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Entidade Israelita Incomoda Mas Aquece nossos Pobres. Estamos Salvos – 2 –

Hoje, mais uma vez, as ruas de Higienópolis foram tomadas por perua de som barulhenta e imenso caminhão.  Era a “12ª Edição da Grande Arrecadação de agasalhos na Região de Higienópolis”, conforme anunciava folheto,  promovida pela comunidade judaíca e Federação Israelita.

Como o tom da manifestação era exatamente o mesmo que descrevi o ano passado, inclusive com as mesmas piadas do jovem sem graça que empunhava o megafone na rua Conselheiro Brotero, copio e colo o texto que publiquei aqui.

Corrigindo, houve uma certa inovação.  Ano passado, o rapaz do megafone pediu que jogassem  o casaquinho que os moradores do bairro haviam usado para esquiar na neve, esse ano, outro jovem, de igual talento para humor, já pediu a jaqueta Lacoste.  Muito engraçado e criativo!!!

Estava escrevendo  e chegou um jovem com pinta de segurança e perguntou o que fazia.  Disse que eu era jornalista e estava anotando.  Ele disse que deixava.  Irônico, agradeci.  Jovem generoso, permitiu que eu anotasse.  Só rindo…

Lá vai o texto que publiquei ano passado.  Como já disse,  a coisa foi muito parecida.

Ano passado, recebi alguns poucos  comentários agressivos. Respondi e disse que continuava aberto à discussão.  Ninguém quis continuar.   Dessa maneira, peço, quem fizer comentário agressivo, que esteja disposto a continuar a discussão.

Abaixo, o texto do Ano passado, para o qual dei o mesmo título deste Post. Ano passado, era capítulo 1, esse ano é 2.  Agora vai:

Como se não bastassem  a poluição sonora durante a semana, o homem da pamonha, agora inventaram mais uma para infernizar também o domingo, dia em  que deveriam dar sossego à população.  Uma entidade de nome Unibes, União Brasileira Israelita do Bem Estar Social, usando caminhão, carro de som em alto volume, invadiu no meio da manhã de hoje (era 19/6/2011)  as ruas próximas à Alameda Barros, em Higienópolis.    O objetivo era arrecadar agasalhos.

Para tanto, valia tudo.

Leia Alguns dos gritos de guerra.

– Enquanto não doar a gente não vai embora  (leia-se:  não vamos parar de incomodar)

– Joga   aquela jaquetinha de couro que você ganhou  do  namorado mala.

– Eu não tô vendo ninguém do Edifício X Doar Nada.

– Joga, joga, mira na cabeça de alguém e joga

– Manda aquela roupa que você não usa quando vai para a Europa.

Imagine que toda essa baboseira e agressividade eram gritadas em tom, ora de ironia, ora de tênue ameaça, por um sujeito sem a mínima  graça e de uma arrogância atroz.

Quando ele tomava fôlego, uma menina que vinha a pé com o megafone levava a coisa no mesmo  tom. Quando não era um nem outro, uma   música infernizava e até mesmo uma sirente era acionada.

Perguntas:

  • A lei permite que moradores de um bairro sejam incomodados dessa maneira?
  • A lei permite que sirenes sejam usadas  nesse tipo de manifestação???

Barulho, falta de respeito  e piadinha sem graça, infelizmente,  não provocam qualquer reação.

Agora, o que incomodava mesmo era a mensagem subliminar; hiper  cristalina na manifestação:

– Vocês, brasileiros/paulistanos, não são capazes de fornecer agasalhos para seus semelhantes.  É necessários que nós, israelitas, aqueçamos os pobres de vocês.

É demais, não é mesmo???

++++++

Foi demais  ano passado e continua sendo demais…