Diretora de Escola no Rio de Janeiro toma difícil decisão de enganar a polícia para preservar 40 alunos. O objetivo era evitar que os policiais encontrassem o bandido que estava no ônibus e se iniciasse um tiroteio. Vale a pena ler mais. Clique aqui
Embora não tão rico, também tenho episódio em um assalto em que a minha maior preocupação era exatamente essa: que chegasse a polícia e eu e as outras vítmas ficássemos reféns durante a interminável negociação que sempre acontece.
Lá vai o meu caso, com direito até a troca de gentilezas entre mim e o bandido.
Sou recebido no consultório do dermatologista com um revólver na cabeça. Superado o susto, percebo que tanto os médicos que dividiam a clínica, entre eles um psicólogo, quanto os clientes, algumas crianças, e até mesmo os assaltantes estavam em pânico. Se alguém não assumisse o comando, aquilo acabaria em tragédia. Pedi licença para dar uma sugestão. Disse que a partir daquele horário, começariam a chegar montes de gente, outras crianças e que não era necessário ter mais sofrimento ali dentro. Aceitaram a sugestão e, cada vez que a campainha tocava, a enfermeira, sob a mira do revólver engatilhado, avisava que o médico estava fora atendendo emergência. Eram aproximadamente três horas da tarde e meu médico preencheu o cheque que um deles iria descontar, enquanto o outro, com os dois revólveres, ficaria nos vigiando. Como estava demorando muito, pedi novamente a palavra. Fingindo estar cheio com minha intromissão, o líder perguntou o que eu queria daquela vez. Disse que eles deveriam se apressar para descontar o cheque antes do banco fechar. Acatou e foi ele mesmo ao banco, deixando o colega, um desequilibrado, tomando conta das “presas”. Cada vez que uma criança queria tomar água, era um transtorno, gritos histéricos do ladrão, revólveres brandindo o ar. O nariz de um garoto excepcional começou a escorrer; para evitar alterações, ofereço meu lenço. O líder volta do banco com o dinheiro. Pega sua arma, senta-se ao meu lado e começa a dar ordens. Põe um cigarro na boca e procura fósforo nos bolsos. Não encontra.
Com gestos suaves, alcanço um isqueiro que estava ao meu lado, mostro para ele e, gentilmente, pergunto:
– Posso acender seu cigarro?
– Cara, você é demais. Você nunca vai ser dar mal em um assalto.
Sorrio, bato em seu ombro e, fingindo aborrecimento com a previsão, pergunto:
– Puxa. Você ainda deseja outro assalto para mim!!!
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Isso ocorreu há cerca 25 anos, nunca mais fui assaltado e espero que em todos os assaltos a violência sempre possa ser evitada, com jogo de cintura e sabedoria.