Há muito anos estudei na Aliança Francesa com uma menina, de uns 25 anos, linda. Detalhe paradoxal: ela era francesa. Falava francês perfeitamente bem. Apesar de linda, era extremamente infantil e, talvez por algum problema mental, não sabia escrever, não sabia ortografia. Sabia ler, mas escrever, nada. Cometia os erros mais bárbaros possíveis em francês e em português, como gato com j – é sério!!! ou Maison (casa) assim mézon.
Outra coisa curiosa, era muiiiito carente e muito infantil, mas muiiito mesmo. Ela se dava bem comigo e em todas as aulas ela me dizia mais ou menos assim:
– Paulo, conversei com uma menina no café e acho que ele quer ser minha amiga.
Parecia uma criancinha de três, quatro anos de idade.
Pois bem, esses “convites” que recebo a toda hora de pessoas para quem um dia enviei email dizendo que querem ser minhas amigas, no tal do QUE PASSA, no FACEBOOK e sei lá onde, me fazem lembrar dessa moça.
Talvez até pudesse ser criada uma nova expressão : conheça o meu Facebook e faça parte da minha turma, ou coisa próxima a isso, MAS QUER SER MEU AMIGO é infantilzinho demais pro meu gosto.
Não me oponho, em princípio, a ser conhecido e até amigo de quem quer que seja, conhecido para tomar café, bater papo, contar piada, mas ser amigo no éter da Internet, definitvamente, não é comigo.