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Morar Sozinho

Globo Repórter agora há pouco foi sobre pessoas que moram sozinhas.  Li alguns anos atrás   que cerca de um terço  dos domicílios eram de um único morador.  De acordo com o programa, a proporção não é tão grande.

Descobri  que para muitos acontece o mesmo que se passa comigo.  As pessoas  transformam seus bairros em cidades do interior.   Particularmente,  tenho uma turma  que toma café de manhã na mesma padaria e outra, que à noite,  bebe cerveja nas mesas da calçada de um bar , a cinquenta metros de casa.  Aliás, terminado o programa fui para o bar e informado de que amanhã haverá churrasco no prédio de um dos frequentadores.

Meu carro, como escrevi  em outro texto,  parece fazer parte da estrutura da garagem, de tão raro que é ele não estar ali na minha vaga.

De acordo com o programa,  imensa maioria   mora sozinho por vontade própria.  Um rapaz contou que depois que saiu da casa da mãe, a relação deles melhorou muito.   Um casal está junto há muito anos, mas, cada um em sua casa.

Abaixo frases minhas sobre o assunto:

  • Sartre:  “o inferno  são  os outros”.  Millôr:  “mas o céu também”.  Um era  filósofo; o outro,  humorista.
  • Dizem que um homem cujas camisas estão sempre com botões faltando tem dois caminhos: ou se casa ou desquita.  Meu pai não queria  desquitar e aprendeu ele mesmo a pregar botões.  Não quero me casar  e  arranjei uma boa empregada.

Sartre, Millôr e Dois Paulos

Tema controverso,  O Eu e o Outro/Sociedade,  já rendeu bons comentários/frases.  Agora, Paulo D´Auria, meu amigo de Saraus,  fez verso muito lindo.

Lá vão, “por ordem da concepção”:

Sartre:  O inferno são os outros.

Millor:  O inferno são os outros, mas o céu também.

Eu: “O inferno são os outros (Sartre), mas o céu também (Millôr”). Durante muito tempo, apenas observei as duas frases.  Hoje, comento: um era filósofo; o outro, humorista.”

Agora, a beleza e o otimismo dos versos do poeta Paulo D´Auria.

O paraíso são os outros
o umbigo é o inimigo.
As asas são os outros,
umbigo é corda.

Muito lindo mesmo.  Entretanto, sobretudo  exatamente nesses dias, com hiper sobrecarga de estresse – causada por “outro”, não dá para fugir um milímetro de Sartre.   Por tudo que já passei, entretanto,  eu mereço que o futuro me reserve “momentos intermináveis e permanentes”  para enxergar o mundo como o Xará e o Millôr.  Que esse futuro chegue logo e dure  enquanto eu estiver aqui por esse maravilhoso Planeta Terra.   Deus há de me ouvir!!!