Folha de S. Paulo de hoje traz reportagem a respeito do Jogo de Pôquer – se seria jogo de azar ou se depende exclusivamente da capacidade do jogador. No Rio, juiz decidiu que se trata de jogo de azar. Em S. Paulo, há outra interpretação: que ” o jogo depende exclusivamente da habilidade do jogador.”
Profissional liberal, bem sucedido, casado com prima minha, era jogador semi-profissional (talvez continue sendo, já que perdi o contato com ele). Por semi-profissional considerem-se alguns aspectos:
- Ao longo de um ano, ele ganhava ou perdia o correspondente a um carro médio novo.
- Ingênuo, comentei que devia ser divertido jogar assim, bater papo, tomar uns uísques, cervejas. Na mesma hora, ele respondeu:
– Cê é louco??? Ninguém toma uísque ou cerveja, tá todo mundo lá pra jogar mesmo.
E me explicou mais:
– A gente joga algumas vezes por semana, com o nosso grupo. Naturalmente, a coisa sempre acaba meio empatada. Um dia eu ganho x, outro dia perco o mesmo x e assim vai. Acontece que sempre alguém que conhece jogador do nosso grupo diz que quer jogar conosco. O jogador do grupo diz que é besteira, que todos jogamos muito bem, desaconselha o quanto pode, mas o pato, digo o jogador tonto, insiste e não aceita não por resposta.
Em geral argumenta:
– Eu ganho muito dinheiro, se eu for lá e perder cinco, dez mil não vão me fazer falta alguma.
Adivinha. O cara vai e perde os dez mil!!!
E talvez saia de lá feliz, podendo dizer que jogou com profissionais…
Senhora conhecida minha, com filhos mais ou menos da minha idade, uma vez pediu para a Maria Esther Bueno, nossa tenista campeã em Wimbledon e vários outros torneios importantes, se podia trocar umas bolas na quadra e deu a razão.
– É só para eu poder dizer que joguei um pouco com você!!!
Aliás, Maria Esther, gente finíssima, também já trocou uma dúzia de bolas comigo e até deu dicas boas – por pouco, a partir dali, não me tornei tenista profissional (risos).
Voltando ao pôquer, uma coisa é você ter a honra de jogar com uma campeã de Wimbledon e não alterar em um centavo a sua conta, outra e deixar R$ 10.000,00 por pura vaidade…
Ainda no jogo, entretanto, coisa mais violenta.
Alguns anos atrás, contava-se que filho de um ricaço, a bordo de automáovel caríssimo, fora sequestrado.
Como se sabe, ricaços frequentadores de cassinos têm crédito. Bem, o tal ricaço foi sacando, sacando fichas e perdendo. Não pagou e voltou. O empresário do jogo, despachou uns capangas para o Brasil. Pegaram o rapaz, avisaram que o carrão estava em determinada rua de S. Paulo e que pai só teria o filho de volta se pagasse a conta que deixou pindurada no cassino.
O pai pagou, o rapaz apareceu e o dinheiro foi para o cassino.
Será que se passou pela cabeça do nosso jogador internacional que ele iria levar a melhor para cima do dono do cassino???