/aprender!!!  Sem contar os pais desperdiçando dinheiro em capas ultra/multicoloridas. E cadê o Brasil, país de todos da propaganda oficial???

Esmiuçando Tragédias

 Em relação a tragédias, digo sempre que é importante estar informado a respeito de tudo.  Assim sendo, escuto/vejo atentamente  o locutor narrando os fatos e o repórter mostrando a coisa in loco.  Agora, quando o repórter vai perguntar para amigos e família das vítimas o que estão sentindo, boto o controle remoto para trabalhar.

Ontem, estava na esteira de uma academia.  Na compulsória e compulsiva TV, permanentemente ligada, o Jornal Nacional dedica um bloco praticamente inteiro para detalhes da morte de uma jovem soterrada  em Angra,   Não queria parar a esteira e, menos ainda, podia mudar o canal. 

Tino Marcos, famoso repórter da Globo, consegue entrevista com os pais da jovem por ser amigo da família.  Aí começa o espetáculo da morbidez e do mau-gosto do qual não pude escapar.

Assistir à entrevista para mim já foi uma violência, selecionar os melhores, digo, os piores  momentos está muito acima da minha capacidade.  Assim, para quem quiser, deixo o link http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1434699-10406,00-EXCLUSIVO+DONOS+DE+POUSADA+FALAM+DA+MORTE+DA+FILHA.html .

Aliás, seria ótimo viver entre humanos utópicos que não apreciassem esse tipo de espetáculo.  Telejornais se limitariam a narrar objetivamente os fatos com os cinco w – a saber:  quem, quando, como, onde e por que e ponto final.  O locutor anunciaria.  “ Mais detalhes no endereço tal da Internet”

Como disse, trata-se de utopia.  Caso a medida fosse de fato implantada, a emissora correria imenso risco: Todos sairiam correndo para o computador e na frente da TV ficaríamos eu e mais uma meia dúzia!!!

Amigo meu arquiteto já disse:  “o ser humano é um projeto que não deu certo.”  Não me acho superior a ninguém,  entretanto,  esse tipo de coisa não me satisfaz  em qualquer aspecto, mais ínfimo que seja!!!

Tá Todo Mundo Surdo. E, pior, gritando!!!

Roqueiro Ozzy Osbourne, em uma longa entrevista publicada pelo jornal alemão “Süddeutsche Zeitung”,  disse  que está praticamente surdo “depois de 40 anos recebendo decibéis na cara em cima dos palcos.  Só entendo as coisas quando falam  comigo de frente.  Minha mulher, Sharon, fica louca porque ou não entendo nada ou entendo mal”. De quebra, confessou ter pavor de altura “não posso subir em uma escada portátil que tenho vertigem”.

Salvo engano,  os decibéis desprendidos de uma banda dessas equivalem a de um avião a jato decolando.  O inferno deve ser bem menos incômodo.

Embora não seja otorrino, suponho e li em algum lugar que walk man, ipodes, mp3 também  prejudicam barbaramente a audição.

Como hoje estou cheio de suposições, lá vai mais uma.  Suponho estar aí –   som no último volume  direito no tímpano – a causa de ter tanta gente surda hoje em dia.  Ficar surdo, como se vê, foi opções delas.  Problema é que ninguém mais sabe conversar sem gritar.  Some-se a isso o som ambiente obsessivo no planeta e se chegará a conclusão de que barulho de turbina é valsa para ouvidos dos búfalos.

Três frases minhas para terminar.

O som ambiente só faz infernizar o ambiente.

Crianças, velhos e pessoas sem educação falam alto.

Meu sonho: ser milionário, dar um walkman* para cada um  e desligar a música compulsória e compulsiva do planeta.

(*ipod, mph3 – seja lá o que for)

Nas Arquibancadas e Arredores, Todo Cuidado É Pouco!!!

Nessa época de vandalismo nos Estádios de Futebol, uma história engraçadinha.

Mil anos atrás,  numeradas do Morumby de um decisivo Corinthians e Palmeiras. No meio de um monte de corinthianos,  rapaz torceu o quanto quis   para o Palmeiras,  Palmeiras vence.  O jovem estava sentado sobre uma pequena bandeira do Corinthians que ele pôs  nas costas.

Estranho e pergunto para que time, afinal,  torcia.

Ele confirma  que era palmeirense  mas carregava a bandeira do Corinthians apenas por segurança.

Achei engraçado e comentei que ele estava exagerando.

Aterrorizado com a barbárie que tomou conta dos estádios e arredores,  suponho que o  precavido jovem de outrora, hoje homem feito, sequer deve por o nariz fora de casa nos dias de Jogos.

A que ponto se chegou – futebol, o grande emblema da país,  das instituições mais cultuadas,  transformado em combustível de barbárie!!!

Tempo Perdido no Trânsito Tem Reembolso???

Dezembro.  Todo mundo nas compras.  O céu caindo sobre São Paulo.  Você preso sem sair do lugar nos congestionamentos.  Resta-nos apenas torcer  fervorosamente para que o pedido feito em frase minha venha mesmo a se concretizar: 

 No Instante Final, um anjo deveria vir nos avisar de que seríamos ressarcidos de todo o Tempo Perdido no Trânsito.

