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Imbecilidades sem Limites!!!

Fim de tarde de sábado, lugar que costumo frequentar, mesa com um amigo e dois tontos.  Estava com essa blusa que tenho há mil anos e que adoro.

Tonto 1:

– Isso é um crime.  Usar a bandeira brasileira vermelha.

Tonto 2, com voz pausada e grave, como sempre são ditas as grande imbecilidades – usando exatamente  essas palavras cheias de empáfias e, pior, de idiotices:

– As cores da bandeira do Brasil são: o verde, o amarelo, o azul e o Branco.

Velho bordão do Trombone: a natureza limitou a sabedoria, mas não limitou a imbecilidade

Existe  prova mais concreta de quão perfeito é  esse bordão???

Pelo menos,  eu não me lembro de ter visto/escutado.

Fingindo acatar a imbecilidade,  disse que só não tirava a blusa imediatamente  porque fazia frio e garanti que  aquela era a última vez que usava;  afinal, sujeito sério que sou, não posso cometer crimes.

E, naturalmente,  fui-me embora.  Dá pra conversar com gente dessa laia???

 

Precisa ser muito tonto mesmo!!!
Precisa ser muito tonto mesmo!!!

Milionário Excêntrico???

Todas as manhãs, ele está lá, de óculos escuros,  ocupando uma mesa da padaria.  Sempre, mas sempre mesmo, falando ao celular.  Não permanece um minuto com o aparelho desligado.  Termina uma ligação, faz outra.    Outro dia, falava de negócio que estava fazendo  de MILHÕES de dólares.

Talvez seja  um milionário excêntrico, já que, ao invés de despachar  do escritório, prefere a padaria para falar em alto e bom som dos seus  milhões para quem estiver em um raio de quatro metros, entenda-se –  a padaria inteira.

Pensando bem, deve tratar-se mesmo é de um idiota sem educação!!!

Andando A Pé 1, Andando A Pé 2 – Barulho, Meninas Namorando Meninas

Muito boa a Lei/Determinação que proíbe cartazes em paredes, muros, postes.  E o melhor – a Lei é respeitada.  Certamente porque há multa. O fato  é que faz muito tempo que vem sendo respeitada.

Também deveriam ser proibidos auto-falantes anunciando fosse o que fosse.  Na Conselheiro Crispiniano com a Barão de Itapetininga, Centro da Cidade de São Paulo,  barraquinhas de candidato com paródias e  discursos inflamados  a favor de  Plebiscito Popular para Mudanças na Legislação Política.

Gritos são gritos, gritem o que gritarem; a  música,  da pior qualidade, mas ainda que fossem  Mozart, Bethoven, Bach, Rolling Stones, Bossa Nova, não há justificativa para se aumentar a poluição Sonora.

Como diz a garotada, simples Assim.

Para quem gosta de chavão:

– Ninguém merece.

Chavões são horríveis, mas, literalmente, ninguém merece mesmo!!!

Andando A Pé 2

Nas sombras da Praça da República, hoje à tarde, duas meninas passeavam tranquilamente de mãos dadas.  Camiseta de uma delas, sugestiva.

– Moustache.  You hate it! (Bigode.  Você odeia isso!)

Aliás, com frequência são vistos casais de meninas jovens por aquelas bandas, sobretudo na linha 4 do Metrô, durante os fins de semana.

Acho positivo. Não precisa que  que pessoa alguma pense como eu.  Mas é fundamental que todo mundo respeite a liberdade  de cada um de agir como quiser, desde que não agrida o direito do próximo.

O Catucho da Impressora, o Banquinho do Pianista; Ótimos e Péssimos Comerciantes

Exemplos perfeitos de incompetência e/ou má/fé e/ou má vontade e os três  opostos  a esses predicados.

Próximo de casa, loja metida de produtos de informática e oficina de computador.  Sem paciência para lidar com coisas manuais, levei minha impressora para comprar e colocar novos “cartuchos” de tinta.  O elemento, como diz o amigo Flávio Asprino, para definir tais tipos, disse que não podia fazer a venda e, muito menos a troca, pois  isso exigiria programa especial de que ele não dispunha.

Como o pianista português, que puxa o piano ao invés de puxar o banquinho, levei de carro  a impressora à Papelaria Santo Papel na Rua Monte Alegre, esquina com a Homem de Mello, Perdizes. Já havia feito isso antes.

Pois bem, o vendedor Mauro, não só trocou para mim três dos quatro cartuchos, como teve a paciência de me ensinar e esperar que anotasse o passo a passo.  Já arquivei no computador.  Quem sabe na próxima vez, trago o cartucho para a impressora e não o contrário.  Tal qual o banquinho é mais leve que o piano, levar o cartucho para casa é infinitamente mais cômodo!!!

 

Robin Williams e o Professor Mendonça

Sr. Keatin, professor de Inglês  em rígida escola, personagem de Robin Williams, que morreu anteontem,  no filme Sociedade dos Poetas Mortos, lembrava-me muito o professor Mendonça, de português, do Primeiro Colegial no Santa Cruz, em São Paulo.

