Ser importunado no cinema por carentes de todos os sexos que ficam o tempo inteiro mandando jatos de luz nos seus olhos para ler o email que acabou de chegar na caixa postal já virou praxe. Como também já virou praxe ser agrediddo por semelhantes jatos nos seus olhos , mas por outra razão: para fotografar e filmar e depois ver em casa o que eles não estão vendo; afinal, na hora do show “ao vivo”, eles estão filmando o show, para ver o show “ao morto” em casa.
Para evitar isso, em cinemas e teatros, todos que querem ficar acendendo luzes para pegar mensagens, fotografando, filmando deveriam se sentar nas duas últimas fileiras. Eles se divertiriam lendo email, filmando e fotografando o que vão ver em casa e permitiriam que os exóticos, que foram ao cinema ao teatro para ver o filme/espetáculo, tivessem um mínimo de paz.
Ontem entrei no show do fabuloso Alceu Valença no intervalo da segunda para a terceira música. Sujeito da platéia bate nos meus ombros , de certa forma irritado, e manda que eu tenha cuidado e não pise na filmadora dele que estava no chão, no meio da escada da platéia.
Mundo de cabeça para baixo. Escada não é mais para passar, é para deixar filmadora filmando o que o infeliz vai ver depois.