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Correr na Fórmula 1, o Auge. Assistir, o Tédio

Domingão,  corrida decisiva da Fórmula 1 no Brasil e mais, depois de anos e anos, um brasileiro tem chances de conquistar o título. Torço por Felipe Massa, naturalmente.  Aliás, conheço o pai dele desde muito antes mesmo de o piloto ter nascido.  Mas daí a dizer que vou ficar grudadado na TV, não são milésimos de segundos de distância, mas sim léguas.  E olha que estou bem acompanhado – por gente do ramo, inclusive.

Émerson Fittipaldi havia sido campeão da Fórmula 1 no ano anterior.  Eduardo, surfistão amigo meu, pedia carona na estrada que vai da praia de Pernambuco para o Centro do Guarujá.  Émerson pára, Eduardo entra no carro.  O Piloto confessa-lhe algo que, naturalmente,  jamais diria em público:

– Eu não entendo como alguém pode assistir a uma corrida de carro.

Émerson, eu também não.

Não é Imbecilidade. É paixão!!!

Torcedores viajarem alguns dias de ônibus para assistir à final do seu time sem o ingresso no bolso, apenas confiando em cartolas, e se verem obrigados a acompanhar o jogo ao lado do Estádio, mas pela televisão, como aconteceu com centenas de corintianos ontem no Recife, pode parecer total imbecilidade. Mas isso tem outro nome: paixão.

Há mais de trinta anos, fui de São Paulo ao Maracanã para assistir às quartas de final do Corinthians contra o Fluminense, salvo engano. Programa de fanático de carteirinha: o ônibus nos deixou na porta do Estádio quarenta minutos antes do Jogo e voltou para S. Paulo, meia hora depois de o jogo terminado. Cerca de 15 horas de viagem para assistir a 90 minutos de futebol.

Pois bem, adivinhe quem estava na torcida bravamente enfrentando todo esse sofrimento!!!

Sempre que me recordo desse fato, me emociono. Escrevendo a respeito, então, nem se fale.

Pensou??? Pense mais um pouco…

Resposta: Um cego!!!

E, como ontem, o Corinthians, mais uma vez , acabou perdendo!!!

Mas, graças a Deus, no Brasil inteiro continua nascendo corintiano. Eu não conheço, em S. Paulo, pelo menos, santista com menos de trinta anos de idade; ou seja, que tenha se tornado santista depois que o Pelé parou de jogar. Aliás, na época do Pelé, eu tinha vários conhecidos que se rotulavam sãopaulinos, mas “pelesistas”. Todos os corinthianos, logicamente, reconheciam Pelé como grande jogador. Mas continuávamos/continuamos corinthianos!!! E a torcida só faz crescer, mesmo com tanta adversidade!!!

Deixa Dormir em Paz

Torcida de futebol e esperteza parecem andar junto.
Apenas parecem.

Na transmissão do jogo de ontem pela TV Globo, comentou-se que corintianos teriam ido na véspera ao Hotel em que se hospedara a equipe do Sport para fazer barulho impedindo-a de dormir, com o objetivo de prejudicar o rendimento do adversário em campo. Sou corintiano mas reconheço o óbvio: trata-se de uma babaquice absurda; na verdade, imensa imbecilidade . Os pernambucanos, ainda segundo o que foi dito durante o jogo, prometeram retribuir a coisa na véspera da partida da semana que vem.

Europeu, conhecido de uma amiga de quem fui padrinho de casamento, provava, quase que matematicamente, que essa obsessão por levar vantagem é mesmo uma imensa burrice. Dizia ele:

– Vocês são engraçados. O patrão paga um salário de fome com o qual o empregado, por mais mágica que faça, não vai conseguir sobreviver. O patrão está certo de que é esperto e engana o empregado. Naturalmente o empregado, também se julgando espertíssimo, terá que arranjar mais uma meia dúzia de bicos para fechar a conta no fim do mês.

Continuava ele:

– Ora, o empregado vai arranjar esses bicos. Muita energia que poderia estar sendo usada em um só emprego é despendida enquanto o empregado pula de um canto para outro, está com a cabeça nos bicos que tem que cumprir e assim vai. Vocês todos se acham espertos demais, mas não é nada difícil perceber que o adjetivo mais próprio é outro. Isso é ser muito burro!!

É obvio que torcedores imbecis que se julgam espertos porque prejudicam o sono e descanso do adversário, estão prejudicando a si próprios e todos aqueles que assistem ao jogo. Ao invés de termos dois jogos bons, teremos sempre um dos dois times se arrastando em campo porque não pode dormir na véspera.

