De 26.09.06
Tenho boa memória e não sou tão novo.
Na Copa de 70, estava com 16 anos. Lembro-me bem de muita coisa a respeito. O time do Brasil chegou ao México desacreditado. Paulo Maluf era prefeito de S. Paulo (não vou repetir aqui, por não poder provar, a versão que explicava na época a escolha de seu nome para o cargo). Pois bem, ouvi e li nosso prefeito, então no início de sua famosa carreira política, afirmando que se o Brasil fosse campeão do mundo , ele daria um fusca para cada jogador e (salvo engano) membro da comissão técnica. Pois bem, o Brasil foi avançando, avançando e Maluf recuando, recuando. Já não era mais Paulo Maluf, na terceira pessoa como tanto gosta de dizer, mas sim a prefeitura de S. Paulo que daria os carros. Só pegar os jornais da época e ver.
O Brasil ganha a Copa, Maluf, com dinheiro da prefeitura, dá os carros, alguém entra na Justiça contra o prefeito que usara o dinheiro público.
Passam-se 35 anos e, com a rapidez que lhe é peculiar, a justiça Brasileira em última instância conclui que Maluf era inocente, uma vez que teve o aval da Câmara de Vereadores para fazer o que fez.
Deixa eu entender, como dizia uma ex-namorada: para descobrir que Maluf teve o aval da Câmara e que só esse fato era a prova e condição suficiente de sua inocência, a justiça (com j minúsculo mesmo) levou 35 anos?????????
Um parênteses desnecessário: os jogadores de então não eram milionários como hoje, mas em hipótese alguma se justificava tirar dinheiro da população com suas carências crônicas para premiar esportistas bem sucedidos.
Em conversas, desde essa época, relato o fato, digo que o cidadão não pode crer em mais nenhuma instituição do país . Logicamente, não saí pregando depredação de nada nem qualquer vandalismo. Entretanto, afirmava que uma forma de eu mostrar meu descontentamento e decepção com tudo, seria eu votar nulo até o fim de minha vida. Ainda dizia que, infelizmente, eu sou teimoso e não persistente. Embora meu dicionário eletrônico aponte que teimoso e persistente sejam quase a mesma coisa, na minha cabeça o persistente tem convicção da coisa e o teimoso apenas teima e a simples teima, além de parecer birra de criança, é muito mais fraca do que a convicção.
Pois bem, acho que sou apenas meio teimoso pois não pretendo anular todos os cinco votos, talvez apenas dois…. Ah, que inveja tenho dos persistentes!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Espero até antes da eleição expor ou, como dizem os analfabetos pretensiosos de hoje, “estar expondo” aqui minha opinião sobre o nosso glorioso (nem precisa por aspas, né??????????) poder legislativo (também em minúsculas, naturalmente!!!!!!!!!!!!!!!!)
Lembro, quando eu era criança, da história da Paulipetro e as charges do Estadão com o Maluf com nariz de Pinóquio, a cada dia o nariz aumentava mais e no final já ocupava duas páginas.
Agora, na minha memória até que seletiva, lembro de algumas frases deste distinto sr.:
“Se o Pitta não for um bom prefeito, nunca mais votem em mim”
“Desisti da câmara dos deputados porque não tenho jeito para a assembléia legislativa. Por isso que concorro a um cargo no executivo”.
Aí, ontem de manhã, ele me faz uma afirmação linda:
“Deus sabe que eu sou inocente”
Será que ele é ateu????
Beijão, Lu.
Caro Paulo:
Acho que a diferenciação de teimoso com persitente é fantástica, ajudando-me a clarear meus futuros votso nulos.
Um abraço
Armando
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Caro Armando:
Hj no congestionamento, ouvindo propaganda gratuíta, escrevi algo nessa mesma linha a respeito de políticos/política. Aliás, para se vingar deles, leia – são dois textos aqui do Boca praticamente idênticos sobre o tema – . Clique aqui
Esclareço esses link é para textos que já havia escrito antes. O texto que rascunhei (nunca havia escrito essa palavra) hj, ainda não dei forma final. Mas vou fazê-lo.
Abraços
Paulo Mayr