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Rabanadas pro Natal; Risoto de Bacalhau para Terminar o Ano e o Bacalhau do Natal

Talvez seja o quarto fim de ano em  que publico essa fabulosa receita de rabanada.  Uma coisa é certa.  Se essa tiver sido a quarta vez,  em 2011 será a quinta; 2012, sexta  e assim por diante, enquanto houver pão, ovos, vinho do porto e os outros ingredientes.  Como disse algum engraçadinho, enquanto houver gelo, há esperança.

Tenho verdadeiro pavor de desperdício, qualquer que seja, principalmente de água e comida. 

Se sobrar alguma posta de bacalhau, lá vai receitinha fabulosa do saudoso mestre filólogo/gastrônomo Antônio Houaiss. 

A rabanada já é para o Natal (esse ano dei um pouco em cima da hora a receita) e o risoto para encher de sabor um jantarzinho rápido e descompromissado antes de o ano terminar.

Gastrônomo, ou, como bem definiu Luis Fernando Veríssimo o Gastrônomo (“um glutão com dicionário”), por uma questão meramente de paladar, publico primeiro a receita do Risoto.

Risoto de bacalhau com brócoli

Ingredientes

Uma xícara de café de óleo ou azeite

1 xícara de chá  de lascas de bacalhau

1/2 celoba grande  bem picada

2 xícaras de arroz

1,5 xícaras de brócolis ninja em florzinhas.  Ou brócoli tradicional para os que odeiam o Ninja, como a Cláudia, minha namorada.

1,5 colher de tomate pelado preparado (Preparo do tomate pelado: despeje em uma panelinha uma lata de tomate pelado e ponha no fogo baixo.  Vá mexendo até secar. Desligue o fogo.  Pegue a quantidade indicada para o prato (1,5 colher de sopa) e guarde o que sobrar na geladeira com óleo em cima para durar mais tempo.)

Um limão cortado em quatro para deixar na mesa.

Modo de Preparar nas saborosíssimas linhas do Ministro.

“Numa panela generosa, frite no óleo vegetal ou no azeite as cebolas; quando alouradas, junte-se-lhes o bacachau, por 2 minutos mexidos; em seguida, tudo o mais, com água aquecida até cobrir o todo.  Dá-se-lhe uma mexida para distribuir mais ou menos  igualmente os ingredientes.  Espere a primeira fervura, diminua fortemente o fogo, tampe de banda (para deixar escapara o vapor) e sirva antes que fique seco, pois a umidade é ponto de honra nesse pratinho perfeito.  Há quem não dispense uma quarte de sumo de limão suculento.”

Sem pensar muito, suponho que um vinho tinto encorpado  ou mesmo um tinto verde  acompanhem bem esse prato.  Idem sem pensar muito, certamente o vinho do Porto acompanhará bem a rabanada.

Quanto à entrada perfeita para o Risoto de Bacalhau, nem preciso pensar um único segundo:  Melão com presunto cru.  Aliás, massas, risotos, tortas (sem carne) sempre aceitam bem um melão com presunto para começar o espetáculo da boa gastronomia.

Certamente se na Ceia de amanhã  no Céu for servida uma das infinitas receitas de bacalhau, nos dias seguintes,  o Ministro Houaiss vai sugerir que se faça, ou ele mesmo irá preparar, esse risotinho, aí então, celeste!!!

Jerez acompanha perfeitamente bem melão com presunto cru.

Essa receita de Rabanada saiu às vesperas do Natal de 2006 na Folha de São Paulo (Folha Ilustrada). Nunca fiz, mas comi duas vezes na casa de uma parente (a empregada dela, uma ótima empregada, que preparou).

Antes de colocar a receita, indico padaria na Zona Oeste que faze um pão especialmente para rabanada. Na casa da minha amiga usaram esse pão da Padaria Sevilha – Al. Barros, 801, Higienópolis. – Fone 3667-6805 – Um filão de aproximadamente 280 grs custa R$ 4,90.  Na Padaria , Santa Marcelina, R. Paraguaçu, 251- Pedrizes – Fone 3660-0510, – Filial Zona Sul, Alto da Boa Vista – R. Bela Vista, 266. Fone 5525-0510 o quilo custa R$ 9,20. Na padaria Charmosa da Rua Pamplona, 1253, fones 3884-8955 e 3057-1023, também é produzido pão próprio para Rabanada; R$ 12,00 o quilo

 Colo a receita, tal qual foi publicada na Folha.

