O governador Serra, mesmo antes da gripe suína, já carregava consigo no carro uma garrafinha de álcool gel para passar nas mãos depois de cumprimentar as pessoas, segundo reportagem de prestigiosa revista.
Confesso que também tenho um “pouco de excesso” de mania de limpeza que, igualmente, vem de muito antes da gripe. Aliás, de certa forma, a epidemia obrigou pessoas e até mesmo o comércio a prestarem mais atenção a aspectos “básicos do básico” de higiene. Hoje existem pia, sabonete líquido e até toalha descartável em botecos, itens “inencontráveis” (como diria o Magri) até há pouco, mesmo em restaurantes e bares razoáveis Tô no lucro!!!
Howard Hughes (1905-1976), multimilionário americano, tinha obsessão por limpeza e classificava as pessoas mais ou menos assim: sujas, mais ou menos limpas e limpas. E mais, segundo ele, entre os limpos, havia um único humano: ele próprio.
Não sou governador, muito menos milionário – assim, minhas manias de limpeza pouca importância têm. Mas são lógicas.
- Podendo, depois de pegar em dinheiro, lavo as mãos (não no sentido bíblico/religioso, mas literalmente). Se não puder, também não morro.
- Não como coisa alguma, em hipótese alguma, se não puder lavar as mãos antes. Prefiro a fome.
- Adoro crianças, bebezinhos. Entretanto, sou incapaz de encostar o dedo em uma criança desconhecida na rua. Não por achar que a criança seja/esteja suja, naturalmente (minha loucura ainda não chegou a tal ponto!!!) Mas, sim, para preservar limpeza do bebê e sua saúde. Além disso, sei lá se os pais não tem as minhas manias!!! Ao fazer agrados em bebês ou crianças de amigos, sempre explico antes que estou com as mãos limpas. Certa vez, disse isso para um amigo. O comentário dele:
– Mas é lógico, você lava as mãos toda hora!!!
Não é toda hora, é só depois de pegar em dinheiro e antes de comer. Estava contando isso para outro amigo meu mais velho e ele perguntou o que eu fazia em relação ao cardápio no restaurante. Ele me provou que cardápio também é algo muito sujo, que todo mundo pega, que fica largado em qualquer canto, muitas vezes com dinheiro em cima, junto com pano de chão…
Ele terminou de falar e fui taxativo:
– Ah, meu Deus, você acaba de me botar outra mania na cabeça.
Atualmente no restaurante, leio o cardápio, decoro o que quero comer e vou lavar as mãos. Se chegar alguém e vier me cumprimentar, já vou logo avisando que estou com as mãos engorduradas.
Ia acabar aqui e me lembrei de dois casos.
Estava em um bar com Sílvio, técnico agrícola da fazenda do meu saudoso irmão Beto. No banheiro, noto que – como eu – ele também vai lavar as mãos, antes de ir ao banheiro, propriamente dito, – se me entendem. Faço algum comentário a respeito.
A resposta dele:
– Lógico, como é que vou pegar num troço importante desses com a mão suja!!!
Loucura minha e do Silvio??? Eu acho que tem outro nome: bom senso.
Em tempo 1, lavo a mão depois também, naturalmente.
Em tempo 2, o ginecologista da mulher de um amigo meu perguntou-lhe quando ele lavava as mãos ao ir ao banheiro. O médico explicou que é muito mais importante lavar as mãos antes de ir ao banheiro. Óbvio!!!
Vejam vocês que os fatos estão provando que o Sílvio (que lava as mãos antes) , Serra. Hughes e eu não somos tão loucos como parecemos ser, mas sim perspicazes – um pouquinho obsessivos, talvez; mas sem prejudicar quem quer que seja.