DRY MARTINI

A revista da Folha de hoje traz matéria de capa sobre o dry Martini, com direito à receita de um barman. Quem gosta de dry Martini sempre diz que o seu dry Martini é o melhor que existe. Não fujo à regra.

Fiz longo texto há quase um ano aqui no Boca no Trombone sobre o Dry Martini preparado pelo ator Juca de Oliveira na Peça Às Favas com os Escrúpulos. Dizia eu que aquilo não seria um dry Martini e sim um Inunda Martini, tal a quantidade de água que se forma quando preparado daquela maneira.
Quem quiser ler a longa matéria, o link é http://bocanotrombone77.blig.ig.com.br/2007_43.html#post_18984065
A receita de hoje da Revista da Folha também não é perfeita. Gostaria de deixar o site da Revista da Folha, mas não encontrei. Tampouco encontrei qualquer telefone da Redação
Na receita da Folha, faltam detalhes para que o drink saia seco, isto é, sem água, trincando de gelado e até levemente azul.
Abaixo a minha receita, como sempre, com inúmeros detalhes e, em seguida, o saboroso comentário da jornalista-gastrônoma Célia Svevo.
Concluindo, frase minha sobre essa maravilha

DRY MARTINI –

Utensílios para preparar o Dry Martini

– Copo misturador
– Bailarina (a elegante e longa colher de metal)
– Passador (espécie de coador para tirar a água do misturador e para servir a bebida)
-Taça própria para dry Martini, evidentemente
– Pegador de gelo (dispensável, sempre presumindo-se que a mão esteja lavada e sem mto cheiro de sabonete)

Bebidas e ingredientes em geral – Para uma pessoa

– Gim Tranqueray
– Vermute Noilly Prat
– Gelo (cerca de uns doze cubos de gelo
– uma lasquinha de casca de limão

Explicações Necessárias

Aquele medidor de dose de uísque de bares pessoas físicas só devem ter como curiosidade. O medidor é apenas para quem vai cobrar pelo que está oferecendo. Bebidas se servem a olho. No preparo de coquetéis, fala-se em partes. No começo, talvez haja algum desperdício; a partir do terceiro, a precisão começa a aparecer.

Dry Martini bebe-se muito gelado e, paradoxalmente, sempre sem gelo. Para tanto, lá vai o começo da receita, colocar uma ou duas pedras de gelo na taça e girar para que a taça fique gelada.
Colocar umas oito pedras de gelo no Copo misturador (copão alto) e mexer com a bailarina para que o copo fique gelado.

Preparo do Dry Martini

Jogar fora a água que se formou no copo misturador. Coloca-se o passador e deseja-se essa água no balde de gelo.

Jogar fora o gelo – e água que se formou – na taça.

Despejar o gim sobre os cubos de gelo. Colocar o Vermute Noilly Prat – a olho – 1/7 da quantidade que usou de gim – . Misturar suavemente com a bailarina para gelar bem. Colocar o passador e despejar o dry Martini na Taça.

Torcer a casquinha de limão e por na taça.

Beber e usufruir muito!!!
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PERFEITO COMENTÁRIO DA CÉLIA SVEVO

“Reza a lenda que a Rainha Mãe (legendária e mais simpática figura da monarquia britânica, mãe de Elizabeth II) procedia da seguinte forma: gelava o copo com gelo e descartava. Na seqüência pingava algumas gotas de vermute e as descartava igualmente, sacudindo a taça vigorosamente em movimento de centrifugação. Para garantir, é claro, que TODO o excesso sumisse de sua vista. Só então juntava o gim. Então sorvia.
Devia ter suas razões. E viveu alegremente, semi-ébria, até os 101 anos.”

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MAIS PERTINENTES COMENTÁRIOS, RECEITAS E FRASE

O médico Flávio Generoso, amante dos coquetéis, disse que um conhecido tinha descoberto a quantidade exata que se coloca de vermute no Dry Martini. Explicava o amigo do Generoso:

– Pega-se uma garrafa de sifão, Noilly Prats, o melhor Martini que existe. Tem que ser sifão e tem que ser Noilly Prat. Coloca-se na garrafa de sifão um pouco de Martini. Vira-se para trás e espirra vermute na parede. É exatamente essa a quantidade de Martini que leva um bom dry Martini.

Danuza Leão é igualmente radical e precisa. Diz ela que a quantidade certa de Martini no coquetel é a seguinte:

– Pega-se o copo misturador com gelo e gim, aproxima-se da boca e sussurra-se: Martini. É o suficiente!!!
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Definitivamente, uma bebida fabulosa. Tenho duas frases. Coloco só uma:

– O mundo não é uma grande taça de Dry Martini. Infelizmente.

3 pensou em “DRY MARTINI

  1. Discordo de vc. O mundo é uma grande taça de Dry Martini. Felizmente. Basta você focá-lo do do melhor ângulo. Qual seria, talvez você me perguntasse. Eu respondo: – Busque dentro de você e poderá se deliciar com tantos e quantas taças grandes de Dry Martini que conseguir sorver. Gostou do sorvet?
    Bjs.

  2. Paulo, só para não causar confusão, o gim é o Tanqueray.
    +++++++

    Larissa:

    Não causou confusão. Ao contrário, você propiciou o esclarecimento. O nome do Gim havia grafado de forma incorreta. É exatamente como você escreveu: Tanqueray. Já corrigi no post. Muito obrigado!!!
    Se quiser conferir: clique aqui
    Se vc gosta de Dry Martini, pode fazer esse; ou, em bar, pedir para fazer dessa maneira. É delicioso!!!
    Obrigado pela correção.
    Paulo Mayr

    1. Paulo, posso fazer melhor ainda: pedir para o próprio Flavio Generoso fazê-lo para mim; ele é meu sogro!
      +++++++

      Larissa:

      Sogro formidável que vc arrumou. Fiz curso de coquetelaria com ele. Gostei muito. Vou mandar um email para vc.

      Abraços
      Paulo Mayr

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