RABANADAS À MODA PORTUGUESA

Receita do restaurante Antiquarius

INGREDIENTES PARA A CALDA
400 g de açúcar
1 litro de água
2 cálices de vinho do porto
300 ml de mel

INGREDIENTES PARA AS RABANADAS
10 pães do tipo francês
Óleo para fritar (a quantidade será a de cobrir os pães na hora da fritura)
4 claras de ovo
1/2 litro de leite
3 colheres de sopa de canela em pó
3 colheres de sopa de açúcar

MODO DE PREPARO DA CALDA
Misture a água, o vinho, o mel e o açúcar. Leve ao fogo médio até reduzir o volume (aproximadamente 15 minutos).
Reserve e deixe esfriar

MODO DE PREPARO DAS RABANADAS
No liquidificador, coloque as claras e o leite. Umedeça os pães já fatiados em rodelas neste preparado. Numa frigideira, coloque o óleo bem quente e frite os pães.
Retire-os da frigideira com uma escumadeira e coloque numa travessa que vai servir. Polvilhe-as com o açúcar e canela a gosto.
Para finalizar, despeje a calda pronta por cima.

Lei da Banana – Três receitas para comemorar!!!

A Lei da Banana, nome popular da lei que determina que bananas sejam vendidas por quilo nas Feiras Livres do Estado de S. Paulo, está em vigência a partir de hoje no Estado de S. Paulo.

Boca no Trombone, que adora meter a boca na botija, comemora  a data publicando  três receitas.  Para variar, sem a precisão que costuma marcar meus textos de gastronomia, culinária mesmo.  Mas acho que ninguém vai errar coisa alguma, já que são  pratos muito simples, porém deliciosos.

A manjadíssima banana a milanesa, com detalhe fundamental para que fique bem crocante por fora e derrentendo por dentro.
Em seguida, Banana na Meia Casca com Rum, Sorvete de Iogurte e Folhas de Hortelã , sobremesa que até parece mágica de tão simples e tão boa. 
Finalmente, Mineiro com Botas do meu querido e saudoso mestre Antônio Houaiss com um palpitinho deste discípulo.
Como foi dito, sem precisão, confiando na mão de cada gastrônomo iniciante ou avançado.

Banana a Milanesa (para acompanhar picadinho de carne moída, Baião de Dois, Arroz de Carreteiro, Peixe grelhado e outros pratos)

Ingredientes:

Banana Nanica bem Madura
Ovo – clara e gema misturados com uma colher de sopa d´agua
Farinha de rosca nova, de boa qualidade
Óleo para fritura que baste.
Álcool de cereal. – cuidado com o álcool.  Deixar longe do fogão.

Modo de fazer

Descascar a banana. Tirar as pontas.  Dividir em três pedaços.  Passar nos ovos misturados; passar na farinha de rosca. 
Por em uma panela o óleo e despejar – sempre longe do fogo – uma tampinha de álcool de cereal  O álcool de cereal deixará essa fritura e todas as outras bem crocantes. Esquentar bem o óleo.  Ter uma tampa por perto, caso a panela pegue um pouco de fogo por conta do álcool.  Fritar as bananas.  Ficam crocantes e bem macias. Uma delícia!!! Como foi dito, acompanha maravilhosamente bem :  picadinho de carne moída, Baião de Dois, Arroz de Carreteiro, Peixe grelhado.O picadinho, com uma  farofa simples, arroz , ovo frito, uma saladinha de alface, tomate e cebola  e a banana, naturalmente; o peixe grelhado, com arroz, a farofa e batata sauté com salsinha, e a banana, idem naturalmente, se constituem em primores do trivial brasileiro. Como dizem os masoquistas sem imaginação: Todos pratos pra comer de joelhos!!!
Observação:  O álcool de cereal pode ser comprado no centro da cidade próximo ao Fórum central em lojas de Essência.  Comprar o Álcool de Cereal que é vendido para produção de bebidas (licores).

