- Evangélicos têm todo o direito de se manifestar e colocar nas ruas milhões de fiéis. E têm tido, ao longo dos anos, liberdade irrestrita para realizar suas marchas, como aconteceu ontem em S. Paulo.
- Jovens e cidadãos obtiveram recentemente o direito de promover atos públicos em favor da discriminalização da maconha.
- Depois de amanhã, mais de um milhão, entre homo e heterossexuais, alegremente estarão colorindo as ruas da cidade de São Paulo na Parada Gay.
- Católicos por todo o Brasil celebraram ontem com procissões o dia De Corpus Cristi.
- Festas gigantescas pelo país, principalmente nordeste, festejam São João.
Essa diversidade e convivência harmônica entre todos é uma das bençãos e maravilhas desse nosso Fabuloso Brasil. Animadas e belas festas celebram tudo isso. Cada um comemora com seus iguais – e propaga – as crenças que carrega pela vida.
Líderes evangélicos, entretanto, ao que parece, querem essa liberdade só para eles próprios e seus seguidores. Eles aproveitaram a Marcha para Jesus ontem para protestar contra o Supremo Tribunal Federal que aprovou a união estável de casais homossexuais e passou a permitir manifestações em prol da liberação da maconha.
A Folha de hoje informa que o pastor Silas Malafala, da Assembléia de Deus Vitória em Cristo, “recomendou aos fiéis que não votem em políticos que sejam favoráveis à união gay.”
Ao tomar essa atitude, naturalmente, está sendo antidemocrático. Ele tem o direito de pensar o que quiser, pedir voto a quem quer que seja; mas também, a obrigação de deixar seus fiéis votarem em quem quiser. Aliás, ele mesmo se manifestou de maneira contraditória. Começou dizendo que “o povo evangélico não vai ser curral eleitoral”. Em seguida, afirmou “se o governador, prefeito ou presidente for contra a família, não terá nosso voto”. Acho que a tradução é mais ou menos essa: o povo evangélico não vai ser curral eleitoral; o povo evangélico vota como eu determinar. Posto de outra maneira: o povo evangélico não vai ser curral eleitoral alheio…