Só para concluir, ainda a respeito de torcida, cena curiosa. Há mais de vinte e cinco anos, em uma final, entre Corinthians e Palmeiras, um jovem palmeirense estava nas cadeiras numeradas do Morumbi, cercado de corintianos. O cara torceu a vontade, o Palmeiras ganhou o jogo e o campeonato. Ninguém hostilizou o rapaz. Pois não é que na hora em que ele se levanta, vejo que estava o tempo inteiro sentado sobre uma bandeira do Corinthians. Surpreso, perguntei para que time ele torcia, afinal de contas. Ele reiterou ser Palmeirense, mas disse que a bandeira do Corinthians era apenas um disfarce para se proteger de corinthianos vândalos. E olha que isso aconteceu há vinte anos!!! Esse jovem, hoje homem feito, certamente não chega nem no portão de casa em dias de clássico. Tá certíssimo ele!!! Faz séculos que também não vou ao Estádio.

Repetindo meu bordão, os vêndalos/búfalos, sempre impunes, têm liberdade absolutamente irrestrita e solapam os direitos mais rudimentares de toda a sociedade.

RICHARLYSON – PRECONCEITO ABSURDO

A torcida do São Paulo, antes do começo do jogo de ontem contra o Audax, saudou os jogadores do time gritando o nome de cada um deles – do goleiro ao ponta esquerda. Segundo ouvi na Rádio hoje de manhã, Richarlyson não teve seu nome mencionado porque seria homossexual. No post COMO NASCEU O PORCO, em que falo do apelido do Palmeiras, concluo:

Em tempo, sou corinthiano, mas não tenho nada contra o Palmeiras. Já São Paulo, Santos…são paulinos, santistas….

Fazia certa restrição aos sãopaulinos pó de arroz que conheço. Desse jeito vou ser obrigado a dar mais abrangência ao meu sentimento restritivo…

Como Nasceu o Porco

Domingo tem Corinthians e Palmeiras. Uma historinha, cultura de almanaque, para você contar para os amigos na hora do jogo.

Meados da década de 70. Domingão ensolarado no Morumbi lotado, minutos antes de começar o jogo, jornalista corinthiano solta no campo um Porco vestindo a camisa do Palmeiras.

A partir de então, todo mundo quando queria se referir ao Palmeiras, ao invés do nome do clube, dizia Porco. Os palmeirenses, que no início se revoltavam, decidiram a assumir a brincadeira e a se auto-denominarem Porco.

Em tempo, sou corinthiano, mas não tenho nada contra o Palmeiras. Já São Paulo, Santos…são paulinos, santistas….

A piada é boa, mas o fato, de chorar!!!

De 18.07.07

Quando Oscar Schimidit disputou a eleição para o Senado, tentando fazer uma gracinha, ele contou que alguém lhe dissera que só melhoraria seu jogo se dormisse com a bola. E ele confessou que seguiu o conselho e passou dormir com a bola. Continuou sua gracinha e disse que seria capaz de dormir com a urna!!!

Pois bem, exigir que um grande jogador seja razoável humorista não se pode. Como também não se pode admitir que ídolo do esporte brasileiro tenha atuação deplorável no papel de torcedor irracional!!!

Segundo a Folha de S. Paulo de hoje, o silêncio da platéia era absoluto para assistir à apresentação do ginasta americano Justin Spring, forte rival de Diego Hypólito. Oscar grita:

– Vai escorregar, vai cair!!!

Uma piadinha diz que no Brasil a falta de consciência de classe é tão grande que traficante cheira e prostituta goza.

Para completar, ídolo do nosso esporte quer derrubar ginasta estrangeiro no Grito!!!

Jogo do Domingo- Reminiscências, Kaká e Big Brothers da Vida

Pega bem dizer que o Galvão Bueno é chato e que fala muita besteira. Quando se junta um grupo para assistir a qualquer coisa narrada por ele, a preocupação passa a ser zombar de praticamente todo comentário que ele faça.

Discordo frontalmente desse consenso babaca. Primeiro lugar, considero o Galvão super competente. Argumento mais que óbvio: se não fosse competente, não estaria onde está. Sempre que começam as gracinhas sobre qualquer deslize que ele comenta, eu digo.

– Bota qualquer um de nós para ficar falando durante mais de duas horas ao microfone e você vai ver quanta besteira vai sair.