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Banana na Meia Casca com Sorvete de Iogurte e Folhas de Hortelã

Ingredientes para uma  pessoa

Uma Banana da Terra
Açúcar e canela misturados
Uma ou duas colheres de Rum branco
Um macinho de folhas de hortelã lavado e seco para enfeite
Uma bola de sorvete de Iogurte.

Modo de Fazer:

Aquecer o forno.
Cortar as pontas da banana. 

Fazer um corte no sentido longitudinal no meio da casca.  Tirar a metade de cima da casca.

Dar pequenos cortes perpendiculares  na banana.
Colocar a banana em uma assadeira pequena
Despejar o rum.
Colocar a mistura açúcar e canela.

Levar ao forno médio até assar no ponto desejado

Montagem do prato:

Colocar em um prato grande a banana, uma bola de sorvete de iogurte natural e enfeitar com a hortelã.

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Mineiro com Botas do Ministro Houaiss com Pitada do Boca no Trombone/Botija
O Ministro, filólogo e formidável Gastrônomo Antônio  Houaiss tem – pelo menos  dois – livros de cozinha brasileira fabulosos.  Um deles, Magia da Cozinha Brasileira, eu não tenho.  O outro, Minhas Receitas Brasileiras, eu tenho, mas deve estar esgotado. Lá vai a receita dele para uma pessoa.  A sugestão de acompanhamentos, na verdade muito boa, é minha.

Ingredientes para uma pessoa:
Banana Nanica  madura
Um ovo mexido
Um pedaço de goiabada comum bem picado.
Uma fatia de queijo de Minas picado
Uma pitada de sal
Uma colher de óleo
Açúcar e canela misturados(para o final)
Um licor doce (para o final)
Detalhe do  do Boca.  Uma fruta azedinha para fazer contraste: morango em lascas, kiwi em rodelas, talvez cereja -natural, naturalmente!!!

Aquecer uma chapa de ferro no fogo.
Esquentar em brasa um pequeno espeto de ferro no fogo, na boca do fogão.

Modo de fazer.

Amassar com um garfo forte a banana. Misturar com a banana a goiabada picada, o ovo mexido, o queijo de minas e a pitada de sal. Amassar bem e misturar bem.

Por na chapa bem aquecida uma colher de óleo para não grudar. Por a banana misturada com os outros ingredientes – exceto açúcar, canela e bebida –  na chapa.  Cozinhar na chapa até derreter o queijo e cozinhar bem a banana.

Colocar  em um prato grande os morangos em lascas grossas , ou o kiwi em rodelas ou a cereja.  Ao lado, despejar a mistura de banana bem quente e dar a forma a  forma de um pão francês.  Salpicar com o açúcar e a canela misturados.  Com o ferro em brasa, queimar algumas vezes sobre o açúcar e a canela.  Colocar uma ou duas colheres do licor doce e usufruir muito. 
Puxando a brasa para minha sardinha, a minha  sugestão da frutinha azeda para contrastar é o máximo, não é mesmo???
Certamente essa sobremesa deve fazer parte com regularidade dos banquetes que o Ministro Houaiss  promove e organiza  lá no céu!!!

Se sobrar bacalhau e Rabanadas do outro mundo

Tava correndo, queria ter colocado aqui algum cardápio legal para a ceia e almoço do dia 25, mas não deu.  Em todo caso, deixo receita simples e deliciosa do saudoso ministro, filólogo e Gourmet Antônio Houais para aproveitar eventuais e improváveis sobras de bacalhau e o link da receita de Rabanadas do outro mundo que saiu na Folha de S. Paulo, cerca de dois/três anos atrás e que também já publiquei aqui no Boca.  

Sobras de bacalhau rápida e magicamente transformam-se em formidável Risoto; o páo, em divino manjar. Queria ter colocado o texto da rabanada, mas não estou no meu computador e a coisa empacou, de qualquer forma, veja no link.  Vale a pena. De entrada, sirva melão com presunto cru.  Lá vão:

Risoto de bacalhau com brócoli

Ingredientes

Uma xícara de café de óleo ou azeite

1 xícara de chá  de lascas de bacalhau

1/2 celoba grande  bem picada

2 xícaras de arroz

1,5 xícaras de brócolis ninja em florzinhas

1,5 colher de tomate pelado preparado (Preparo do tomate pelado: despeje em uma panelinha uma lata de tomate pelado e ponha no fogo baixo.  Vá mexendo até secar. Desligue o fogo.  Pegue a quantidade indicada para o prato (1,5 colher de sopa) e guarde o que sobrar na geladeira com óleo em cima para durar mais tempo.)

