Inverteram-se os papéis na televisão. O telejornalismo virou cinema de aventura e a telenovela tenta espelhar o dia a dia, disse uma vez palestrante, aliás, excelente escritor de diversos gêneros, inclusive de novelas para a TV. Dava exmplos: é comum você ver um repórter da televisão se enfiar dentro de um carro de polícia e participar de perseguição a bandidos – muitas vezes, sob tiros. Já redatores de novela, ao invés de desenvolver enredos de aventuras e romances, talvez acham chique e/ou politicamente correto, também tratam do dia a dia.
Aguardando o início da Grande Família, sou obrigado a enfrentar o final da novela. Pois bem, são sócios de fábricas tramando derrubar ou conquistar através de “leilões on line de ações” o domínio da empresa, uma tal de Jéssica, que devia ser a personagem nova-rica, ensinando para a empregada o que era o mercado de ações, uma velha perdendo o tal controle acionário, uma perua estressando o marido. Resumindo, uma besteirada sem-fim. Ou melhor, graças a Deus, com um fim: o começo da Grande Família. Aí sim, a nossa excelente dramaturgia se ocupa de assunto ficcional pertinente e saborosíssimo.
Como pode a mesma emissora, os mesmos profissionais produzirem algo tão bom quanto a Grande Família e todos esses seriados e esse imenso nada, pseudo tudo, extremamente pretencioso, que é a novela???