Publicidade no rádio usa “O que que a Baiana tem” para anunciar site de bairro da Zona Sul de São Paulo. Ao invés de Baiana, a Letra pergunta/cantarolando: O que é que Moema tem??? E enumera, na cadência da famosa música, o rol do comércio do Bairro.
Por partes 1 – Jingle em rádio é coisa muito chata. Na década de 60/70, toda a publicidade inserida em elegante emissora de S. Paulo era narrada por locutores/locutoras de vozes neutras, não voz de caixas de mensagens dos infernais dias de hoje. Muito repousante, muito agradável – os anúncios dos locutores, bem entendido.
Por partes2 – De alguma forma, naturalmente sem prejudicar os autores, canções emblemáticas (o ideal é que fossem todas) da MPB deveriam ser “tombadas” – no caso interditadas para publicidade. Como diria o Ministro – deveriam ser “imexíveis”!!!
Suponho não serem frescura ou idiossincrasia minhas, e olha que nem sou muito fã de Dorival Caymi, mas chega a ser agressivo ouvir O que que a Baiana tem para falar das “virtudes” de um bairro.
Há muitos anos, a atriz que vivera na TV a personagem Narizinho de Monteiro Lobato, já bem mais “crescida”, posou nua para famosa revista masculina brasileira. Parente minha não teve dúvidas: mandou carta para a redação protestando pelo fato de a artista que vivera papel tão importante no imaginário das crianças de determinada época ter sido transformada em objeto erótico. Minha parente sentiu-se agredida, escreveu e a carta foi publicada na revista.
Como disse, nunca fui muito fã de Dorival Caymi. Sempre reconheci o talento dele e a beleza de suas músicas, mas me chateava um pouco a maneira como desprezava turistas que visitavam a Bahia. Mesmo assim, tal qual minha parente, me senti agredido pelo “jinglezinho” em que se transformou o Que é que a Baiana tem.
Ouça e diga se estou certo ou se é idiossincrasia minha. Clique aqui
Em tempo, quem não conhece O que que a Baiana tem, ouça Daniela Mercury e Dori, filho de Dorival, cantando. Clique aqui e fique indignado com o que a publicidade fez.