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E os Rolezinhos das Elites Pelos Shoppings de Miami, Nova York e Paris???

Vou meter minha colher a respeito de  rolês e rolezinhos em Shoppings.

Detesto aglomeração, gente se espremendo. Outro dia, me descuidei um pouco do horário e cheguei  à estação Faria Lima do metrô no pico do rush.   Uma multidão tomava todos os espaços.   Imaginei como estariam os vagões.  Não tive dúvida, fui a pé até a estação da Consolação, onde havia muito menos gente e peguei o metrô.  Em tempo, no trajeto a pé pela Rebouças, minha velocidade era muito maior do que a dos carros.

Há vinte anos,  bar que servia  bom café ficava a uma quadra do meu escritório, na Antônio Bicudo com Teodoro Sampaio.  Íamos meu pai, amigo dele e eu lá  todos os dias.  Na primeira vez em que propus que fizéssemos um U caminhando uma quadra pela Pedroso, outra atrás do colégio Fernão Dias e ainda uns trinta metros pela própria Antônio Bicudo, meu pai e o amigo perguntaram se eu não gostava de povão.  Respondi.

– O que eu não gosto é de não poder caminhar sem esbarrar nos outros, seja na Teodoro ou em gostosas do shopping Iguatemi.  Quero andar.

Em tempo, também detesto Shopping Centers.

Bem, quanto a rolês e rolezinhos, algumas considerações.

Mil anos atrás,  alguém me disse que se quisesse enterrar um shopping, bastaria colocar uma multidão de gente mal encarada, mal vestida,  se possível mal cheirosas, apenas  passeando, sem cometer qualquer ilícito.   A notícia de que esse shopping havia virado  Point se espalharia e atrairia cada vez mais gente, dessa galera, como dizem os de vocabulário restrito, e aí a “desgraça” estaria feita.

Certamente foram escolhidos shoppings para rolês primeiro porque todo mundo, ao contrário de mim, adora essa praga.  Segundo, provavelmente, porque em ambiente fechado sempre se consegue CAUSAR (como se diz) MUITO MAIS.  Fosse eu,  escolheria a Oscar Freire, bem  mais aprazível.

Escrevi tudo isso e  não consegui dizer nem um décimo do que sintetizou  o deputado Jean Wyllys (mestre em Letras e Linguístia e Professor Universitário de Cultura Brasileira).  Perfeita a observação dele:

“Como a classe média brasileira se comportaria se as elites dos EUA e Europa fechassem suas fronteiras aos seus “rolezinhos” nos shoppings de Miami, NY e Paris?”

Para não ficar atrás do Deputado (sem qualquer outra conotação), lá vai frase minha bem antiga:

“Shopping Centers  me proporcionam imensa alegria – quando saio”.

Mesários Orgulhem-se!!! Eleitores de Maluf pensem!!!

Li em algum lugar que a eleição é o único dia a cada dois anos em que, de fato, todos os brasileiros são absolutamente iguais na sua principal atividade. O voto de um milionário, de um cara com pós doutorado têm exatamente o mesmo valor que o de um miserável, um semi-alfabetizado. Não é o máximo isso??? Por incrível que pareça, há gente que seja contra essa paridade.

E você, jovem escalado para mesário, tem um papel fundamental nessas datas históricas.

Esqueça um pouco o domingo que será gasto atrás de uma mesa e pense se haveria outras alternativas. Que outras maneiras teriam os Tribunais eleitorais para escolher os mesários??? Contratar centenas de milhares de funcionários apenas para o dia da eleição seria impossível e fatalmente suscitaria infinitas dúvidas a respeito da conduta, da imparcialidade deles.

Portanto, caro jovem, não fique se lembrando do que poderia estar fazendo no domingo e exerça com orgulho o papel que lhe cabe. Além disso, o empregador tem a obrigação de dar um ou até dois (não me lembro ao certo) dias de folga para todos os que foram convocados nas eleições. A esse respeito, um mês e meio atrás, ouvi na CBN, no fabuloso programa FIM DE EXPEDIENTE, um perspicaz e gozador comentarista afirmando que o jovem que cogitasse de usufruir desse dia de folga por conta do serviço prestado nas eleições seria imediatamente demitido. Aí é aquela velha história, velha teoria do saudoso Severo Gomes, já citada aqui no Boca do Trombone mais de uma vez – dizia ele: “não é o povo brasileiro que não presta. O povo brasileiro é bom. Quem não presta é a elite. Nós é que não prestamos!!!”

Mesário, orgulhe-se de contribuir para a cidadania no domingo e usufrua com tudo o feriado a que terá direito
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Não gosto de discutir política, mas julgo ter argumento definitivo para demover a imensa maioria dos eleitores de Paulo Maluf.

Entendo uma pessoa esclarecida que vote no Maluf por interesse, ainda que interesse lícito. Gosto sempre de dar o mesmo exemplo, bem ingênuo, por isso mesmo definitivo. Se alguém diz que vai votar no Maluf porque tem uma fábrica de carimbos e o Maluf garantiu que, se eleito, a fábrica dessa pessoa será incumbida de produzir carimbos para diversos órgãos. Aí eu entendo, desde que não haja super-faturamente e/ou outras maracutaias. Agora, o sujeito dizer que vota no Maluf porque acredita no Maluf, aí não dá mesmo. É o fim da picada. Aquela cara permanentemente risonha, sempre olhando para a câmera, raramente para o interlocutor, é tão verdadeira quanto uma nota de três reais. Não há marqueteiro, nem fotógrafo que dê um jeito nisso. Aliás, a propaganda eleitoral de Maluf misturando termos jovens (ele é o cara!!!) com apelos melodramáticos chega a ser hilariante pelo paradoxo da coisa, ou, se preferirem a falta absoluta de conexão do político (do cara) com a linguagem escolhida. Uma outra hipótese é que tanto Maluf quanto seus marqueteiros suponham que todos os paulistanos sejamos idiotas completos.