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Virada Cultural – Bom Momento para se Pensar Sobre Agressões à Cidadania!!!

Não conheço os critérios que empresas, governos utilizam para determinar onde vão anunciar seus produtos.  Sei que as agências de publicidade têm equipes de profissionais especializados na coisa.

Vejo  no topo do meu blog  hoje, agora, na hora em que escrevo,  pelo menos, um anúncio da Virada Cultural. O tema  é Descubra um Final de Semana para Ficar Virado/ Para onde você vira, tem Virada.   Legal, muito legal. Sinto-me orugulhoso pela escolha e também porque    acho o máximo ver as pessoas nas ruas se divertindo, não importa que  indo atrás de cultura ou apenas enlouquecendo na Parada Gay.

Pena que isso aconteça em apenas mais  meia dúzia de dias por ano: carnaval, reveillon.   Pena, imensa pena!!! 

Seria o máximo que, independentemente de haver ou não festivadades nas ruas e praças,  todo mundo voltasse a dar passeios pelos bairros após o jantar.  Passear pelo quarteirão, bater papo com vizinhos, tomar um café/suco/cerveja/cachacinha no bar da esquina. 

Lembro-me que há muitos anos cheguei cedo ao centro para ir ao Teatro e outra vez que fui de metrô e queria voltar a pé, após o espetáculo.   Muitas  ruas do centro são bonitas, sobretudo à noite.  Mas não há viva alma em lugar algum e todos os bares estão fechados.   Precisa ser muito, mas muito macho mesmo, ou muito louco  para andar sozinho e despreocupado pelo centro depois das 21 horas.  Voltei de Taxi.

E não adianta botar a culpa apenas na televisão.  

Mesmo em bairros mais movimentados, é um inferno andar pelas calçadas.  É um inferno graças ao que???  Graças a mania do brasileiro de tornar a coisa pública privada.  Literalmente privada de cachorro e outros absurdos,  norteados  pelo mesmo príncipio.

Casas e prédios, sem a menor cerimônia, constroem próximo ao meio fio enormes cestas de ferro para colocar lixo.  Essas cestas poderiam estar dentro do terreno do condomínio, jamais no meio da calçada, tomando lugar dos pedestres e impedindo que se abra a porta do carro.  É absolutamente inacreditável e inconcebível!!!  Uma afronta!!! 

Mais uma coisa,  oito de dez casas ou prédios instalaram uma merda de uma luz , que conforme aquele que já foi chamado de cidadão, agora rebaixado para supseito,  vai passando, essas luzes vão  explodindo em seus olhos.  É impossível andar três quarteirões à noite sem ficar com dor de cabeça. Outra afronta inominável.

E cadê a prefeitura (ou outra autoridade competente) que não proíbe  nem uma coisa, nem outra!!!

Curioso é que exatamente esses moradores, mais de 95% deles, tenham em seus carros aqueles vidros absolutamente nigérrimos.  A lógica dos elementos moradores/motoristas: para mim, privacidade; para o cidadão que deveria ter o direito de  andar  pela calçada em paz, jato de luz na cara, como se fosse meliante “escrachado” (termo da giria do jornalismo policital quando criminoso é apresentado para ser fotografado com flashes pela imprensa.)

Essas luzes são dirigidas para quem anda pelas calçadas.  Quando visita (ou morador) vai entrar nas maioria dos prédios há um outro holofote, mirando os olhos,  para dar boas-vindas.

Por uma cidade onde todos possam passear à noite, todas as noites do ano e que ninguém seja agredido e tratado como marginal até que se prove, realmente, tratar-se de marginal. 

Uma das definições do meu Aurélio Eletrônico para marginal é: ” Diz-se de pessoa que vive à margem da sociedade ou da lei como vagabundo, mendigo ou delinquente; fora da lei”

Pois bem, de acordo com essa definição,  marginal é um fora da lei.

Na minha opinião,  atribuir-se ao  direito de tratar todos os  cidadãos que passam em frente – do lado de fora – de sua propriedade como um marginal, sem ser autoridade competente, está fora da lei; portanto,  esses instaladores de holofotes são, eles sim, MARGINAIS!!!  Como alguns acham legal dizer:  Simples assim!!!]

Aproveitem a Virada Cultural. 

Para rimar, serial legal se os setores competentes pensassem sobre essas arbitrariedades e colocassem freios definitivos na coisa.  Freios e multas.  porque esses xerifinhos urbanos  só têm um órgão sensível: o bolso