Não dá para entender como humoristas sobrevivem no Brasil. Políticos e tecnocratas nos divertem sem cobrar um centavo sequer. Só a primeira página da Folha de Ontem trazia as seguintes pérolas:
- GOVERNO PROÍBE O OVERBOOKING NOS VOOS DE FIM DE ANO
- EDITAL DO TREM BALA “ESQUECE” REDE ELÉTRICA
- RJ ATRIBUI ONDA DE ARRASTÕES A TRAFICANTES EMBURRADOS
No corpo da notícia na primeira página mostra que no período de 17/12 a 3 de janeiro, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que “as companhias aéreas brasileiras estão proibidas de praticar overbooking – vender mais passagens que os assentos disponíveis nos aviões – durante suas operações de Natal e Ano Novo. Segundo a presidente da Agência – Solange Vieira – as empresas se comprometeram a suspender a prática sob pena de multa.”
Para especialistas, a proibição do Overbooking deveria ocorrer todos os dias do ano. Não precisa ser especialista para descobrir esse óbvio. Curioso também é observar que vender duas vezes o mesmo produto vai ser passível de multa e só durante um determinado período.
E se ao invés de a “possibilidade de multa” durante só um período, o diretor presidente da empresa, em que fosse constatada a venda de duas vezes do mesmo assento – em qualquer data que ocorrese – ,tivesse um pedido de prisão decretado??? Não seria mais eficaz???
E essa então – EDITAL DO TREM BALA “ESQUECE” REDE ELÉTRICA??? A não previsão desse ítem “deve aumentar em R$ 1 bilhão o valor do projeto, estimado hoje em R$ 33,1 bilhões” Se esquecem um ítem desses no edital, o que não se pode esperar que aconteça durante as obras e após a conclusão???
RJ ATRIBUI ONDA DE ARRASTÕES A TRAFICANTES EMBURRADOS – Pensar que algum dia a segurança da População fosse ficar na dependência do humor dos Traficantes!!!
Acho que não é mais possível escrever sobre nossos políticos sem usar o bordão do Billy Blanco: O que dá pra rir dá pra chorar!!! Quando entram os nossos políticos e técnicos, no primeiro momento, é engraçado; depois, quando a fatura chega, é trágico e dolorido.
Talvez os humoristas sobrevivam à fabulosa concorrência dos políticos por não mandarem a fatura depois (fatura aqui no sentido figurado, sem qualquer vínculo com caixinhas etc, etc…)