Tão logo o Brasil saiu da Copa, meu amigo Armando de Oliveira Neto, médico-psiquiatra, enviou-me breve artigo a respeito de Futebol e Patriotismo. Durante a competição, publiquei muito aqui sobre o tema. Terminado o torneio, é bom momento para conhecer suas idéias; principalmente se considerarmos que a Copa de 2014 – no Brasil – já “começou”. Publico sem editar nada; nem mesmo atualizo o texto. As opiniões são dele, concordo com algumas idéias; discordo de outras.
Futebol e Patriotismo – Por Armando de Oliveira Neto
Finda, para nós, a Copa, aproveito para refletir sobre a relação entre futebol e patriotismo.
Hoje, no dia seguinte ao desastre da seleção canarinha, já se observa mostruários das lojas sendo modificados, com os lixos repletos de bandeiras, bandeirolas, flâmulas e outros objetos verde-amarelos.
Acabou o patriotismo?
Não, uma vez que ele será reeditado no próximo carnaval ou na próxima copa mundial de futebol.
Mas uma dúvida, ou certeza, incomoda meu coração: futebol é patriotismo?
Para uma parcela significativa de nossa população a resposta será SIM.
Entretanto, há controvérsias, uma vez que depende da concepção que se tem desse sentimento.
Entendo que patriotismo vai muito além de torcer pela seleção, ou time local, ou rebolar no carnaval.
Em minha infância, o que nos era ensinado como patriotismo, em nossos lares e nos bancos escolares, coincidia com o que o dicionário traz que é amar o país que nascemos.
Vi brasileiros patriotas lutando e morrendo nas fronteiras do país, nos quartéis, nas escolas, no Brasil.
E esse amor era demonstrado pelo respeito aos símbolos nacionais, às normas – Constituição, Leis, Códigos, normas e usos e costumes de nosso povo.
Exemplo claro, para quem viveu durante o regime militar, era o manuseio da Bandeira Nacional, que não poderia ser fora de certas normas protocolares.
Em contrapartida, assinalo exemplos de anti-patriotismo como ao ver a sujeira pelas ruas, a desobediência às sinalizações de trânsito, as depredações nos meios de transporte ou de comunicação e por aí afora.
A mais explícita demonstração desta funesta postura é dada pelo presidente (aqui grafado em letra minúscula, significativamente) da República: embora haja uma Legislação Eleitoral, que qualquer Presidente deveria ser não só o maior respeitador mas o seu maior guardião, nosso presidente é seu desrespeitador, visto suas condenações recentes.
Como a “lei… ora a lei” é a regra anti-patriota, certamente nada acontecerá no país da impunidade, do anti-patriotismo.
E você, caro leitor, assim como eu, poderemos nos perguntar que patriotas somos? O que aconteceu?
Talvez tenhamos algumas respostas…
SP 03/07/2010 2010
Armando de Oliveira Neto- Médico-Psiquiatra da Reserva da Força Aérea Brasileira
(com orgulho de se considerar um patriota)