Missa de sétimo dia de jovem conhecida minha que morreu com menos de trinta e cinco anos, deixando marido e filhinho de um ano e meio
Havia cerca de cem pessoas. Mais de 90% das mulheres estavam com roupas sóbrias, porém de calças compridas. Entre os homens, eu era o único de paletó. Praticamente todos os outros estavam com camisas de mangas curtas e um deles, que foi comungar, de bermudas. Ao contrário das missas nas igrejas badaladas dos Jardins, os presentes não ficaram entulhados nas proximidades da sala de cumprimentos para bater ponto e cair fora. A preocupação era homenagear a falecida e confortar a família (não que em outras missas a intenção seja diferente, mas ali não havia aquela ansiedade de ir embora, vazar na linguagem irreverente dos jovens, aqui muito a propósito, aliás).
Isso para dizer que terno e gravata são absolutamente dispensáveis em toda e qualquer circusntância, sejam elas de pesar ou de grande alegria.
Não é a gravata nem o paletó que expressam tristeza, solidariedade. Tampouco podem ser obrigados em comemorações/atos oficiais ou festas/banquetes/homenagens.
Leia carta que enviei para o Presidente Lula sugerindo que ele fizesse um decreto ou qualquer medida que tornasse opcionais terno e gravata. Também há texto aqui sobre a sensata recusa de Evo Morales usar gravata.
Mas antes, histórinha divertida. Escritor Modernista, não estou bem certo qual, por isso não cito o nome, recebeu convite informando que terno e gravata eram obrigatórios. Não teve dúvida. Pagou um mensageiro que, na hora marcada, tocou a campainha na casa onde estava se realizando a festa, chamou o dono, entregou um terno no cabide e um bilhete do escritor dizendo que se o importante era o terno, ele achou melhor nem ir.
Carta que eu enviei para Presidente Lula sugerindo o fim da obrigadoriedade do paletó e gravata, clique aqui. Nesse texto há Link para o do Evo Morales e para um outro texto, variação sobre o mesmo tema.
Convenhamos, obrigar qualquer um usar gravata e paletó em um clima desses é uma imbecilidade infinita, pétrea como diria, ou eu suponho que diria, Nélson Rodrigues. Repetindo bordão: a Natureza limitou a inteligência, mas não a burrice.
Quem sabe, se eu enviar novamente para a Presidência da República, a proposta não seja aceita. E eu vou enviar. Aliás, já devia ter enviado…