Primeiro sobre Keatin, de Williams; depois,  professor Mendonça.

“O personagem de Robin Williams, o Sr. Keatin, é um professor novo na Welton Academy, uma escola rígida que ensina os alunos a serem grandes médicos, advogados e engenheiros no futuro. A escola cria um padrão que deve ser seguido pelos estudantes, enquanto o Sr. Keating promove a individualidade dos mesmos. Nunca deixe seus alunos se esquecerem de que eles são donos do seu próprio destino e devem fazer suas próprias escolhas independente do que a sociedade espera deles”.

Na minha época de colegial, algumas escolas  transformaram os três anos em cursinho, com o objetivo (nem tinha percebido o trocadilho) único de aprovar montes e montes de alunos nos vestibulares mais disputados.  O Santa Cruz, por outro lado, queria que saíssemos bem formados para a vida.

Sabendo da preocupação que os jovens nessa faixa etária tinham com o Vestibular, lembro-me bem das primeiras palavras do Professor Mendonça.  Embora não tenham sido exatamente essas, ficam “entre aspas”

– “Vocês querem passar no Vestibular.  No Vestibular, tem Literatura e Gramática.  Garanto para vocês que no último semestre do colegial eu ensino toda a matéria de gramática.  Literatura só tem um jeito de aprender:  lendo.  Todas as semanas vocês lerão um livro e na 2. Feira farão uma prova sobre esse livro. Gastamos mais uma aula para comentar a prova.  Todas as outras aulas ( seis por semana) vamos bater papo”!!!

E assim foi.   Grandes obras da Literatura Brasileira lidas   e esmiuçadas nas provas.  E bota esmiuçada nisso.  Para se ter uma ideia, lembro-me bem de uma pergunta:

O que significa o triângulo dentro de um círculo   marcado por   ferro em brasa ardente nas nádegas de Vitorino Papa Rabo, personagem de Fogo Morto de José Lins do Rego?

Lá vai a resposta que seria certa, mas que  que ninguém acertou, e, de fato, é exatamente isso.  O Vitorino brigão do começo do livro é a linha descendente do triângulo; o Vitorino doente, tranquilo, seria a base do Triângulo; e a hora em que ele desafia o cangaceiro, salvo lapso de memória, para defender a virgindade de uma menina, seria a linha ascendente.  O circulo é a personalidade marcante de Vitorino, presente o tempo inteiro.

Resultado 1º –  Um ano de leituras maravilhosas, provas com questões profundas, comentários/correção de provas idem e quatro aulas por semana de bates papos interessantíssimos.

Resultado 2º – No Vestibular, varias perguntas sobre  os livros lidos no Santa Cruz e, magistralmente, discutidos com o Mestre Mendonça.  Acertei todas.

Espero que o Professor Mendonça esteja bem e que a alma de Robin Williams descanse em paz.

Rotina Menos Complicada

Frase nova minha.  Frase boa não precisa de explicação.  Essa, entretanto, deve ser média, já que preciso esclarecer.  Olhando bem, talvez nem seja necessário dizer mais coisa alguma, já que fica bem claro.  Repetindo, a frase se refere à  rotina;  lógico que se eu for operado do coração, quanto mais progresso,  melhor.  Se for fazer uma longa viagem de avião, também quero chegar o mais rápido que puder.  De resto…

Lá vai a frase:

Mais e mais a cada dia*, eu quero menos tecnologia de ponta no meu dia a dia.

* Dia a dia, agora, se escreve assim.

Pai

Eu via meu pai todos os dias.  Há trinta anos, moro sozinho, mas eu usava uma sala do escritório que ele tinha em Pinheiros.  Aos sábados e domingos, sempre passava pela casa dele para tomarmos um café pela vizinhança e levar uns pãezinhos portugueses (também conhecidos como pão caseiro)  da Nova Charmosa das Perdizes, como eu digo, a melhor padaria do mundo.

Esse período, então, era dedicado a ele.  Começo de agosto, dia dos Pais; cinco de setembro, seu aniversário.

Eu alternava os presentes de dias dos pais,  aniversári0 e Natal: um ou dois livros grossos ou uma Cesta de Frutas.    Pesquisava nas livrarias obras  recém-lançadas que certamente o  agradariam  e eu nunca errava.  Em menos de dez dias, terminava um deles; outro tanto de tempo para o segundo.

As cestas de frutas eram montadas no mesmo dia.   Eu estacionava o carro no estacionamento, a cerca de 200 metros do escritório e, feliz, ia pelas calçadas com o presente.  Nesse curto trajeto, sempre, sempre, pelo menos duas pessoas desconhecidas comentavam que estava uma maravilha,  mais de uma pessoa  chegou a dizer que estava  inveja de quem fosse ganhar o mimo.   Mas ele pediu que eu não levasse mais cestas, ainda que menores, porque não dava conta de comer aquela quantidade de  frutas.

