Recebo por email convite de Duílio Ferronato, simpático e super multimídia conhecido meu para a inauguração de seu restaurante. Formado em arquitetura pela FAU, ele já fez de tudo. Foi para Londres, colheu tomates, melões e uvas em Israel e Grécia. “Ralou em restaurantes” de Paris e ingleses, voltou para São Paulo, mas caiu no mundo novamente como cozinheiro de navio.
Belo currículo, boto fé no restaurante. Curioso apenas um detalhe. Existe engenharia de cardápio. O nome é meio pretensioso mas se justifica. Trata-se de estudo interno de restaurantes organizados para estabelecer a quantidade que sai de cada prato, o custo de cada prato e o lucro que se tem em cada prato. Aí, os pratos recebem apelidos. Prato que vende muito e dá pouco lucro, por exemplo, chama-se Burro de Carga. Há o prato que vende pouco, dá lucro menor, mas tem que ser mantido, tinha nome de princesinha, salvo engano. E assim vai. Trata-se de estudo bem feito e o nome Engenharia de Cardápio se justifica. Curiosos são os apelidos que recebe cada prato.
Certamente esses estudos para montar o cardápio foram feitos em seu restaurante, mas ele foi além. No convite, consta que ele próprio foi o responsável pela ARQUITETURA GASTRONÔMICA. À primeira vista, também parece pretensioso, mas é indispensável. Pratos, principalmente de um jantar, precisam combinar entre si. Já fui a diversos almoços onde havia torta de galinha, lazanha de carne, arroz, carne assada, farofa, maionese. E assim por diante. Aliás, é comuníssimo isso, principalmente em jantares/almoços que cada um leva uma coisa. Pelo jeito, no restaurante dele o cardápio obedece certa arquitetura. Parabéns.
Quem quiser conferir, o restaurante se chama Limão Rosa Café. A inauguração é hoje, a partir das 19 hs. Endereço – R. Brigadeiro Galvão, 990. Barra Funda. Fone 2506-7020. Duílio também é adepto “do Nhoque da Fortuna” e hoje, dia 29, esse será um dos pratos. Aliás, mês passado, comi nhoque da fortuna com ele e seus amigos no Gato que Ri.
Rapidamente sobre Nhoque da Fortuna. De acordo com Lenda italiana, em um dia 29, andarilho parou em uma casa humilde e pediu comida. A família dividiu com ele o pouco nhoque que havia para o almoço. O andarilho comeu e partiu. Quando foram tirar o prato dele da mesa, havia moedas de ouro em baixo. Daí, o costume de se comer nhoque no dia 29 com o prato sobre uma nota para trazer dinheiro. Também sigo esse hábito/superstição.