Arquivo da categoria: Casos

Eleições – Casos Ao Acaso

O cenário político é folclórico.  Conheço quase nada, entretanto, a propósito de eleições, tenho alguns episódios divertidos que colhi pela vida e  trabalhando no Comitê da Campanha Montoro Governador.

Lá vão, sem qualquer ordem que seja.

Resvata de Narminda, famoso colunista social,  começou a fazer contas.  O papel aceita tudo, a calculadora também.  Pensou:  ao longo desses quarenta anos,  já fui paraninfo em  mais de quinhentos  bailes de debutantes.  Cada baile, cinquenta moças. Cinquenta maridos, e cerca de 150 filhos eleitores. Por baile!!!

Às contas, com calculadora, naturalmente, já que o número é astronômico:  25.000 debutantes, 25.000 maridos de debutantes, 75.000 filhos (as) de debutantes eleitores.  Pronto, só aí são   125.000 votos.

Tô eleito.  Vou ser o mais votado.  Candidatou-se. O general presidente, que tinha a fama de não ser muito esperto, no dia da eleição, ao desembarcar, declarou solenemente:

– Vim a  São Paulo votar no meu amigo  Resvata de Narminda!!!

Resvata teve votação Pífia.  Não se elegeu.   Na urna do general não havia qualquer voto para ele.

+++++++

Mais ou menos na mesma linha, na base de que a calculadora aceita tudo, alguns jornalistas que conheci na Campanha Montoro Governador candidataram-se a deputado  e quebraram a cara.

Tenho uma teoria que expus para todos eles.  Eleição é mais ou menos como aquele exercíco  do colegial:  Verdadeiro e Verdadeiro, resultado verdadeiro.  Todas as outras alternativas, resultado falso.  Falava o exemplo que criei para explicar essa tal lógica.

– Imagine um cano com vários registros  com água jorrando em uma das pontas. Só chega água na outra ponta se todos os registros estiverem abertos.    Eleição é mais ou menos igual.  Se tudo não estiver muito em ordem, em sincronia, não dá certo.

Todos, absolutamente todos para quem falei, diziam que tinham pouca grana para campanha. Eu falava que já o primeiro registro estava fechado.

Um deles era o repórter do Povo em emissora popular, o cara que fazia reportagem defendendo os fracos. Perguntei:

– Você acredita que o telespectador que vê você na TV tem capacidade de abstrair que o seu nome é que ele tem que escrever na cédula?? ? Eu não sei.

Outro havia sido correspondente de importante jornal da Europa.

Resumindo, nenhum deles se elegeu!!!!
++++++++++

Sujeito muito amigo da família, no dia da eleição, tranquilamente almoçava com a mulher no clube.  Ao vê-lo, fui logo dizendo que já tinha votado.  Ele sabia que meu voto era seu.  E perguntou em quem votei para prefeito.  Falei que essa hsitória de dizer em quem votou sempre acaba em polêmica, a não ser que eu tivesse escolhido o seu candidato.  Se eu falo que votei em fulano e você fala que ele é ladrão, tá me chamando de bobo.  Se digo o nome de cicrano e você  diz que ele é ignorante, eu sou mais ainda.  Ele insistiu.  Eu falei.

Ele:

– Mas esse é um ignorante.

Resumindo,  em uma uma única  eleição eu fui gênio (ao votar nele) e ignorante!!!

Eu e a mulher dele rimos.

Esse meu amigo, apesar do meu voto, não se elegeu.

+++++++++++++++

Meu pai sempre elogiou o Murilo Antunes Alves, seu colega de Turma na Faculdade de Direito e, salvo engano, orador na Formatura.

No dia da eleição, próximo a um colégio,  a cabo eleitoral do candidato Murilo joga dentro do meu carro não um, dois ou dez santinhos, mas uns 100.  Não tive dúvida.  Parei e mandei que limpasse meu carro.   Ela se negou. Veio a polícia que estava por ali.   Expliquei que não iria embora com o carro cheio de papel. Ela  repetiu para o guarda que não limparia.  Aí veio a cabo eleitoral chefe do mesmo candidato e limpou todo o meu carro.

Alguns anos mais tarde, na Academia Paulista de Letras, o candidato Murilo, ao ver meu pai, o saúda generosamente em voz alta para todos escutarem:

– Hiram Mayr Cerqueira, meu querido colega, que não vejo desde o dia x de dezembro de 1943 (data da formatura), mas que imenso prazer!!!!

