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“As Pessoas Muitas Vezes não Sabem, Mas Gostam Muito de Poesia” – Por Thiago de Freitas Peixoto

Thiago Peixoto, bom poeta, experiente em declamar nos lugares mais inusitados, inclusive meios de transporte,  conta episódio interessante ocorrido nos vagões  da CPTM.

Se quiser ler, lá vai:

Voltando do cursinho hoje, encontrei meu parceiro poeta Jonas Worcman, na estação Pinheiros, da CPTM.

Assim que me viu ele já me intimou, “e ai, bora voltar fazendo poesia?”.

Eu, que não gosto quase nada da coisa, não pensei duas vezes.

Então, entramos no trem e começamos a disparar vários poemas, um atrás do outro, autorais e de outros poetas. O vagão estava cheio, mas os passageiros receberam bem a poesia, deram muita risada, aplaudiram, agradeceram, enfim, interagiram bem positivamente conosco.

Em seguida, trocamos de vagão e iniciamos um novo sarau.

Tudo corria normal até que um Guarda da CPTM entrou no vagão e encontrou com o Jonas (bem a sua frente) declamando. Sem entender o que acontecia, pediu ‘educadamente’ que calasse a boca, e permaneceu no vagão. Sob protestos dos passageiros, que estavam gostando, o Jonas encerrou a poesia, coibido pela presença do guarda a sua frente.

Por  já tinha passado por essa situação, eu  sabia como sair dela. Fingi que não tinha acontecido nada, e declamei um poema do Victor (As balas são de borracha por que a intenção é apagar palavras de revolução). Depois, na sequência, recitei ‘Os Miseráveis’, do Poeta Sérgio Vaz.

Enquanto declamava, consegui perceber o guarda prestando atenção, se desarmando, claro, mantendo a cara de mau, porém, não tentou mais impedir, só ouviu. Conseguiu respeitar, óbvio, com uma cara de interrogação (que até agora deve estar esperando resposta) e assistiu ao vagão lotado aplaudir a poesia, empolgado por ela ter se mantido de pé, mesmo quando tentaram derrubá-la.

As pessoas muitas vezes não sabem, mas gostam muito de poesia.

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Sou testemunha do sucesso das intervenções   desses poetas junto ao público em geral, desde aqueles que andam de ônibus, como os frequentadores do Parque do Ibirapuera.

Parabéns!!!

Assista a um vídeo dos Poetas Ambulantes, grupo do qual fazem parte Thiago, sua irmã Carolina, entre outros.  Clique aqui

Pro Corrupto, “Bom dia Doutor”; Pro Trabalhador, Tapa na Cara

Poema do companheiro de Zap Thiago Peixoto, a propósito dos acontecimentos atuais.

‘Tirou a farda e não viu
que era um homem do povo
Não consegue perceber
é complicado pra sua cabeça
E tome chute na moleira do maluco
Tapa na cara do trabalhador
E pro velho corrupto: bom dia doutor”

Infelizmente, o mundo está cada vez mais isso.

Trinta anos atrás, na Ópera do Malandro,  Chico Buarque já falava dos Malandros com Gravata e Capital.  Ouça o Música.  Como foi dito linha acima, o tempo passa e a coisa só aumenta.

Ouça Chico descrevendo os Malandros Regulares Profissionais, Clique

Versos de ambos, Chico e Thiago, se complementam.

Plágio Involuntário

Thiago de Freitas Peixoto escreveu  no Facebook que acabou de descobrir que o micropoema “A saudade não é doce, mas é “docê”…” que ele havia publicado no Facebook, na verdade é de   Júlia Evelyn.   Amigo de Saraus do Thiago, achei lindo e também publiquei aqui no Boca.

Bem, continuo achando lindo e imagino  que ninguém discorde.  Parabéns para a autora, Júlia Evelyn!!!