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Amaldiçoar Quem Merece

Não, não amaldiçoo a escuridão, nas faltas de energia,  cada vez mais frequentes.

Acendo vela e amaldiçoo  políticos e tecnocratas, que  nos levam  de volta  a meados do século passado, quando marchinha carnavalesca dizia “cidade maravilhosa, de dia falta água;  de noite falta luz.  Se quiser ouvir, clique.

Ontem  mesmo, fim da tarde, já escuro,  desci do elevador no meu andar, acabou a luz.  Alguém vai dizer: que sujeito chato,  não ficou preso e ainda reclama.

Fui Violentamente Excluído da Humanidade

Existe um único momento , a cada dois anos, em que todos os brasileiros são absolutamente iguais  na principal atividade que exercem naquela data.  É o dia da eleição.

Pois bem, ontem aconteceu o mesmo fenômeno, porém em nível mundial.  Todas as pessoas do Planeta, de todos os credos, todas as raças e  de todas  as faixas econômicas tiveram como principal lazer do dia assistir à fabulosa Festa de Encerramento das Olimpíadas.

Eu, entretanto, fui violentamente excluído dos outros seres humanos.  No meu quarteirão (Rua Conselheiro Brotero, zona oeste de São Paulo), como vem acontecendo com irritante frequência,  faltou energia  a partir das 19 horas,  até por volta da  uma da manhã de hoje.

Vão dizer que tenho mania perseguição, já que meus vizinhos também foram  privados.  E, pior, que  sou ranzinza, pois deveria ser grato por não ter faltado energia também na Festa de Abertura.  Só mesmo fazendo ironia barata, para suportar essa afronta!

Acabou a luz, acabou tudo!!!

Virou rotina: dia sim, dia não, falta energia em bairros da Zona Oeste da cidade.

Antigamente, acabava a luz, bastava abrir um pouco a cortina ou persiana e tocava-se a vida pra frente: reuniões podiam ser mantidas; escrevia-se à máquina e o telefone funcionava. Vou falar o óbvio. Hoje é tudo eletrônico, nem mesmo telefones funcionam nos apagões. Sem contar o estresse de estar escrevendo, preenchendo uma planilha, acabar a luz e você não saber o que foi salvo e o que ficou no éter cibernético.

Em Belém do Pará, onde todos os dias chove rápida e torrencialmente em determinada hora da tarde, a população marca os compromissos para logo após a chuva. Desse jeito, os paulistanos serão obrigados a tomar a mesma atitude e marcar compromisso para antes ou depois do apagão – com desvantagem suplementar: a chuva é pontual e o apagão, temperamental!!!

Para terminar, frase minha mostrando que a coisa é bem mais feia ainda do que parece:

Um mero apagão deixa patente a vulnerabilidade de toda a civilização urbana contemporânea. E o pior: não se pode nem tomar um café expresso!!!