Um limão cortado em quatro para deixar na mesa.

Modo de Preparar nas saborosíssimas linhas do Ministro.

“Numa panela generosa, frite no óleo vegetal ou no azeite as cebolas; quando alouradas, junte-se-lhes o bacachau, por 2 minutos mexidos; em seguida, tudo o mais, com água aquecida até cobrir o todo.  Dá-se-lhe uma mexida para distribuir mais ou menos  igualmente os ingredientes.  Espere a primeira fervura, diminua fortemente o fogo, tampe de banda (para deixar escapara o vapor) e sirva antes que fique seco, pois a umidade é ponto de honra nesse pratinho perfeito.  Há quem não dispense uma quarte de sumo de limão suculento.”

 

 

Sem pensar muito, suponho que um vinho tinto encorpado  ou mesmo um tinto verde  acompanhem bem esse prato.  Idem sem pensar muito, certamente o vinho do Porto acompanhará bem a rabanada.

 Link para as rabanadas. http://bocanotrombone.ig.com.br/?s=Rabanada

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Certamente se na Ceia de Hoje no Céu for servida uma das infinitas receitas de bacalhau,  amanhã ou depois o Ministro vai sugerir que se faça ou ele mesmo irá preparar esse risotinho, aí então, celeste!!!

Feliz Natal para todos os leitores do Boca!!!

Omelete do Santoro e do Ministro; Dry Martini do Juca de Oliveira

De 22.06.07

No filme NÃO POR ACASO, em dois momentos são feitas omeletes (acabei de descobrir no meu Aurélio eletrônico que é feminino – desconfiava, mas achava pedante falar uma omelete). Na peça ÀS FAVAS COM OS ESCRÚPULOS, Bernardo, senador super-ultra corrupto, vivido por Juca de Oliveira, prepara um dry Martini. Tanto a peça quanto o filme são legais.

Do ponto de vista da gastronomia e coquetelaria,entretanto, a produção do filme mostra-se muito mais cuidadosa. Sei que ninguém vai ao cinema ou teatro prestar atenção ao que os atores/personagens comem ou bebem. Também não fui para isso; de qualquer forma, é divertido escrever (espero que ler também seja) sobre o tema. Aliás, pode ser até didático, já que no final deixo receita de omelete e dry Martini fabulosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Não vejam aí falta de modéstia, pois não sou eu o autor/idealizador de qualquer das duas fórmulas mágicas – nem da omelete, muito menos do dry Martini.

Logo no começo do filme, a personagem da mulher de Pedro, vivido por Rodrigo Santoro, prepara uma omelete e dá, de mão beijada, o grande segredo, em geral sempre boicotado por ciumentas cozinheiras quando passam a diante suas receitas. O segredo, nesse caso, é um mero detalhe que fará toda a diferença no resultado final. Didaticamente, a personagem explica que é fundamental bater as claras sem as gemas (estas serão apenas misturadas no final muito suavemente), o que garantirá uma leveza especial como se fosse um suflê, faz questão de frisar a simpática e bonita atriz. Ainda para garantir mais leveza, quando as beiradas já estiverem cozidas devem ser levantadas para que o ar penetre embaixo da omelete.

O primeiro detalhe (bater as claras separadas das gemas) eu aprendi com Maria Alice Neves, zelosa quituteira amadora, amante da boa cozinha, amiga da mulher do meu pai. Mas também paguei legal o truque. Xeroquei e enviei para Maria Alice uma receita de Rabanadas que não existe igual no Universo. Fazer rabanadas, não faço. Aí já deixaria de ser gastrônomo amador para me transformar em quituteiro. Nada contra, mas do jeito que sou desajeitado, não teria o menor sucesso. De qualquer forma, quem tiver interesse, deixo aqui o endereço da receita http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2112200637.htm

Quem não conseguir acessar, pode procurar na Folha de S. Paulo do dia 21/12/06 pag E6 – Ilustrada. Reiterando: não existe Rabanada igual no Universo.

