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Presidente e Autoridades Na Rua Deveria ser Regra, Jamais Exceção

Anônima,  a Presidente Dilma realizou  sonho de passear por Brasília  na garupa da Harley-Davidson de Carlos Gabas, secretário-executivo do Ministério da Previdência, no último dia 4.  A Segurança da Presidente acompanhou à distância.

Simpático, rendeu notícia no jornal, mas não passou de uma aventurinha.

Autoridades de todos os níveis deveriam com frequência circular pelo meio de pessoas comuns para tomar contato com a vida real do povo.  Não estou dizendo  passear pela favela ou debaixo de viadutos na madrugada, tampouco enfrentar metrô e trem de subúrbio nos horários de pico.  Mas deveriam andar  infinitamente menos de helicópteros e usar muito mais os carros, sem batedores, naturalmente.  Caminhar  anônimos por “seus domínios” também não poderia ser em hipótese alguma prejudicial. Sem contar, a possibilidade de verem  o mundo verdadeiro  e não a vida cor de rosa  que lhes trazem os ASPONES (todo mundo conhece a sigla, né??? Aspone significa  – Assessores de Porra Nenhuma).

Políticos da velha guarda faziam isso.  Roberto Sodré, quando governador,  andava pelo seu bairro com amigos, acompanhado à distância  por discreto segurança.

Uma vez eu estava pela Cardeal Arcoverde em Pinheiros.  Vi um belo automóvel preto, nada de muito luxuoso, mas um carro nacional bom.   Na placa a Inscrição – Prefeito Municipal.   Pensei comigo:  prefeito de uma cidadezinha qualquer com um carro desses.  Aproximei-me.  Quem estava no banco da Frente, ao lado do motorista,  sem qualquer segurança no carro, nem mesmo por perto???

O prefeito Jânio Quadros.

O trânsito estava lento.  Olhei fixo  e ele me cumprimentou.  Retribui com aceno de mão.

Consideração Pelo Prefeito

Meu pai, desde os tempos de Faculdade, sempre participou da política.  Era amigo do Presidente Jânio, do  prefeito Faria Lima,  do governador  Roberto Sodré, aliás, padrinho do meu pai de casamento, de deputados, enfim, de todo o mundo político.

Naquele tempo, não havia a obsessão por segurança que existe hoje.  Certamente que a prefeitura e o governo do estado  mantinham, ligada ao gabinete,  uma pequena estrutura militar/policial.  Mas com freqüência, ele e o prefeito Faria Lima saiam os dois sozinhos, sobretudo à noite, quando o Brigadeiro,  como era chamado pelos que conhecia há mais tempo, gostava de passar/fiscalizar  as  inúmeras obras que vieram remodelar a cidade (avenida 23 de Maio, Rubem Berta, o alargamento da Rua Iguatemi, depois rebatizada com o nome de Av. Brigadeiro Faria Lima, Praça Roosvelt, entre outras).

Um conhecido dele e do prefeito Faria Lima estava desconfiado de  que a mulher o traía. Sabendo dessa pequena estrutura de polícia/investigadores de que dispunham,  pediu   que eles colocassem alguém  para seguir a mulher.

O prefeito passou a bola para meu pai que conseguiu o sujeito para fazer o serviço.

Alguns dias depois, missão cumprida,  o investigador marca com meu pai para falar sobre o assunto.

Foi direto:

– Doutor, a mulher dá para todo mundo.  Só não comi em consideração ao senhor e ao prefeito!!!