Quando morre alguém, talvez até para dar uma leve driblada na dor, mesmo sabendo que, mais cedo ou mais tarde, ela chega, é legal lembrar uma história simpática dessa pessoa que nos deixa.
Minha querida irmã Thereza morreu ontem e já está fazendo falta. Ela tinha uma história mais divertida do que a outra. Vou me limitar a uma só.
Thereza era trabalhadora, sabia ganhar dinheiro, independente e adorava essa independência que conquistara. Uma autêntica e precursora feminista, quando nem se pensava ainda em criar o termo.
Meados ou fins da década de 70. Como sempre, havia saído apressada de casa. No caminho, dá uma pequena raspada no carro de outra mulher. Lógico que não trazia consigo documento algum. Comunica à outra motorista que telefonaria para que o marido lhe trouxesse os documentos. A mulher suspira e limita-se a dizer:
– Ah, essas mulheres de Atenas…
Mulheres de Atenas era título de música do Chico Buarque recém lançada com enorme sucesso que falava das mulheres submissas da Grácia Antiga.
Essa mulher, com menos de meia dúzia de palavras, conseguiu expressar a maior injustiça que alguém poderia cometer.
A uma altura dessas, com a Thereza lá em cima, o Céu deve estar bem mais animado do que vinha sendo até então!!!
Veja e ouça Mulheres de Atenas, o oposto do que Thereza foi a vida inteira. Clique aqui.
Sinto muito pela perda. As boas lembranças você terá sempre, são privilégio seu e de quem a conheceu. Lembre uma história dela todos os dias e desfrute o que dela para sempre existirá dentro de você.
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Caro LM:
Obrigado pela força.
Abraços
Paulo
Paulo, adorei a historia, realmente minha mae nao tinha nada de mulher de atenas, alias ela era mais para mulher do futuro e talvez por isso tantas vezes inconpreendida. Vamos torcer para q ela tenha encontrado a paz que tanto almejava.
Beijo da sua sobrinha Renata
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Renata:
É isso. Passagens divertidas dela não vão nos faltar nunca.
Um beijo
Paulo
Paulinho, lembre-se do exemplo daquela mulher, apenas…
Bjs
Alba
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Alba:
Vou lembra, sim (apenas com vírgula, sem o ponto e vírgula…)
Beijos
Paulo Mayr
Caro Amigo Paulo,
Lamento o ocorrido, lembro-me da sua irmã, era bem simpática.
Li o artigo em seu blog e achei uma bela homenagem.
Minha avó Nita também foi uma mulher de Atenas, mas a partir dos anos 30, pois era totalmente independente do marido e foi uma das primeiras mulheres em São Paulo a ter carteira de motorista, além de trabalhar com corretagem de imóveis.
Com 80 anos, no final dos anos 80, ela ainda dirigia e vou contar uma passagem dela para homenageá-la e também sua falecida irmã.
Nesta época ela já não enchergava completamente bem, principalmente a noite, mas estava dirigindo seu carro lá pelas 10 horas da noite na Rua Da Consollçao, quando atrropelou uma pessoa que estava atravessando a rua.
Ela nem percebeu o ocorrido, pois a batida foi leve, e continuou dirigindo rumo a sua casa. Felizmente a vítima se feriu levemente.
No dia seguinte a tarde ela recebeu a visita da polícia, que vai logo perguntando:
– A senhora estava dirigindo um Opala branco, chapa tal, ontem na Rua da Consolação ás 10 horas da noite?
– Sim ela respondeu.
– Então a senhora está sendo acusada de ter atropelado uma pessoa neste horário e ter abandonado o local sem prestar socorro à vítima.
Ela com a tranquilidade de sempre explica:
– Bem que eu ouvi um barulhinho…..
Grande abraço,
Luiz
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Caro Luiz:
Mesmo triste, embora superando a dor, ao terminar seu relato, dei uma boa risada.
Pessoas como sua avó e minha irmã fazem falta aqui.
Obrigado
Paulo Mayr
Prezado colega Paulinho!!!
Perder alguém da familia muito nos entristece e é preciso muita coragem para continuarmos a luta do nosso dia a dia.
Que estas boas lembranças da sua irmã Thereza fiquem guardadas no seu coração,e no seu album de recordações.A vida continua e mesmo sem ela,que representava muito para você,espero que tenhas força para continuar seu trabalho e sua vida,pois tens muita perseverança e força de vontade para sempre vencer e nos dar alegria.Que ela,descançe em paz, e os céus a recebam de braços abertos,pois ela foi uma criatura muito digna de boas lembranças e recordações.
Que você,continue a ser o sempre bom amigo de todos nós,pois isso é o que nos torna felizes e inteligentes.
Vamos sentir saudades da sua amada irmã “THEREZA”.
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Caro Cicero:
Você, como sempre, um bom e atencioso amigo. Muito obrigado mesmo pelas sua palavras reconfortantes. É isso mesmo que vc disse, preciso ter forças para continuar.
Mais uma vez, muito obrigado.
Paulo Mayr