Anônima, a Presidente Dilma realizou sonho de passear por Brasília na garupa da Harley-Davidson de Carlos Gabas, secretário-executivo do Ministério da Previdência, no último dia 4. A Segurança da Presidente acompanhou à distância.
Simpático, rendeu notícia no jornal, mas não passou de uma aventurinha.
Autoridades de todos os níveis deveriam com frequência circular pelo meio de pessoas comuns para tomar contato com a vida real do povo. Não estou dizendo passear pela favela ou debaixo de viadutos na madrugada, tampouco enfrentar metrô e trem de subúrbio nos horários de pico. Mas deveriam andar infinitamente menos de helicópteros e usar muito mais os carros, sem batedores, naturalmente. Caminhar anônimos por “seus domínios” também não poderia ser em hipótese alguma prejudicial. Sem contar, a possibilidade de verem o mundo verdadeiro e não a vida cor de rosa que lhes trazem os ASPONES (todo mundo conhece a sigla, né??? Aspone significa – Assessores de Porra Nenhuma).
Políticos da velha guarda faziam isso. Roberto Sodré, quando governador, andava pelo seu bairro com amigos, acompanhado à distância por discreto segurança.
Uma vez eu estava pela Cardeal Arcoverde em Pinheiros. Vi um belo automóvel preto, nada de muito luxuoso, mas um carro nacional bom. Na placa a Inscrição – Prefeito Municipal. Pensei comigo: prefeito de uma cidadezinha qualquer com um carro desses. Aproximei-me. Quem estava no banco da Frente, ao lado do motorista, sem qualquer segurança no carro, nem mesmo por perto???
O prefeito Jânio Quadros.
O trânsito estava lento. Olhei fixo e ele me cumprimentou. Retribui com aceno de mão.