Arquivo da categoria: Microcontos/Contos

Latas Gigantes de Sardinha

Nova série de  reportagem, no Jornal da Band,  a respeito da Híper lotação nos trens e nos vagões do metrô de S. Paulo na hora do Rush.

Mais uma vez, é oportuna a leitura de meu microconto a respeito do assunto.  Lembrando que escrevi há alguns anos.  Hoje, a situação está bem mais grave.

Ressalto que uso com muiiiita  frequência o metrô, mas procuro fugir do horário de pico.

Lá vai o Microconto:

Em cada metro quadrado dos vagões do metrô de S. Paulo,
Todos os dias,  oito pessoas ensardinham-se em latas gigantes (118dígitos).

Fazer literatura, pseudo-literatura ou micro(e pseudo) literatura é fácil.  Duro é encarar a coisa duas vezes por dia de segunda a sexta!!!

Triste, muito triste!!!

Ficção e Realidade

No meio do congestionamento, há pouco, Helicóptero resgata e leva jovem que iria receber fígado, do outro lado da cidade, no Hospital Albert Einstein.

Maiores detalhes no noticiário da rádio e TV.

Aqui, posto  conto em que Renata,  heroína que concebi  em Curso de Criação Literária, participa de aventura no mesmo setor.  Minha heroína era uma Indiana Jones de saia.  Sem contar que era linda e andava de Jaguar.   Depois de ter escrito alguns episódios, criei slogan para ela: “Renata, como todas gostariam de ser e que todos gostariam de ter.”

Esse conto tinha o título:

“QUEM VÊ OLHOS, TAMBÉM VÊ CORAÇÃO”

Nessa época, graças a Deus, ainda não havia celular. Se houvesse, muitíssimo provavelmente, a Renata não teria. Medonho era personagem de colega de curso . Medonho, uma semana antes, havia feito um galanteio grosseiro para cima da Renata. Dei o troco.

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Lá vai o conto:

Quatro e meia da manhã. O telefone toca. Renata foi dormir às dez horas, mas fazia apenas quinze minutos que tinha conciliado o sono. Ouve atentamente e anota o endereço. Salta da cama. Uma hora depois, chega ao local.

Impossível. Tinha muita gente e o trânsito logo mais ficaria congestionado em toda região. Nem adiantava convocar os outros.

Era a quinta tentativa frustrada só nos últimos vinte dias. Já fazia três meses que a batalha de Renata começara e ela não via perspectiva a curto prazo. Mas jurou que não seria vencida pelo cansaço. Poderia até mesmo arruinar-se, porém estava obstinada. Nada iria detê-la.

Nove dias depois, numa segunda-feira, Renata acorda com um bom pressentimento. Afinal, era véspera do aniversário de Felipe, seu afilhado, filho de Silvia, amiga de muitos anos.

Às onze horas da noite seu bip dispara. Pega o recado.

“O dr. Reinaldo manda dizer para dona Renata que desta vez não tem erro. O endereço é Rua Rosa Amarela, 57, travessa da Av. Casa Verde, altura do nº 710″.

Antes de partir, liga para Ana que cuidaria de avisar todo o pessoal.

Na rua Rosa Amarela, as casas eram modestas e o movimento praticamente nulo, no dia seguinte todo mundo acordava cedo para trabalhar. Até o bar estava fechado quando Renata chegou.

Quase toda equipe já estava a postos:

O dr. Reinaldo e seus dois assistentes, Emílio – velho motorista da família e sua perua Chevrolet branca; os dois cabos fardados e Roberval, o tira malandro que o general Alípio havia prometido.

Faltava apenas Medonho, sempre irresponsável e atrasado. Mas como ele não participaria da primeira etapa, deram a partida.

Roberval entra na sala, chama os donos da casa. Impecavelmente vestido, com a lábia típica dos bons investigadores de polícia, apesar das circunstâncias embaraçosas, explica:
– Eu sinto muito mesmo. A situação é constrangedora. Sei que ele era o único filho de vocês. Mas tenho que levá-lo, pois existem sérias suspeitas e ele ainda será submetido a outros exames. Os senhores sabem, ordens são ordens. E no exército a gente prefere enfrentar o diabo a descumprir a ordem do nosso coronel, diz apresentando o falso requerimento assinado com o nome de um coronel fantasma, morto na Revolução de 32.

A situação era absurda, mesmo assim os outros poucos amigos e parentes, atônitos, convencem os pais do menino a concordar com o que o general tinha determinado.

Percebendo que o plano já estava em andamento, Medonho fica esperando na calçada, onde permaneceria até seu bip tocar novamente. Só deveria abandonar o posto para telefonar, caso surgisse algum imprevisto. Ele ainda ajudou acomodar tudo na parte traseira da perua de Emílio.

Do orelhão da esquina, Renata liga para Sílvia.