Eu ia lhe contar o caso  da cabo eleitoral  e  tenho certeza de que ele iria se divertir.

Mas o celular tocou  e interrompeu tudo.  Para atender,  ele se afastou, não se encontrou mais com meu pai naquela ocasião, suponho que para tristeza dos dois.    Morreu alguns meses depois.

++++++++++++++

Eleição de conselho no clube.  Mesmo amigo de um candidato, não julgava que ele fosse um bom candidato. Na cabeça dele, embora eu nada tenha dito, um dos oito votos a que tinha direito seria seu evidentemente.  Eu e outro amigo meu e conhecido dele, nos divertimos muito imaginando a seguinte cena.

Após o resultado, ele iria me encontrar e indgnado dizer:

– Eu tive só dois votos.

E, taxativo, eu diria:

– Sua mulher não votou em você!!!

E não é que ele conseguiu se eleger e  eu nem  precisei usar esse divertido argumento!!!
++++++++++++++++++++++

Microconto* meu que não se aplica ao útimo caso:

O candidato só teve um voto.  Quem não conhecia, não conhecia.  Quem  o conhecia é que não votou nele de maneira alguma.

* 119 dígitos

+++++++++++

Boa eleição para todos nós amanhã!!!!

Selinhos no Céu!!!

Enquanto meu pai esteve no hospital Albert Einstein, Hebe internou-se uma vez, lembro-me bem,  talvez duas.  Ficava feliz ao saber que tinha tido alta.

Hoje, infelizmente, a péssima notícia.  Um consolo: morreu em casa e não no hospital.  Belíssimo consolo!!!

Bem, agora os fatos divertidos, porque quando morre alguém, é sempre bom lembrar as coisas boas que ficam.

Trabalhei no começo dos anos 80  na TV Bandeirantes.  Naquela época, selinho, pelo menos o nome, não existia.  Ou era beijinho no rosto ou beijo de homem e mulher.

Pois bem, durante alguns dias, cruzava sempre com a  sensualíssima, mesno não tão jovem,  Norma Bengell  Para minha alegria, ela  me cumprimentava sempre com suaves e deliciosos beijinhos na boca.

Muito tempo depois, foi que Hebe tornou famosos os Selinhos.

A gente vai sentir saudades da Hebe, mas quem já tá no céu vai, finalmente, matar as saudades.

Selinho pra você, Hebe querida!!!

Trajes e Ultrajes

Jovem senhora, parente, me convida para sua  festa de casamento ( o segundo), avisa que o traje é  terno escuro.

Já passei da idade de contestar, mas o momento que atravesso me permite negar ter  pescoço enforcado no jantar da sexta-feira (foi ontem).  Concedi bonito paletó, camisa sóbria e lembrei-me de dois episódios.

Escritor famoso do modernismo (estou entre dois, por isso não cito o nome) recebeu convite dizendo que Smoking era obrigatório.

Não teve dúvidas.  No dia da festa, mandou  mensageiro, que carregava o cabide com smoking e um bilhete em que explicava que se importante era  o traje, ali estava o traje.

+++++

Início da década de 70. Capitu (nome fictício), conhecido meu, que hoje ocupa cargo chefe entre os cartolas do Futebol Paulista, noite de sabadão, passa por um agito, pensou tratar-se de bela festa.  Foi para casa, barbeou-se pela segunda vez no dia, vestiu Terno, pegou seu Triumph  sem capota e lá se foi, de volta para o agito.

Estacionou.  Entrou.

Era um velório.

++++++

Leia mais sobre o Absurdo da Obrigação do Paleto e Gravata Clique Aqui

Porteiro que Barrou o Ganso e o Prefeito Faria Lima

O prefeito Faria Lima,  militar da Aeronáutica, que deu nome à Avenida,  era duro e híiper exigente com seus secretários e colaboradores próximos.  E homem absolutamente encantador em reuniões sociais e com o público.   Em grandes acontecimentos, em restaurantes, quando ele entrava, quem ali estivesse levantava-se e o aplaudia com vontade, como são aplaudidos ídolos da cultura de massa.

No trabalho, entretanto,  era exigente em todos os detalhes.

