Logo que o McDonald´s chegou ao Brasil, dei o dinheiro para pagar um  pedido.  Ao comentar com o caixa que havia recebido R$ 0,75 a mais de  troco, ele foi lacônico:
– Quando não temos o troco exato, damos a mais.  O freguês não pode nunca ter prejuízo por falha nossa.
Aliás, ao me entregar o troco,  ele sequer comentou que havia dado mais do que devia.
Legal, muito legal, ético e elegante.  É a visão americana dos deveres e direitos de cada um.
Acabei de comprar em um dos maiores supermercados apenas dois sucos  de laranja.  Preço de cada um R$ 3,99 – lógico, com a gracinha dos 99  centavos.
– Dou R$ 8,00.
A moça do caixa, guarda o dinheiro, entrega  uma notinha fiscal e dá o caso por encerrado, sem sequer comentar que  ele não dispunha de troco.
Ao fazer uma compra grande, é natural que se deixe arredondar o troco, mesmo contra o freguês.  Não me importo absolutamente.
Agora,  o marketing inventa a gracinha de todos os preços quebrados nos 0,99.  Pois bem, os  mínimos trabalhos extras  que a equipe de treinamento de uma das maiores redes de  supermercado  tinha por obrigação  fazer eram:  ensinar todos os caixas a pedir  desculpas quando não tivessem  o troco, mas, sobretudo, cuidar para que não faltasse um único centavo no troco de cada consumidor.
Talvez seja esperar  demais que empresários e marketeiros tenham consideração por quem quer que seja!!!
Se para os americanos, o  freguês não pode em hipótese alguma  ter prejuízo por “falha” deles,  para um dos maiores varejistas  do Brasil,  é o freguês que se dane,  que fique sem troco  exato  e, menos ainda, sem  direito a ouvir  qualquer pedido de desculpas.
Só para deixar claro:  os caixas fizeram um mutirão, acharam uma moeda de cinco centavos e me deram o troco.   Os caixas, eventualmente , alguns clientes talvez me considerem um miserável.  Não me importo.  E se todo mundo fizesse igual, acabariam a gracinha do preço quebradiiiiinho e a falta de consideraçãããoooo   e de respeiiiito!!!