Conhecida minha, bem gorducha, eufemismo para balofa, moradora do Jardim Paulistano, encontra-se comigo em Pinheiros. Perguntei se trabalhava na região. Orgulhosamente ela me informa que viera a pé de sua casa (distante no máximo uns 500 metros dali) e dá a razão.
– É para malhar!!!
Ora, tenha a paciência, andar cerca de um quilômetro é malhação???
Mas para mim não é esse o ponto. Grave é o modismo dos termos e a maneira como as pessoas vão, tal qual papagaios, repetindo besteira.
Em relação ao desinfeliz malhar, vocês vão ver que não se trata de idiossincrasia minha e que eu não poderia estar mais bem acompanhado.
Há alguns anos, em entrevista nas páginas amarelas da Revista Veja, Turíbio Leite de Barros Neto, um dos maiores especialistas em Medicina Esportiva do Brasil, respondendo sobre atitudes importantes a serem tomadas por quem deseja e precisa praticar atividades físicas, disse enfaticamente:
– Em primeiro lugar, o termo MALHAR, relacionado à atividade física, deveria ser banido do nosso vocabulário. Malhar pressupõe dor, sofrimento. Atividade esportiva deve ser algo prazeroso, jamais tortura. (Reproduzi livremente a resposta dele, de acordo com o que minha memória permitiu; mas o sentido era esse mesmo).
É isso aí!!! Enquanto minha conhecida considerar que andar 500 ou 1.000 metros é malhar, e carregar junto todo o sofrimento embutido no termo, ela vai continuar balofa e estressada.
A propósito de banir termos, que tal considerar a hipótese de aposentar para toda a eternidade algumas palavras, termos e até gestos???
1. Rolando, no sentido de acontecendo???
2. De repente e a nível de, – que , aliás, podem simplesmente ser cortados que não farão a menor falta na frase. Graças a Deus, estão um pouco esquecidos!!!
3. Válido, Idem Graças a Deus, também está bem esquecido. Mas na década de 70 era um inferno. Se você dissesse que estava pensando em tomar um sorvete, era imensa a probabilidade de o outro responder – pomposamente – como sempre são ditas as grandes imbecilidades:
– Muito válido!!!
4. Sobre colocar o dedão no ouvido e o minguinho na boca para dizer telefone para mim, provando que não é idiossincrasia/implicância minha, vou repetir o que disse uma conhecida ao ver famosa artista em propaganda na TV fazendo tal gesto:
– Deveriam cortar a mão de quem faz isso!!!
Idiossincrasias ou não, quem quiser fazer listinha de coisas insuportáveis para si pode deixar comentários para um fórum de debates no Boca no Trombone!!!
Quem sabe essa idéia agrade os leitores do Boca mais do que meu último post com as piadinhas do Leite, da mandioca no leite e da mandioca em si. Comentei com um amigo que diversos leitores escreveram metendo o pau e ele me deu parabéns porque o Blog estava causando polêmica. Em tempo, quem me contou a piada da Mandioca no Leite C foi o Vlado Lima, brilhante compositor, poeta e escritor do Caiubi.
Isto posto, quem quiser que bote a Boca no Trombone!!!