Três horas depois, Felipe, que havia sofrido um sério acidente em uma prova do campeonato mundial de skate na Califórnia, acorda da anestesia e diz:
– Tia Renata, acho que sou a única pessoa do mundo que ganhou de presente de aniversário uma córnea roubada. Eu adoro você!!!!!!!!!!!!!

Devolver o cadáver aos seus legítimos donos não foi difícil.

Renata dorme vinte quatro horas seguidas. Acorda com murros na porta do seu apartamento:

– Polícia!

Renata abre. Um delegado, quatro soldados e, com eles, toda equipe dela presa.

Na noite seguinte a do roubo do defunto, Medonho é apanhado pela polícia fumando maconha e cheirando cola em um show de metaleiro. No pulso, uma pulseira ordinária folheada a ouro com o nome completo do defunto. Medonho entrega todo mundo.

Renata liga para dr. Antonio Sampaio, um dos maiores criminalistas do Brasil.

Na delegacia, orgulhoso de ter desvendado aquele mistério e já sonhando com promoções e aumento de salário, entrevistas para rádio, jornais e televisão, o delegado Pinheiro fazia o B.O. quando chegam o dr. Sampaio e dois jornalistas:

– Delegado Pinheiro, o pobre defunto não entrou só com a misera córnea nessa história toda – diz o advogado.

– Como assim? – Pergunta, confuso, o delegado.

– Ora, seria um desperdício devolver pro caixão um defunto apenas sem uma córnea. O dr. Reinaldo mantém no congelador da clínica de um colega dele dois rins, o fígado, a medula, a outra córnea e também o coração. Caso o senhor insista em fazer o B.O. e mantê-los presos, tudo isso vai virar comida de cachorro. Sua imagem, que já não é muito boa, ficará arruinada.

– Nosso jornal até já está preparando uma matéria com o rapaz que vai receber a medula, com a freira que vai ficar com a outra córnea, com o poeta que está à beira da morte com cirrose que ficará com o fígado e com o garoto da mesma idade que precisa receber novo coração – intervém um dos jornalistas.

Inconformado, o delegado Pinheiro rasga o B.O.

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Quiser ler mais aventuras de Renata, minha Indiana Jones de Saia, clique –

No link há ainda alguns outros textos, mas os da Heroína tem o título: Fascínio, Parte 1 Renata, como como todas gostariam de ser….

Bem, agora, pensamento positivo para que tudo corra bem para os lados da jovem que vai receber o fígado!!!

 

 

Ciclovia – Mudou-se!!!

Sobre  polêmica e medidas judicias  que as Ciclovias estão causando, como noticiou há pouco o Jornal Nacional, microconto perfeito, já postado aqui algumas vezes.

O microconto  é de  Journey Pereira dos Santos, de Cruz das Almas na Bahia.  Detalhe  – Cruz das Almas  tem menos de 65 mil habitantes (tá certo que o microconto se passa em S. Paulo).

Lá vai:

” E leu num anúncio: mude o mundo: vá de bike!” Logo comprou a bicicleta e passou a pedalar por Sampa. E mudou: deste, para outro mundo…

Por que o Garoto Queniano Corre Atrás do Tigre???

Nas últimas décadas, com total regularidade, para manter a forma física, corria.  De um ano  e pouco  para cá, por falta de tempo para  me locomover até o clube, pelo risco de correr nas ruas, tenho caminhado por  looonnngos trajetos pelo bairro mesmo.

Ainda vou  voltar a correr.

O  homem, desde sua origem, corria atrás de caça e para evitar ser caçado.  Desse modo, supõem-se que o ideal seja mesmo correr regularmente e caminhar também, fazendo tudo que estiver “ao alcance das mãos, digo,  dos pés”,  sem carro.

Bem, mas essas linhas iniciais, sem qualquer informação significativa que seja, escrevi mesmo para introduzir dois fabulosos microtextos do amigo Fernando Vasqs.

Lá vão:

Costumes
Rito de passagem no Quênia é assim: põe-se o garoto na frente de um tigre. Se o tigre comer o garoto , ele tá reprovado. Se não, um dia ele ganha a São Silvestre.
Caça
Não pense que um garoto queniano corre atrás de um tigre para abatê-lo . Um garoto queniano só corre atrás de um tigre pra chegar primeiro.

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Aliás, baixando bem o nível esportivo dos textos do meu amigo, já participei da São Silvestre.  Terminei o percurso no tempo em que o meu treinador havia previsto, perfeitamente inteiro e com disposição total para enfrentar a longa festa de Reveillon.

Quiser se divertir mais, conheça o blog do talentoso e “preguiçoso” (há mais de um ano que não posta nada) Fernando Vasqs.  É ótimo, a começar pelo Nome: Ostras ao Vento. Além de textos desse quilate,  o homem ainda é grande desenhista.  Clique aqui.

Papai Noel!!!???

“Dentro” do Espírito de Natal, microconto meu, de seis palavras,  já postado aqui algumas vezes.