Motoboys Entre os Carros – Nova Lei, Velha e Boa Piada

O sério e triste  assunto Motoboys/insegurança  no trânsito volta ao noticiário. Lei  do Deputado baiano  Marcelo Freire Guimarães Filho (PFL)  quer proibir moto  de circular entre as filas de automóveis em movimento e também entre automóveis em movimento e o meio-fio.
Assunto sério, mas oportunidade para relembrar boa piada que já publiquei aqui.
Lá vai:

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Mulher fica presa na privada e grita por socorro.
Solícito, o zelador aparece no apartamento.
Antes de o zelador entrar no banheiro, constrangida, ela pega o capacete do marido que estava  por ali e se cobre.
O zelador  a tranquiliza:
– A senhora pode ficar sossegada. Vou lá embaixo pegar as ferramentas, chamar um companheiro e vamos tirá-la daí. Agora o motoqueiro…, o motoqueiro já era.

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A piada é ótima, mas o assunto é sério e muito complexo. Torço  para que se tomem providências eficazes para dar segurança aos motoboys/motociclistas mas para que, ao mesmo tempo, a vida dos motoristas não seja transformada em um meta-inferno de estar a passos de tartaruga em congestionamento e ter motoboys voando por todos os lados, exceto por cima –  (exceto ainda!!!)

Todos pela Educação??? Mas e os Lápis sem Ponta???

Bonita, muito bonita e, provavelmente,  também muito dispendiosa  a publicidade que o governo faz na TV a respeito do ensino público.  Diz o locutor/a: Eu, você, todos pela Educação!!!

Pena que falhas, inoperância e descaso venham desde a base.

Prédios relativamente bonitos, modernos e bem construídos que abrigam algumas escolas públicas estaduais estão em péssimo estado de conservação.  Em uma escola da periferia da Zona Sul,  o que mais se vêem são pombas infectas (pleonasmo) por todos os lados e sujeira (me entendem???) cobrindo o pátio, muros e telhado. No recreio, a criançada no meio da sujeira.  Isso sem contar que algumas  vezes cachorros invadem salas de aula.  Higiene e saúde, por água abaixo!!!

Nessa mesma escola, crianças que estão começando a aprender a ler e a escrever quase  enlouquecem. O motivo??? 

É impossível escrever com o lápis que as crianças recebem.  Escreve, o lápis quebra a ponta; a criança aponta e  a ponta se quebra novamente.  Em  muito pouco tempo, o lápis desaparece, criança e professora ficam numa irritação só!!!  Dá para aprender dessa maneira???

As empresas que fornecem esses lápis de péssima qualidade deveriam ser multadas em quantias vultosas para  aprenderem a não brincar com coisa séria.  Afinal, não bastam(mos) eu, você, todos pela Educação se nem os lápis escrevem!!!

Autoridades, tomem providências!!!  Bordão do Boca:  o homem já chegou à Lua e o Estado/país não consegue(m) fornecer lápis que escrevam!!!  Que tal se ao invés de frases de efeito da publicidade oficial, as autoridades, isso sim, pegassem o pião da Educação na unha e realmente se empenhassem pela coisa.  Não dá mais para perder tempo.  São milhões de crianças e centenhas de milhares de professores se estressando ao invés de ensinar/aprender!!!

E cadê o Brasil, país de todos???

1,99??? E o Troco???

Pego um calção de banho de R$ 19,99 na prateleira de produtos à venda de  uma das  maiores e mais tradicionais lojas de Tecidos do Brasil. Dou R$ 20,00.  A caixa  me pergunta se quero Nota Fiscal Paulista, guarda o dinheiro, coloca o produto em um saco plástico. E dá por encerrada a venda. 

Pergunto se não está faltando alguma coisa. A caixa me responde que não.  Explicito o que quero dizer:

– E o meu troco???

– Eu não tenho moedas de um centavo.
Ela responde e, mais uma vez, tenta dar a venda por encerrada.

Digo que o problema não é meu.  Ela que me dê uma moeda de dez, cinco ou vinte e cinco  centavos.  Eu, consumidor, é que não posso e não vou  perder esse centavo.  Ela ainda quis argumentar, mas um superior, que estava ao seu lado, mandou que me desse 10 centavos.

Recebo os 10 centavos, agradeço e, no caminho até a Rua, (como já disse, tratava-se de loja imensa), observo que praticamente todos os preços terminam em 99 centavos.

Logo que o Macdonald´s se instalou no Brasil, comprei um sanduíche, um suco.  Dei  o dinheiro.  Ao conferir o troco, digo que recebi 50 centavos a mais. Bem e corretamente treinado, de pronto, o funcionário do caixa  explica:

– Quando não temos o troco certo, sempre damos a mais.  O freguês nunca pode ficar com prejuízo por nossa falta de troco.

Que diferença de postura, hein!!!???

Por óbvio (como diz um amigo)  que ao dar no caixa do supermercado duas notas de R$ 20,00 para pagar uma soma final de R$ 39,75 não exijo os 25 centavos de troco. 

Por óbvio 2, se compro um único produto no supermercado de R$ 39,99 e, igualmente, dou duas notas de R$ 20,00 exijo e recebo meu troco.

Se todos fizessem isso, acabava a gracinha dos eternos e infindáveis 99 centavos em tudo que é tabuleta de preços que estão ali só pra inglês ver. Aliás, se bem conheço os ingleses (vide esse texto já publicado aqui no Boca

http://bocanotrombone.ig.com.br/2009/03/26/nao-banho-e-mesquinhez-inglesa/ ,suponho que eles também exigiriam o troco até o último centavo (penny)