Certamente agora,  ele está lá  no céu, se deliciando com frutas fresquinhas, sempre  em porções homeopáticas, batendo papo com os escritores e também com os compositores de música erudita.  Isso sem contar que deve estar visitando ou se encontrando com todas as pessoas queridas.

E eu aqui com saudades, sobretudo hoje.  Próximo dia cinco, essas saudades devem vir com mais força.

Se quiser conhecê-lo um pouco, veja o que escrevi aqui no TROMBONE, logo após sua morte.  Há algumas  frases dele e dois episódios  hiláriaos.  Sem contar um poema lindo que a querida Roberta Estrela D´Alva recitou no Zap por aqueles dias e dedicou ao meu pai.  Clique aqui

Absurda e Imbecil Televisão se Impondo à Tradição

Casualmente,  no fim da tarde de hoje, passei em frente ao tradicional bar do Léo.  Intencionalmente entrei “pra vê”.  Tem TV.

Voltando para casa a pé do Centro, a Praça Júlio Mesquita, do   Filé do Moraes, fica no caminho. Entrei:  tem TV, Imensa TV. Na porta,  reportagem da Folha intitulada SABORES CENTENÁRIOS.  Tá lá o Moraes citado.

Não passei pelo Ponto Chic, mas, que eu me lembre,  há televisão.

Uma pena!!!

Pois é,  tanta tradição desses lugares e eles se submetem a um  costume/vício absurdo e imbecil   dos dias de hoje.  Absurdo e Imbecil é o mínimo que se pode dizer sobre essa praga de TV em todo lugar.

Quem quiser ler  crônica minha, que ganhou menção honrosa em concurso de literatura, a respeito  dessas Pragas, clique aqui.   TV por todo lado é apenas uma delas.  Há mais duas.  Ficou curioso?  Clique e descubra as outras.

Quando Não Está Dormindo, o Homem Comum quer Ver Televisão/Similares o Tempo Inteiro!!!

TV Minuto é aquela transmitida nos monitores que existem nos vagões do Metrô.

Pois bem, o slogan dela é perfeito e exprime bem o que almeja o homem dos dias de hoje.  Lá vai:

– TV Minuto, a Sua TV Fora de Casa.

Na verdade, é uma das TVs fora de casa, já que há outras em todos os bares, todas as salas de espera, restaurantes, padarias,  enfim, em todos os lugares a que se vá.

Pelo jeito, tá certo, pois, ao que parece,  o homem comum quer ver tv, monitores de smart (esperto?)phones todas as horas do dia em que permanece acordado.

O mundo virou isso.  Inferno!!!

Ainda bem que a TV Minuto é sem som.

Sem som, por enquanto!!!

Tudo barato. E agora, ninguém mais tem 20 anos!!!

Às vezes, quando vou postar aqui algo mais pessoal ainda do que costumo fazer,  preocupo-me se não estou tornando meu blog um facebook (no pior  sentido, daqueles que saúdam o dia ensolarado, indicam um buteco e etc).   Entretanto, lá vai, nunca cheguei tão perto disso – a saber, blog/facebook.

Comprei duas bistecas de boi ontem.  Achei que era muito.  Fritei uma, que saiu deliciosa e foi mais do que suficiente. Hoje, grelhei  a segunda, fiz purê de batatas, lascas de alho douradas no azeite (douradas não foi para ser pedante, mas, sim para não repetir fritas ) e salada de alface com ótimo tempero simples.

No final, ainda estava com fome.

Outro dia,  comprei uma latinha de atum para fazer um sanduíche com maionese.  Sobrou pasta de atum, que usei hoje, sem me preocupar com a combinação de pratos, para saciar o fim da minha fome.

Mas, tudo isso é para dizer que até  há muito pouco tempo, uma latinha de atum custava no máximo R$ 2,00.  Salvo engano, paguei cerca de R$ 5,00.  Custava dois até outro dia mesmo.

Aí me lembrei do fabuloso poema do amigo Vlado Lima.   Lá vai o poema.  Parece que coisa barata é mesmo pré-histórica, como o título do poema.  Apenas parece, porque os preços estão subindo em velocidade absurda.  Bem, mas escrevi tudo isso, só para postar aqui o poema do Vlado.

 

NO TEMPO EM QUE OS DINOSSAUROS DOMINAVAM A TERRA – Vlado Lima

vinho barato
cigarro barato
cerveja barato
sanduba barato
filosofia barato
humor barato
boceta barato

a gente com 20 anos lembra?
um barato

Fim da conversa no bate-papo

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Pois é,  hoje tudo custa muitas  vezes mais e, o pior,  os vinte anos já se foram há muito!!!!

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Lógico que você gostou.  Conheça mais três clássicos do amigo Vlado lima.

Não sou de postar fotos aqui no blog, mas entraram assim os links dos vídeos.

Deslumbre-se.  Já disse, mas repito, para você ver que o barato é forte: amigo meu, psiquiatra, cara super culto, ouviu Boleiros e disse que se tratava de uma pequena obra prima da música popular Brasileira.