Li em algum lugar que a eleição é o único dia a cada dois anos em que, de fato, todos os brasileiros são absolutamente iguais na sua principal atividade. O voto de um milionário, de um cara com pós doutorado têm exatamente o mesmo valor que o de um miserável, um semi-alfabetizado. Não é o máximo isso??? Por incrível que pareça, há gente que seja contra essa paridade.
E você, jovem escalado para mesário, tem um papel fundamental nessas datas históricas.
Esqueça um pouco o domingo que será gasto atrás de uma mesa e pense se haveria outras alternativas. Que outras maneiras teriam os Tribunais eleitorais para escolher os mesários??? Contratar centenas de milhares de funcionários apenas para o dia da eleição seria impossível e fatalmente suscitaria infinitas dúvidas a respeito da conduta, da imparcialidade deles.
Portanto, caro jovem, não fique se lembrando do que poderia estar fazendo no domingo e exerça com orgulho o papel que lhe cabe. Além disso, o empregador tem a obrigação de dar um ou até dois (não me lembro ao certo) dias de folga para todos os que foram convocados nas eleições. A esse respeito, um mês e meio atrás, ouvi na CBN, no fabuloso programa FIM DE EXPEDIENTE, um perspicaz e gozador comentarista afirmando que o jovem que cogitasse de usufruir desse dia de folga por conta do serviço prestado nas eleições seria imediatamente demitido. Aí é aquela velha história, velha teoria do saudoso Severo Gomes, já citada aqui no Boca do Trombone mais de uma vez – dizia ele: “não é o povo brasileiro que não presta. O povo brasileiro é bom. Quem não presta é a elite. Nós é que não prestamos!!!”
Mesário, orgulhe-se de contribuir para a cidadania no domingo e usufrua com tudo o feriado a que terá direito
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Não gosto de discutir política, mas julgo ter argumento definitivo para demover a imensa maioria dos eleitores de Paulo Maluf.
Entendo uma pessoa esclarecida que vote no Maluf por interesse, ainda que interesse lícito. Gosto sempre de dar o mesmo exemplo, bem ingênuo, por isso mesmo definitivo. Se alguém diz que vai votar no Maluf porque tem uma fábrica de carimbos e o Maluf garantiu que, se eleito, a fábrica dessa pessoa será incumbida de produzir carimbos para diversos órgãos. Aí eu entendo, desde que não haja super-faturamente e/ou outras maracutaias. Agora, o sujeito dizer que vota no Maluf porque acredita no Maluf, aí não dá mesmo. É o fim da picada. Aquela cara permanentemente risonha, sempre olhando para a câmera, raramente para o interlocutor, é tão verdadeira quanto uma nota de três reais. Não há marqueteiro, nem fotógrafo que dê um jeito nisso. Aliás, a propaganda eleitoral de Maluf misturando termos jovens (ele é o cara!!!) com apelos melodramáticos chega a ser hilariante pelo paradoxo da coisa, ou, se preferirem a falta absoluta de conexão do político (do cara) com a linguagem escolhida. Uma outra hipótese é que tanto Maluf quanto seus marqueteiros suponham que todos os paulistanos sejamos idiotas completos.