O porteiro do anúncio da Gillette que barra a entrada  Paulo Henrique Ganso  porque o craque estava com barba por fazer me lembrou  de atitude frequente do prefeito.  Aliás, o nome da Avenida deveria ser Avenida Prefeito Faria Lima, e não Brigadeiro Faria Lima, uma vez que ele tinha pouca, ou nenhuma, afinidade com os militares e imenso amor por São Paulo, que ele revolucionou com suas imensas e oportunas  obras.

Bem, voltando ao porteiro do anúncio da Gillette.

O prefeito era homem simples, sem frescura, mas quando entrava alguém em sua sala com a barba por fazer, ele abria a gaveta, apanhava um barbeador elétrico e oferecia para que o visitante se barbeasse antes da conversa.   Exatamente como fez o Porteiro com o craque Ganso.  E se o craque  Ganso, que é o craque Ganso, volta para trás e faz a barba, que dirá o pobre mortal que recebeu o barbeador do prefeito pop star da maior cidade da Ameérica Latina!!!

Prefeito Faria Lima - Um Querido Pop Star da Política

Diretora Engana Polícia Para Salvar Alunos e Eu Troco Gentilezas com Assaltante

Diretora de Escola no Rio de Janeiro toma difícil decisão de enganar a polícia para preservar  40 alunos.  O objetivo era evitar que os policiais encontrassem o bandido que estava no ônibus e se iniciasse um tiroteio.  Vale a pena ler mais.  Clique aqui

Embora não tão rico, também tenho  episódio em um assalto em que a minha maior preocupação era exatamente essa: que chegasse a polícia e eu e as outras vítmas  ficássemos reféns durante a interminável negociação que sempre acontece.

Lá vai o meu caso, com direito até a troca de gentilezas entre mim e o bandido.

Sou recebido no consultório do dermatologista com um revólver na cabeça. Superado o susto, percebo que tanto os médicos que dividiam a clínica, entre eles um psicólogo, quanto os clientes, algumas crianças, e até mesmo os assaltantes estavam em pânico. Se alguém não assumisse o comando, aquilo acabaria em tragédia. Pedi licença para dar uma sugestão. Disse que a partir daquele horário, começariam a chegar montes de gente, outras crianças e que não era necessário ter mais sofrimento ali dentro. Aceitaram a sugestão e, cada vez que a campainha tocava, a enfermeira, sob a mira do revólver engatilhado, avisava que o médico estava fora atendendo emergência. Eram aproximadamente três horas da tarde e meu médico preencheu o cheque que um deles iria descontar, enquanto o outro, com os dois revólveres, ficaria nos vigiando. Como estava demorando muito, pedi novamente a palavra. Fingindo estar cheio com minha intromissão, o líder perguntou o que eu queria daquela vez. Disse que eles deveriam se apressar para descontar o cheque antes do banco fechar. Acatou e foi ele mesmo ao banco, deixando o colega, um desequilibrado, tomando conta das “presas”. Cada vez que uma criança queria tomar água, era um transtorno, gritos histéricos do ladrão, revólveres brandindo o ar. O nariz de um garoto excepcional começou a escorrer; para evitar alterações, ofereço meu lenço. O líder volta do banco com o dinheiro. Pega sua arma, senta-se ao meu lado e começa a dar ordens. Põe um cigarro na boca e procura fósforo nos bolsos. Não encontra.

Com gestos suaves, alcanço um isqueiro que estava ao meu lado, mostro para ele e, gentilmente, pergunto:

– Posso acender seu cigarro?

– Cara, você é demais. Você nunca vai ser dar mal em um assalto.

Sorrio, bato em seu ombro e, fingindo aborrecimento com a previsão, pergunto:

– Puxa. Você ainda deseja outro assalto para mim!!!

++++++++

Isso ocorreu há cerca  25 anos, nunca mais fui assaltado e espero que em todos os assaltos a violência sempre possa ser evitada, com jogo de cintura e sabedoria.

Eles Metem a Mão na Botija; Depois, Confessam, Salvam a Alma e o Dinheiro continua Lá (nas contas deles, naturalmente)!!!

Talvez a excelente piada que  amigo Junior Bataglini  mandou e publique, dois dias atrás,   seja a chave para explicar a corrupção sem fim no país.

A piada tem apelo sexual, mas é de cunho particular.  Lá vai:

Um peregrino, a caminho de Santiago, vindo da Lituânia, pernoita na casa de uma viúva deslumbrante.
No meio da noite, a viúva o procura, toda nua!

Ele, com medo de pecar, foge e vai confessar-se

O padre lhe diz:

– Volte para casa e coma 5 kg de CAPIM.

