Em um supermercado pseudo-chic da Rua Pedroso Alvarenga no Itaim Bibi, dois produtos que pego não trazem preço na embalagem. Passo no leitor de barras e, mais uma vez, nada de o preço aparecer.
Aí me lembrei da rigorosa professora Therezinha de Português do Ginásio. Dizia ela indignada:
– Problema não é a vizinha tocar a campainha à noite e pedir para usar o telefone. O que irrita mesmo é ela pedir para dar uma telefonema.
Nos meus tempos de ginásio, era tudo mais simples, até os erros de português.
Pois bem, voltando à arrogância dos dias de hoje. Supermercados pseudo-chics, naturalmente, têm funcionários pseudo- intelectuais.
Informo o sub-gerente da ausência de etiquetas e da ineficácia da maquininha. Nem preciso dizer a cabotina e presunçosa resposta do nego; dou um prêmio para quem não acertar na mosca. Lá vai a resposta do pseudo ao quadrado (intelectual e chic):
– Eu vou estar informando o setor responsável.
Em uma coisa os dias de hoje são imbatíveis: na meta-irritação – você ganha nova irritação ao tentar resolver irritação primária.
Ouvir a vizinha pedir para dar uma Telefonema e se irritar!!! Ah, meu Deus – A gente era feliz e não sabia!!!
Paulo, gostei especialmente da afirmação de que ganhamos uma nova irritação quando tentamos resolver a irritação primária.Este é um jeito muito bom de dizer que engolimos sapo o tempo todo.Por isso é bom relaxar uma pouco. Beijos.Até amanhã.