Ninguém deveria comprar. Juro: se passasse um cara gritando em auto-falantes que vende lagosta por um real, eu não compraria. Não compraria, mesmo que me garantissem que se trata de produto fresquíssimo.
Aliás, dei prova disso. Comerciante estava com caminhão estacionado vendendo mangas e anunciando aos gritos, também em auto-falantes, para o quarteirão inteiro.
Meu querido e saudoso pai (quarta feira, completaram-se dois anos que ele faleceu):
– Pára aí, quero comprar aquela manga que está linda.
Eu:
– Não paro porque o cara está fazendo barulho, incomodando centenas de pessoas e a gente não pode comprar porque é endossar o que ele faz.
E não parei o carro.
Observação. Não morava por perto, tampouco trabalhava ou frequentava aquele bairro.