O segundo detalhe da omelete, levantar as bordas, foi a Genoefa, amiga e personagem já conhecida dos leitores do Boca no Trombone, que me ensinou. No final do texto, conforme o prometido, a receita de omelete com finas ervas do meu grande e saudoso mestre da culinária, Antônio Houaiss, em quem sempre vou me apoiar aqui nessa coluna que pretende misturar de receitas de comadres com crônicas. Na próxima vez em que for usar receitas do nosso filólogo Houaiss, conto as passagens que tive a honra de ter com ele.

Passemos ao Dry Martini; afinal, nem só de omelete vive o homem, parodiando a gracinha dos anos 60 que, salvo engano, era nem só de caviar vive o homem. Aliás, dry Martini com canapés de caviar deve ficar fabuloso!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Coquetéis que levam bebidas de mesma densidade, como é o caso do Dry Martini, – gim e vermute (Martini) – são preparados em copo misturador – um copão alto (uns vinte centímetros de altura) com boca larga, misturados com uma elegantíssima collher de metal longa, chamada bailarina, jamais em coqueteleira, como erradamente acontece em As Favas com os Escrúpulos. Na peça, o que aconteceu, de fato, foi ÀS FAVAS COM O DRY MARTINI. Dry Martini, conforme diz o nome, é Seco, muito seco. Gelos chacoalhados na coqueteleira transformarão Dry Martini em Dilúvio Martini (com o perdão da gracinha).

E é exatamente aí que entram casos fabulosos de Dry Martini. Conforme se verá, essa bebida se compõe basicamente de gim, todo o resto/excessos é (são) heresias. Juca de Oliveira metralhou o dry Martini em sua coqueteleira.

O médico Flávio Generoso, amante dos coquetéis, disse que um conhecido tinha descoberto a quantidade exata que se coloca de vermute no Dry Martini. Explicava o amigo do Generoso:

– Pega-se uma garrafa de sifão, Noilly Prats, o melhor Martini que existe. Tem que ser sifão e tem que ser Noilly Prat. Coloca-se na garrafa de sifão um pouco de Martini. Vira-se para trás e espirra vermute na parede. É exatamente essa a quantidade de Martini que leva um bom dry Martini.

Danuza Leão é igualmente radical e precisa. Diz ela que a quantidade certa de Martini no coquetel é a seguinte:

– Pega-se o copo misturador com gelo e gim, aproxima-se da boca e sussurra-se: Martini. É o suficiente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Realmente trata-se de bebida fabulosa. Tenho duas frases que falam desse néctar. Coloco só uma:

– O mundo não é uma grande taça de Dry Martini. Infelizmente.

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Lá vão as receitas. Talvez haja excesso de detalhes, mas prefiro errar por excesso, até comprometendo meu texto, a errar por omissão. Um dia conto omissões absolutamente incríveis que encontrei em livros de gastronomia de renomadíssimos autores, inclusive, meu querido mestre Houaiss.

Omelete para uma pessoa

Ingredientes

– 2 ovos crus

– Uma colher de sopa de Salsinha, lavada, bem seca, bem picada

-Meia colher de sopa (até um pouco menos) de cebolinha, idem, idem, idem

– uma pitada de tomilho seco

– uma pitada de pimenta do reino branca em pó (ideal seria moída na hora)

– sal a gosto – uma pitada, uma pitada e meia (gosto de comida com pouco sal; minha saúde agradece)

– uma colher de café de manteiga derretida (para misturar na omelete)

– uma colher e meia de sopa de manteiga para Fazer a omelete

Utensílios

Frigideira antiaderente. com aproximados 15 cm de diâmetro

Duas espátulas ou escumadeiras de plástico (para não arranhar a frigideira)

Travessa de louça ou pirex médio,

Garfo

Preparo

Derreter na mesma frigideira a porção menor de manteiga (a colher de café)

Separar as claras das Gemas.

Colocar só as claras na travessa. Bater com garfo bastante, mas não para virar clara em neve.  Aí colar as gemas e misturar, sem bater mais.

