Pego um calção de banho de R$ 19,99 na prateleira de produtos à venda de uma das maiores e mais tradicionais lojas de Tecidos do Brasil. Dou R$ 20,00. A caixa me pergunta se quero Nota Fiscal Paulista, guarda o dinheiro, coloca o produto em um saco plástico. E dá por encerrada a venda.
Pergunto se não está faltando alguma coisa. A caixa me responde que não. Explicito o que quero dizer:
– E o meu troco???
– Eu não tenho moedas de um centavo.
Ela responde e, mais uma vez, tenta dar a venda por encerrada.
Digo que o problema não é meu. Ela que me dê uma moeda de dez, cinco ou vinte e cinco centavos. Eu, consumidor, é que não posso e não vou perder esse centavo. Ela ainda quis argumentar, mas um superior, que estava ao seu lado, mandou que me desse 10 centavos.
Recebo os 10 centavos, agradeço e, no caminho até a Rua, (como já disse, tratava-se de loja imensa), observo que praticamente todos os preços terminam em 99 centavos.
Logo que o Macdonald´s se instalou no Brasil, comprei um sanduíche, um suco. Dei o dinheiro. Ao conferir o troco, digo que recebi 50 centavos a mais. Bem e corretamente treinado, de pronto, o funcionário do caixa explica:
– Quando não temos o troco certo, sempre damos a mais. O freguês nunca pode ficar com prejuízo por nossa falta de troco.
Que diferença de postura, hein!!!???
Por óbvio (como diz um amigo) que ao dar no caixa do supermercado duas notas de R$ 20,00 para pagar uma soma final de R$ 39,75 não exijo os 25 centavos de troco.
Por óbvio 2, se compro um único produto no supermercado de R$ 39,99 e, igualmente, dou duas notas de R$ 20,00 exijo e recebo meu troco.
Se todos fizessem isso, acabava a gracinha dos eternos e infindáveis 99 centavos em tudo que é tabuleta de preços que estão ali só pra inglês ver. Aliás, se bem conheço os ingleses (vide esse texto já publicado aqui no Boca
http://bocanotrombone.ig.com.br/2009/03/26/nao-banho-e-mesquinhez-inglesa/ ,suponho que eles também exigiriam o troco até o último centavo (penny)