Existem apenas dois textos que todos os anos estão no Trombone:

  • caso divertido que aconteceu na parada Gay e
  • Frase sobre o Dia da Consciência Negra.

Como  já  disse,  tasquei esse microconto  algumas vezes nessa época do ano.  Quem sabe ele também se torne permanente às vésperas do Natal.  Merecer, sem falsa modéstia, ele merece.  Aliás, mereceria estar em qualquer coletânea de microcontos de seis palavras.

Lá vai:

Papai Noel Pedófilo Pagava para Trabalhar.

Que Saci, Que Nada; Legal é Comemorar Halloween

Portadores do Complexo de Vira-lata* estão comemorando hoje o Halloween.  Alguém já propôs que fosse criado o dia do Saci, para homenagear nossa simpática personagem folclórica. Torcendo por  um eventual futuro dia do Saci, poema do  amigo Paulo D´Auria, mas antes microconto meu:

O saci fumou tanto aquele maldito cachimbo que também ficou com um pulmão só!!!

Poesia do meu Xará – Paulo D´Auria.

sa
sa
são

são
pa
pa

são
paulo
tem
saci
?

‘travessando a marginal
pulando numa perna só
eu vi um saci
mora no canteiro central
e vive dando nó
no trânsito da capital

sa
sa
tem

são
são
tem

são
paulo
tem
saci
!

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Complexo de Vira-lata é o sentimento de inferioridade do Brasileiro em relação a Estados Unidos e Europa, “tradução”/definição  livre minha  do termo de Nélson Rodrigues.  Quiser ver diversos exemplos, clique

Antes de Votar, Leia Esses Três Microcontos Sobre Políticos.

Hoje, eleição.  Momento mais que oportuno  para lembrar três microcontos (de até 140 dígitos)  sobre políticos.  O primeiro, o mais fraquinho, o meu; o segundo, do amigo  Fernando Vasqs, sempre citado aqui, do blog Ostras ao Vento; e o terceiro, que venceu o concurso de Microcontos do Salão de Humor de Piracicaba de  André Luis Gabriel.
Lá vão:

O   meu – 119 dígitos.

O candidato só teve um voto.  Quem não conhecia, não conhecia.  Quem o conhecia é que não votou nele de maneira alguma.

Fernando Vasqs:

Título: “Latidos”

“A Velhinha vê novela, o cachorro late no quintal. Intervalo, propaganda política. A velhinha grita:
– Cala a boca, cachorro!”

Para concluir:

André Luis Gabriel – Como já foi dito,  vencedor do  Primeiro Concurso de microcontos Salão de Humor de Piracicaba, em 2011.

Título: “ In Memoriam”

“O político morreu, virou estátua. Agora são os pombos a prestar-lhe justas homenagens”.

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Repito o bordão que acompanha todos os textos a respeito de políticos.  Não tenho saudades da Ditadura, entretanto esses políticos…

Os outros textos contendo “travessuras” políticas  em Brasília e por todo o país,   aqui no Trombone, embora não sejam divertidos, talvez também mereçam leitura, já que como cantou Billy Blanco,  o que dá para rir, dá pra chorar.  Se quiser se arriscar, clique aqui

Blog do Fernando Vasqs – Ostras ao Vento, Clique aqui, vale muito a pena, embora ele não tenha escrito, tampouco postado seus desenhos  ultimamente.

Homo Sapiens, Erectus e Flacidus

Microconto de Jeferson Alves Bandeira, que participou do Quarto Concurso de Microcontos  do Salão de Humor de Piracicaba, é divertido e traz mais diversão ainda.

Lá vai o microconto:

“A Antropóloga de renome não conseguia compreender os processos evolucionais do marido, de homo erectus a flacidus”

Frase do Amigo Di Rosalem: Na Pré-História,  não era prudente o Homo Sapiens dar as costas para o Homo Erectus.

Piada de Domínio Público:

A Idade do S:  A barriga cresce, o pau amolecer; a mulher oferece, o sujeito agradece!!!

Vai de “Bike”, vai!!!

Ciclo vias sendo entregues nas  grandes cidades , as duas candidatas a Presidente prometendo incentivo fiscais e mais obras em benefício de ciclistas.

Bom momento para postar aqui Microconto  do último concurso de Microcontos(de menos de 140 dígitos)  do Salão de Humor de Piracicaba.

Particularmente,  acho pouco responsável   propor bicicleta como alternativa de  transporte  em cidades de trânsito pesado e de topografia acidentada.  Só de pensar trânsito de seis da tarde   nas marginais  e subidas médias de São Paulo me apavora e me cansa.  Só de pensar!!!

Lá vai o conto de  Journey Pereira dos Santos, de Cruz das Almas na Bahia.  Detalhe  – Cruz das Almas  tem menos de 65 mil habitantes (tá certo que o microconto se passa em S. Paulo).

“E leu num anúncio: “mude o mundo: vá de bike!”  Logo comprou  a bicicleta e passou a pedalar por Sampa.  E mudou: deste, para outro mundo…