Não sei se muitos ainda enxergam o Futebol como fator de alienação. A propósito do meu texto ontem sobre as homenagens que palmeirenses – e até não palmeirenses – prestaram ao Goleiro Marcos, Júnior Bataglini, que tem comentado sempre meus textos de uma semana para cá, é dos que pensam que futebol e alienação caminham junto. Disse ele, certamente referindo-se à procissão e ao apelido S. Marcos de Palestra Itália, que ficava assustado “ao ver milhares de pessoas fanáticas, chegando ao extremos de reverenciar um atleta qualquer que ganha milhões”. Aí, questiona por que essas pessoas não se mobilizam pelos seus direitos. Irônico, conclui reticente: e assim caminha a humanidade…
Em 1977, quando, depois 23 anos, o Corinthians se torna campeão, a mesma polêmica corria solta. Para ajudar a compreender a coisa, eu e duas colegas do curso de jornalismo da Faculdade de Jornalismo da USP fizemos uma entrevista para o Caderno de Esportes da Folha de S. Paulo com o sociólogo Sérgio Miceli. Convém não se esquecer de que só oito anos depois terminaria o regime militar.
As pesquisas de Miceli descobriram que, exatamente entre aqueles (as) que se declaravam torcer para algum time de futebol, o MDB, partido de oposição, tinha o maior número de eleitores. Dizia e provava que os que assumem torcer por um time também assumem com mais naturalidade uma postura política, geralmente de oposição.
São Marcos, você já parou de jogar e ainda continua dando pano pra manga. Não, Manga, não. Manga já é um outro goleiro…. Aliás, grande goleiro do passado!!!
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