No jogo do domingo, conversando com Paulo Roberto Falcão, muito simpático, ele informou que o centroavante colombiano Falcão Garcia fora batizado com esse nome em homenagem ao nosso craque. Paulo Roberto Falcão, agora comentarista da Globo, que estava ao seu lado, reiterou que, de fato, ele havia jogado com o pai do colombiano, daí a homenagem.

Galvão passa a bola para o comentarista de arbitragem, ex-juiz, Arnaldo César Coelho, e pergunta se havia algum colega que batizou o filho com seu nome. César Coelho, sorrindo, diz que árbitros não costumam receber esse tipo de homenagem.

Homenagem a juiz de futebol me fez lembrar passagem pitoresca. Armando Marques, tido como um dos melhores árbitros do Brasil, também dos mais polêmicos, era amado e odiado por jogadores e torcedores.

Cometeu erros históricos, e até primários, como todo mundo. Numa decisão por pênaltis, no Final do Campeonato Paulista de Futebol de 1973, entre Santos e Portuguesa, o Santos vencia por 2×0. Ele deu por encerrada as cobranças e o título para o Santos. Acontece que restavam dois pênaltis ainda a serem batidos e a Portuguesa, teoricamente, poderia empatar. Por conta desse erro, o título foi dividido entre os dois clubes.

Mas ele era considerado o melhor árbitro enquanto esteve em atividade. Era enérgico com todo mundo e impunha muito respeito e disciplina. Outra característica sua eram os gestos excessivamente delicados, se me entendem.

Amigo do aristocrata e grande costureiro Denner, que morava nas imediações do estádio do Pacaembu, Armando, sempre após apitar jogo ali, ia à casa dele para uma cerveja.

Em um desses jogos, provavelmente após algum erro acompanhado dos famigerados trejeitos, as arquibancadas gritam sem parar:

– BICHA, BICHA, BICHA!!!!

O mordomo do amigo vira-se para o patrão e diz:

– Seu Dener, acho melhor eu já colocar a cervejinha do seu Armando no gelo!!!

Kaká 1

Ainda sobre o jogo do domingo, Galvão, usou jargão do mundo da Política para uma situação do Esporte. Disse ele que o Kaká já havia mandado   recado para o Dunga que não gosta de jogar de costas para o Gol. Mandar  recado é coisa que só serve mesmo para política, esse confuso mundo que mortais comuns, por mais inteligentes que sejam, não conseguem decifrar. Tenho certeza de que todo o problema que o Kaká tenha com o Dunga e vice-versa, um vai lá e fala pro outro e fala durante o treino mesmo, na frente de todo o time, sem segredinhos para ninguém, sem necessidades de interlocutores. Pois bem, foi eu sair da sala, atrás de um papel para anotar essa observação que me renderia essa nota e, ao voltar, o competente Galvão estava fazendo sutil correção. Embora eu tenha pegado só o fim desse novo comentário, o locutor disse que o kaká falou mesmo para o Dunga como prefere jogar e como obtém melhores resultados. É isso aí, Galvão. Mandar recadinhos é coisa de meninas e de políticos. O resto da sociedade fala mesmo o que quer falar e ouve o que o outro tem a dizer. Sem “elocubrações”, sem masturbações mentais de quem não tem o que fazer.

Sempre com Muita classe

Há cerca de dois anos, em um bar aonde ia com alguma freqüência, um sujeito falava alto, cantava e incomodava todo mundo. Pedi para o maitre mandar o segurança dizer que ele estava incomodando todo mundo. O maitre falou que não podia porque o tal elemento tinha ganho, poucos dias antes, o Big Brother Brasil. Ora, por mais que eu não goste de um ou outro artista famoso, sou obrigado a agüentar eventuais saliências, exibicionismos, mas de Big Brother???? Tenha Paciência!!!

Amigo meu, proprietário do imóvel que abriga sofisticadíssimo restaurante em Cerqueira César, convidou-me,junto com um pequeno grupo, para jantar lá, poucos dias antes da cena “big brotherista”.

Já estávamos no salão principal, quando entram dois casais muito jovens. Eles também se acomodam e permanecem na mais absoluta discrição durante todo o tempo.

Admirado, pergunto para meus amigos:

– O que é que esses bebês estão fazendo em um restaurante caro desses???

O anfitrião me informa.

– Aquele mais alto ali é o Kaká.

Já um Big Brother da vida…