Colocar sobre as claras e gemas  misturadas a manteiga derretida, o sal, a salsinha, a cebolinha, a pimenta do reino, o tomilho e as gemas. Misturar levemente o todo.

Derreter a manteiga na frigideira no fogo alto.

Colocar na frigideira tudo o que foi misturado na travessa.

Quando as beiradas da omelete começarem a ficar duras, vá levantado por toda a extensão para que o ar penetre e dê mais leveza ao prato.

Em seguida, quando perceber que o centro também já está consistente, abaixe o fogo e, com as duas espátulas/escumadeiras vá enrolando a omelete.

Dessa maneira, tem-se uma “omelete bem molhadinha, isto é, internamente baveuse. Se se quiser que ela fique mais sequinha, é só virá-la e fritá-la também na segunda face, para depois então dobrá-la pouco a pouco”, nas bem cuidadas e precisas palavras do Ministro Houaiss.

Pão francês em rodelas, manteiga e uma saladinha simples para acompanhar.

Comer essa omelete sem uma saladinha é heresia. Assim, lá vai a receita.

Saladinha simples para uma pessoa

Ingredientes

– Duas folhas de alface americana rasgadas e muito bem lavadas e muito secas – no secador de folhas.

– Meio tomate pequeno, muito bem lavado, seco com um pano de louça ,cortado em rodelas finas. Essas rodelas finas obrigatoriamente tem que ser secas novamente em guardanapo ou toalha de papel. Obrigatoriamente!!!!!!!! Esse truque aprendi com a belíssima chef, ex top model, minha conhecida, Rita Lobo.

– Uma rodela nem grossa nem fina de cebola separada em anéis.

Duas colheres de sopa Azeite extra-virgem.

Meia colher de sobremesa de vinagre de ótima qualidade – se possível, o que eu produzo (um dia conto detalhes)

Duas pitadas de sal.

Duas pitadas de orégano – só sobre as rodelas de tomate.

Montagem do Prato

Colocar as folhas de alface, as rodelas de tomate, os anéis de cebola, temperar com azeite, o vinagre, o sal, e o orégano – orégano só sobre o tomate.

Ao lado, colocar a omelete.

Pão, manteiga e cerveja para acompanhar.

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DRY MARTINI – para outro dia, para iniciar outros jantares ou outras manhãs delirantes… Não bebo durante o dia, mas para quem bebe….

Utensílios para preparar o Dry Martini

– Copo misturador

– Bailarina (a elegante e longa colher de metal)

– Passador (espécie de coador para tirar a água do misturador e para servir a bebida)

-Taça própria para dry Martini, evidentemente

– Pegador de gelo (dispensável, sempre presumindo-se que a mão esteja lavada e sem mto cheiro de sabonete)

Bebidas e ingredientes em geral – Para uma pessoa

– Gim Tranquerei

– Vermute Noilly Prat

– Gelo (cerca de uns doze cubos de gelo

– uma lasquinha de casca de limão

Explicações Necessárias

Aquele medidor de dose de uísque de bares pessoas físicas só devem ter como curiosidade. O medidor é apenas para quem vai cobrar pelo que está oferecendo. Bebidas se servem a olho. No preparo de coquetéis, fala-se em partes. No começo, talvez haja algum desperdício; a partir do terceiro, a precisão começa a aparecer.

Dry Martini bebe-se muito gelado e, paradoxalmente, sempre sem gelo. Para tanto, lá vai o começo da receita, colocar uma ou duas pedras de gelo na taça e girar para que a taça fique gelada.

Colocar umas oito pedras de gelo no Copo misturador (copão alto) e mexer com a bailarina para que o copo fique gelado.

Preparo do Dry Martini

Jogar fora a água que se formou no copo misturador. Coloca-se o passador e deseja-se essa água no balde de gelo.

Jogar fora o gelo – e água que se formou – na taça.

Despejar o gim sobre os cubos de gelo. Colocar o Vermute Noilly Prat – a olho – 1/7 da quantidade que usou de gim – . Misturar suavemente com a bailarina para gelar bem. Colocar o passador e despejar o dry Martini na Taça.

Torcer a casquinha de limão e por na taça.

Beber e usufruir muito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!