Correndo há um bom tempo por conta do estado de saúde do meu pai e com mais mil outros incêndios para apagar, não tenho lido jornal com o carinho que essa atividade pressupõe e, principalmente, merece. Assim, só hoje, através da coluna do excelente Ruy Castro, na Folha, soube da morte de Telmo Martino.
Telmo, segundo Ruy, tinha uma frase ou apelido para cada amigo. Certas frases/apelidos motivaram rompimentos. Lembro-me dos apelidos que ele dava para pessoas e instituições
“Fernando Henrique Cardoso era o “sénateur mulâtre” ou o “parvenu do palanque”. Patrício Bisso, “uma mistura de Betty Boop, Bette Davis, Betty Grable, Betty Ford e Lady Macbeth”. Franco Montoro, “o último fã de Zasu Pitts”. Elba Ramalho, “a frajola do flagelo”. Cecília Meireles, “a poetisa à prova de Fagner”. Betty Milan, “a La Goulue do Lacan-can-can”. Othon Bastos, “o ator que poderia ter sido Johnny Carson mas preferiu ser Ferreira Neto”. A revista Nova, “o Kama Sutra das estenodatilógrafas”.”
Telmo divertia-se muito escrevendo seus textos. Companheiros de Jornal da Tarde diziam que era comum vê-lo sorrindo enquanto passava seus perspicazes venenos para as laudas em sua máquina de escrever. Publicadas, algumas horas mais tarde, essas notas roubariam risos de todos, muitas vezes até de suas “vítimas”.
Qual terá sido seu primeiro alvo lá no andar de cima???
Vai fazer falta por aqui.
Leia a coluna do Ruy Castro hoje na Folha, para conhecer mais o Telmo e depois, divirta-se com algumas frases dele. Coluna do Ruy, clique aqui
Frases, abaixo:
“Nem todas as crianças são horríveis, algumas crescem.”
“Quando viu que tinha ladrão no filme, Maria Antonia imediatamente e precavidamente, tirou duas pérolas das orelhas e guardou na bolsa.”
“O melhor da opera é o lustre.”
“A opera não terá terminado até que uma senhora gorda tenha cantado.”