– Sr. Padre, eu não sou um cavalo! – diz o Peregrino.
– Mas é burro!  Primeiro deveria ter comido a viúva
e depois vir confessar!  Entendeu?

++++

E então, talvez nossos corruptos sejam os grandes carolas, papa-hóstias que vivem ajoelhados em cofessionários.  Confessam os desvios, pronto:  alma aliviada, contas bancárias, geralmente  em Afastadas Ilhas perdidas no mundo,  engordadas até estourarem.

Desconfio  que esse Padre deu aula em tradicional colégio aqui da Capital, onde estudou político paulistano emblemático nesse quisito (contas bancárias muito gordas espelhadas pelo monto)!!!!

Não Compensa em Hipótese Alguma

No carro, indo para o jantar,  falei para a amiga que estava  comigo:

–  Preste atenção na Silae.  Não me casaria com ela nem que o pai me oferecesse o peso em ouro.

E nessa noite, Silae, mulher de um conhecido,  foi magistral em todas suas características.

No térreo, ao sair do elevador, falei para a minha amiga:

– Preciso fazer uma correção. Não me casaria com Silae nem que o pai me oferecesse 10 vezes o peso em ouro.

Começa em Motel; Termina em Desaforos Baixo Nível!!!

Diverti-me muito com a cena que presenciei há cerca de duas horas em supermercado da Turiassu (ou Turiaçu – já que em  cada placa da rua há uma grafia).  E, não sei porque, lembrei-me de outro episódio, igualemente divertido.  Diferença, no primeiro caso, os protagonistas são pessoas maduras,  mais de sessenta; no, segundo, como se verá, muito jovens  que,  parece, sabiam muito mais das coisas do que os coroas.

Lá vai a cena de agora há pouco.

A mulher, que se afastara um pouco do marido,  em outra gôndola, volta, mesmo me vendo, não tem o menor pudor de comentar/perguntar para o marido:

– Que cara de bosta é essa???!!!

O caso abaixo, precisa de rápida explicação.  Denise era o nome (fictício) de uma namorada; nós brigávamos demais, mas não havia hipótese de terminarmos o namoro definitivamente.  Lá vai:

Eu e Denise, durante intervalo das sessões de sapatos voando*, na portaria de um motel. A recepcionista, que acabara de dar as chaves para o casal do carro da frente, comenta conosco:
– Puxa, a menina fez dezoito anos ontem e já está comemorando!
+++++

*Ah, meu Deus, vou ser obrigado a outra explicação, que vai quebrar o ritmo das histórias.  Dr. Breno, meu queridíssimo e saudoso analista, dizia:

– Quando eu estiver bem velhinho, vou querer visitá-los   e nem vou poder entrar, tal será a guerra de sapatos. Retomo essa caso do dr. Breno com mais detalhes, prometo.

Cadê o cãozinho que tava aqui???

Não sei se é fato ou boato.

Conhecido meu esperava a amiga,com quem iria sair para jantar, na sala do apartamento da moça.

Havia um cãozinho e a bola do cãozinho. Ele atirava a bola, o caozinho dava piruetas no ar, pegava a bola e trazia para meu conhecido que jogava novamente.

Ele erra a força, a bola bate no chão, pula alto; o cãozinho salta até o encosto do sofá,  dá pirueta, também erra na dose ao se lançar em direção à bola.

A janela estava aberta e foi-se o cão, dez andares,  sem escala, até o chão.

A mulher, finalmente, aparece. Pergunta para o meu conhecido onde estava o o cachorro.

Ele diz não saber.

Despreocupada, ela sai com meu conhecido   para jantar.

A imagem que recebi do Júnior Bataglini, leitor assíduo do Boca, me fez lembrar esse episódio.

Veja você também.

Sumiu!!!

Nélson Piquet, Avesso a Desfiles de Consagração

Seleção Feminina de vôlei desfilou por ruas de  S. Paulo em carro do Corpo de Bombeiros.

Perguntaram para Nélson Piquet, após ter conquistado o seu primeiro, dos três,   Campeonato  Mundial da Formula 1, se ele também iria desfilar em carro aberto para ser saudado pelo povo.

Sóbrio e alheio a esse tipo de badalação, ele disse que nem lhe passava pela cabeça tal coisa.

Não estou criticando nem elogiando quem quer que seja;  é apenas o estilo de cada um.

Eu sou mais o de  Nélson Piquet!!!